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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Unesco, Estados Unidos e Brasil lançam projeto voltado ao ensino do respeito nas escolas

Projeto incentivará o convívio social entre crianças a partir de currículos e políticas voltados à diversidade

No mês de janeiro, a sede da UNESCO em Paris recebeu o lançamento do projeto “Ensinando o Respeito para Todos”. A ação é resultado da cooperação entre os governos do Brasil, dos Estados Unidos e a Unesco, e tem como objetivo desenvolver currículos e estratégias para incentivar a promoção da diversidade nas escolas de todo o mundo.


A ideia, segundo a Unesco, surgiu a partir da observação da existência do racismo, xenofobia e intolerância nas escolas. Tendo a educação como chave para reforçar as bases da tolerância, o projeto pretende desenvolver instrumentos práticos que expliquem como lidar com essas questões nos ambientes escolares, com base em práticas e lições já trabalhadas em algumas escolas.


O lançamento do projeto contou com debates sobre a temática racial na educação, reunindo representantes de governo, especialistas e profissionais de diferentes países. Estiveram presentes o diretor-geral da Unesco, Irina Bokova, a secretária de Estado Adjunta para Assuntos de Organizações Internacionais dos EUA, Esther Brimmer, o secretário Executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Brasil, Mário Theodoro, além da diretora executiva do CEERT, Maria Aparecida Bento.


Estudantes da Tallwood High School, em Virgínia Beach (EUA) e do Bagunçaço, Centro Educacional para jovens em Salvador (Brasil), também participaram do evento por videoconferência.


Para Esther Brimmer, o projeto acaba confrontando o legado de desigualdade racial no mundo. Ela citou ainda o Brasil como um exemplo em leis que garantem e incentivam a igualdade racial. “Na sua essência, esse programa faz uma pergunta desafiadora para os jovens de hoje: você é capaz de mudar? Somos capazes de não só enfrentar a intolerância de outras pessoas, mas para enfrentar os nossas próprias? Creio que a resposta a ambas as perguntas é um sonoro sim. Sim, nós podemos mudar, sim, nós podemos melhorar, e sim, nós podemos construir um mundo mais respeitoso”, afirmou Esther em nota oficial divulgada pela Unesco.


Cida Bento ressaltou a receptividade do público diante da perspectiva de abordar relações raciais e étnicas na educação a partir de ações pedagógicas que já trouxeram resultados positivos. “Foram apresentadas experiências práticas desenvolvidas por professores no Brasil, em sala de aula, com a temática racial e que podem dialogar com as vivências dos professores dos EUA. A ligação Brasil e Estados Unidos, que caracteriza esse projeto, seria feita por meio de boas práticas dos dois países. O acervo brasileiro utilizado para tanto seria o construído no processo do Prêmio Educar para a Igualdade Racial realizado pelo CEERT”, afirmou.


A primeira fase do projeto “Ensinando o Respeito para Todos” consiste em analisar e identificar as legislações, os currículos escolares e as políticas de educação voltadas à tolerância. Já a segunda fase do projeto desenvolverá recursos pedagógicos e programas escolares a fim de que esses sejam disponibilizados a todos.


Serão elaboradas ferramentas práticas sobre como integrar a luta contra a discriminação e a tolerância na educação nos livros didáticos, além do lançamento duas plataformas on-line: uma para profissionais da educação e outra voltada ao compartilhamento de experiências e apresentação de sugestões. Segundo a Unesco, os países poderão se adaptar a partir de seus respectivos contextos e necessidades.


Para Cida Bento, o orçamento previsto para as próximas fases do projeto deve ser liberado ainda neste primeiro semestre. “Poderíamos aprofundar um pouco as relações do Brasil com os Estados Unidos para refletirmos sobre o que aprendemos quanto à superação e eliminação do racismo por meio da educação para as crianças. Devemos caminhar nesta direção, e espero que o Ministério das Relações Exteriores, a Unesco, a SEPPIR, entre outros, avancem nesse processo para que já no segundo semestre possamos construir uma base de dados em comum e iniciemos um diálogo entre educadores de ambos os países, trocando formas de superação do racismo”, afirmou.


Esther Brimmer, por sua vez, relembrou o papel de cada um na construção conjunta da proposta lançada pela Unesco. “Eu encorajo todos a continuarem fazendo história, permanecendo sempre vigilantes, desafiando o ódio e o fanatismo onde o vermos, e apoiando iniciativas como a que estamos lançando. Juntos, vamos construir um mundo mais respeitoso.”



Por: Fernanda Pestana
01/02/2012 

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