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Cachoeira do Sul, Rs, Brazil
Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

NATAL 2007




A ACCA deseja a todos seu quadro de associados e simpatizantes um excelente natal e um 2008 repleto de realizações, paz, amor, saúde e felicidade.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Feliz Natal, 2008 cheio de Conquistas!!


2007 ano de realizações, bons momentos que ficarão guardados em nossos arquivos, agradeço a Deus por ter passado mais um ano, agradeço pela minha família, minha vida!

Agradeço a todas aquelas pessoas que lutam por um mundo melhor, livre do preconceito, racismo e que estão unidos pelo ideal de liberdade.

Fica aqui meu abraço, que em 2008 possamos nos encontrar novamente,um feliz natal e 2008 como já citei antes, cheios de conquistas.


Luciano Ramos

Vice Presidente da ACCA

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Superação Black



Lázaro Ramos,

o Evilásio de Duas Caras, um dos negros em maior evidência no Brasil no momento, curte a boa fase com tranqüilidade. Ele esteve em Nova York no dia 19/11/2007, onde acompanhou a cerimônia de premiação do Emmy Internacional, o Oscar da TV, no qual concorreu ao prêmio de Melhor Ator por sua interpretação como o Foguinho, da novela Cobras & Lagartos (2006). Mas nem sempre foi esta maravilha, antes de viajar, Lázaro declarou à imprensa:
-Já sofri preconceito diversas vezes. Quando você fica conhecido, a fama acaba sendo capa de proteção. Mas não vejo isto como um privilégio, mas como mais um problema.


A atriz Taís Araújo, mulher de Lázaro Ramos, também diz já ter enfrentado preconceito inúmeras vezes. Ela conta que chegou a ser impedida de fazer um comercial de sorvete no início da carreira por conta da cor da pele.

- Negro não toma sorvete? -

questionou Taís na época. Mas a atriz soube superar tudo com competência e com trabalho.

Ela foi a primeira atriz negra a ser a personagem central de uma novela no Brasil - Xica da Silva (Manchete, 1996) - e a primeira a atriz negra a ser a estrela principal de uma novela da TV Globo, em Da Cor do Pecado (2004).

Graças a tudo isso, Taís hoje assume a sua negritude com naturalidade. Não é à toa que está deixando o cabelo no estilo black power - segundo o jornal carioca Extra, um dos mais desejados pelas brasileiras.
- Fico superfeliz com isto! Desde os 11 anos, vinha fazendo relaxamento. Até que eu disse: "Não quero mais nada disso" - liberta-se a atriz.

Gente Nossa


A gaúcha Sheron Menezes, a Solange de Duas Caras, recebeu, no dia 18/11/2007, o Troféu Raça Negra 2007, de Atriz Destaque.

Emocionada no palco, ela homenageou a mãe. - Hoje vim pensando: "Puxa, queria ganhar". Esta festa nos faz refletir e pensar o quanto nós conquistamos, mas ainda temos muito o que fazer - declarou a atriz na cerimônia.

Sheron desenvolve atualmente o projeto Princesa Violeta, um conto de fadas com princesa e família real afrodescendentes, que já está sendo apresentado em escolas da Grande Porto Alegre. Em forma de histórias e de cantigas, a iniciativa deve se estender pelo Brasil:

Benedita da Silva, notória ativista dos direitos dos negros e ex-governadora do Rio de Janeiro, prometeu levar o projeto ao governo fluminense.

Gente Nossa



O ano de 2007 ficará marcado na vida de Flávio Bauraqui como o de sua ascensão na TV brasileira, o ator santa-mariense, que atualmente encarna o motoristas Ezequiel de Duas Caras, foi o ourives Evaldo na novela antecessora, Paraíso Tropical.

A chegada às telinhas ocorreu mais de uma década depois de sua chegada ao Rio de Janeiro - onde trabalhou como porteiro enquanto esperava chances no teatro e no cinema. Foi na sétima arte, aliás, que seu talento se destacou.

Bauraqui atuou em 15 filmes, entre eles sucessos como Quase Dois Irmãos, Madame Satã e Zuzu Angel.A participação em grandes produções, porém, não o faz esquecer de suas origens humildes nem do preconceito que sofreu por causa de sua cor de pele. Para o ator, a maioria dos negros que se destacaram passou por isso.
- Quando vejo um negro fazendo sucesso, fico muito feliz. A questão histórica faz todos os negros sofrerem. Ao fim da escravidão, largaram os escravos sem estrutura nenhuma, e nossa raça está tentando se recuperar disso até hoje - diz.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Encerramento das atividades do ano de 2007

ACCA realiza nesta quinta feira dia 13 de Novembro em sua sede , junto ao Circulo Operário Cachoeirense uma confraternização que contará com sua Diretoria e Sócios convidados, o evento marcará os encerramento das atividades do corrente ano, após ter assumido a Associação em Julho de 2007 o então presidente Evilasio Trindade do Nascimento considera positivo os seis primeiros meses de sua gestão resalta que a participação da sua Diretoria foi muito importante para o êxito dos eventos que promoveram no decorrer deste período como a escolha dos Mais Belos Negros Cachoeirense Adultos e infantis e Semana da Consciência Negra .
Para 2008 o calendário de atividades já está sendo elaborado e contará com uma programação que se estenderá pelo ano todo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Corte Mais Bela Negra RS 2007


Mais Bela Negra

Erica Cardoso Dias, Caxias do Sul

Princesas:

Daiana da Silva Souza, de Santa Maria,

Joice Beatriz dos Santos, de Cachoeira do Sul,

Simpatia Andressa Costa Dornelles, de Venâncio Aires.

CULTURA


A história oculta do Mercado
Livro e documentário recuperam a história de um assentamento de orixá nos subterrâneos do Mercado Público de Porto Alegre

O príncipe Osuanlele Okizi Erupê desembarcou no Brasil no final do século 19. O mundo novo, para o filho do rei Ovonramwen, da tribo nigeriana dos Benis, era a Bahia ou o Rio de Janeiro. Mas a viagem só chegou ao fim no porto de Rio Grande - local ainda menos central e, portanto, mais distante de sua terra natal assolada pelas disputas por ouro.

Com o nome alterado para Custódio Joaquim Almeida, o nobre africano se estabeleceu em Pelotas. Depois, em Bagé.

Em 1901, segundo relato de seus descendentes, teria sido convidado por Júlio de Castilhos a se mudar para Porto Alegre. Seria o príncipe a última esperança do então presidente do Estado para curar o câncer na garganta que lhe mataria dois anos depois.

Fixou residência à Lopo Gonçalves, 498. Ele e sua comitiva de 48 pessoas, entre familiares e chefes tribais.

Registros de jornais indicam que viveu com pompa e desfrutando de prestígio na cidade. Era proprietário de cavalos de corrida, portava-se em público com elegância e recebia, em casa, líderes políticos como Borges de Medeiros, Pinheiro Machado e Getúlio Vargas.

E também, é claro, a grande população que recém saíra da escravidão e estava em busca de conselhos e proteção.Nos redutos negros de Porto Alegre, a figura de um líder espiritual fazia toda a diferença.

Príncipe Custódio acabou por exercer naturalmente esse papel. Entre suas ações estão os assentamentos de Bará ao longo da Capital. Bará é um dos guias das religiões de matriz africana, é o orixá da abertura de caminhos e da fartura. Assentamento é o ritual de estabelecimento de um local para o seu culto, com a fixação - subterrânea - de um objeto de ferro, pedra ou madeira.Dois desses assentamentos ficavam perto da Igreja das Dores e no próprio Palácio Piratini.

Outros jamais tiveram sua localização revelada - a manutenção do segredo só reforçava seu caráter de proteção; conhecendo sua posição, os detratores das religiões afro ou os ex-senhores de escravos, na visão dos ex-cativos, poderiam destruí-los.O mais marcante deles é o do Mercado Público. Primeiro, porque está num ponto de convergência, construído pelos negros e freqüentado diariamente por 30 mil pessoas de diversas origens. Segundo, por sua resistência: o edifício sobreviveu a três incêndios, em 1912, 1976 e 1979, e à grande enchente de 1941.

Seu santo forte, dizem os babalorixás, deve-se muito ao assentamento que passou a ser chamado de Bará do Mercado.Mas não são muitos os que conhecem essa história. Na reforma do prédio, em meados dos anos 90, os pais-de-santo pediram que a Banca Central, que marca o exato ponto do assentamento, não fosse deslocada.

Foram atendidos em parte - o espaço do Bará continuou preservado, mas sem a escolta da banca e de seu balcão de carnes, presuntos e pães diversos.- Depois daquilo, decidimos nos mobilizar - diz Mãe Norinha de Oxalá. - Porto Alegre não pode desconhecer as suas próprias tradições.

Mãe Norinha idealizou um grupo de trabalho que depois virou a Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras.

Entre as ações da entidade estão o livro e o DVD A Tradição do Bará do Mercado - Os Caminhos Invisíveis do Negro em Porto Alegre. Realizados pela Secretaria da Cultura da Capital e patrocinados pela Petrobras, os dois serão lançados hoje, Dia da Consciência Negra, às 15h30min, no centro do Mercado.-

O próximo passo é a instalação de um cofre no local - projeta Miriam Avruch, coordenadora de Memória da prefeitura. - O ritual de culto ao Bará indica que se joguem sete moedas ao orixá. Hoje essas moedas ficam expostas, no chão. Ao serem recolhidas, elas poderão ser doadas.

A tradição das moedas, explica Mãe Norinha, tem relação com o material do assentamento:- O axé está numa caixa de ferro de 20x40cm.

De caráter acadêmico, livro e filme não descartam outras versões menos badaladas da história - como a que indica que o Bará do Mercado teria sido implantado pelos escravos sem a intervenção de Custódio.- Mas foi o príncipe - garante Mãe Norinha. - O que ocorreu é que, no intuito de preservar o Bará, quando foi repassada oralmente, a história muitas vezes acabou distorcida.

Custódio morreu em 1935, aos 104 anos. O nobre africano não formou nenhum filho-de-santo. Porém, seus descendentes se espalharam pelo Estado e foram fundamentais na constituição do batuque no Rio Grande do Sul.

Mais BELA NEGRA do RS


Aos 26 anos, Érica Cardoso Dias, de Caxias do Sul, venceu, no sábado(dia 10/11/2007), o concurso A Mais Bela Negra do RS, derrotando outras 21 candidatas. O evento foi realizado no pavilhão central do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul.

Érica trabalha como professora de musculação e cursa pós-graduação em Medicina do Esporte.

Informe Especial - O que foi decisivo na tua vitória?

Érica - A coreografia e o traje. Tínhamos que apresentar uma dança afro e resolvi compor uma música, baseada no Olodum e na Daniela Mercury. Isso surpreendeu, assim como o traje que eu usei, inspirado em uma tribo africana de Guiné-Bissau.

IE - Você já vinha se preparando para o concurso?

Érica - Sim, desde o ano passado. Em dezembro fui escolhida 1ª Princesa do Carnaval de Caxias e estava pesando 10 quilos a mais. Estava musculosa. Decidi emagrecer para ficar mais feminina.

Ministro Joaquim Barbosa, primeiro Negro a Ocupar uma cadeira STF.

A edição desta semana da revista Isto É elegeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, como o "Brasileiro do ano de 2007". A escolha, no entanto, não foi uma surpresa. O fato de ter levado 40 pessoas acusadas de envolvimento no escândalo do Mensalão - entre elas políticos renomados e líderes do partido do presidente Lula - rendeu a Barbosa uma imagem corajosa diante da sociedade. Primeiro negro a ocupar uma cadeira no STF, Barbosa disse à revista que isto é "clichê", mas não discute a questão das cotas raciais no Brasil. Pelo menos por enquanto: o tema deve ser analisado em breve pelo STF. Mesmo assim, ele tem inserido um conceito de mudança no Judiciário, a começar pela linguagem, que busca a simplicidade. "O Judiciário não sabe se comunicar. A linguagem barroca e rebuscada é o fator do distanciamento do Judiciário do Povo. O povo está distante do Judiciário por falha do Judiciário", afirmou o ministro. O "Brasileiro do Ano" também se emprenha para tornar o Poder Judiciário mais eficiente. Para tanto, acredita que três áreas devem ser combatidas: a desigualdade, o patrimonialismo e o corporativismo. E justifica: as mazelas nacionais e a realidade social são levadas em consideração nas tomadas de decisão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Um pouco sobre RELIGIÃO!


O berço do Mundo

A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yoruba (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil),é um lugar sagrado, onde os deuses al chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra".

"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."

Olódùmarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao
nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún
e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado,
resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grande
Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá,
de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido.
Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as
coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor
que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para
todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com
Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a fazer alguns
sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente,
mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios
poderiam ocorrer.

Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à
"porta do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o
Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho,
com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com
o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu"
(vinho de palma), e põe-se a beber, a tal ponto, que cai totalmente
embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente. O infortúnio começa
acontecer.

Odùduwà
Outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito
"irmão mais novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha
entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos do
Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu.
Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até
Olódùmarè, narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a
Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a Òrìsànlá de
somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua
supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà,
então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor
dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.

Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou,
ora em disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre
munindo a eterna rivalidade.

Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes
às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a
criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente
concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já
tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então
para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da
volta de Odùduwà para o Àiyé.
Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a
ser o primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou
seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e
dos novos seres.

Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun,
divindade feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o
primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa,
e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho
Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.


Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o
intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje
era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era
muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e
com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando
a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai
Odùduwà, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e
por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu
pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida,
desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.

Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de
Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a
traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita
discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão",
ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se
posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha
palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele
passou a ser chamado e conhecido.

Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve ou já
tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior
ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos
Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou
mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente
falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà,
os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yoruba,
portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos
Yorubas".

Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas
devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a
cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò,
pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de
monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram
filhos.

Òrànmíyàn
Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em
Ilê-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos
Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras
ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai
derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com
isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro
Oba Aláàfin de Oyó.
Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais
tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de
Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a
guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta
vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por
sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com
ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí e com ela tem um
filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai
semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.

Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um
poderoso império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta
para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho
Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó.

Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de
Oyó, Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o
e assumindo o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua
dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de
deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin.
(Atual cidade na Nigéria, antigo Reino do Benin, não confundir com a
República do Benin, antigo país chamado Daomé.)

Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão
mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà.

Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de Òrànmíyàn, o povo
de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai.
Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o
terceiro Óòni de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de
Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o tinham chamado para combater
possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias
atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está
destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão
seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de
pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca
mais voltar à Ifé.

Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado
pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele
então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e finca no chão seu òpá
(seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver
foto : Òpá Òrànmíyàn) selando assim o acordo com o povo e volta em uma
procissão triunfante ao palácio de Ifé.

Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade
de Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua
morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de
Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.

Ajaká
O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico,
apático e não realizava um bom governo.
Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de
Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo
rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico,
se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu
em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e
com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de
seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o
terceiro Aláàfin de Oyó.

Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade
menor, Igboho ,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de
Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai
usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que
somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi
roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios
ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta
chama-se Ade Bayánni Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho
que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.

Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras
atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó
e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se,
enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o
fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o
Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto
Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de
Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.

Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após
seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos
: "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."

Sàngó
O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que
se fala de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros
acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.
Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único,
é o pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou
seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam,
pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona
do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà
Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e
muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a
acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras
distintas.

Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé,
portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O
que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o
acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada
por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e
o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o
"ressuscita" como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores,
ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que
pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros,
por paixão.

Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do
panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é,
em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de
várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que
lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais)
e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos
mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe
mencionar.

Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que
agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é
filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e
completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não
tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também
no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê
Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas
do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de
Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá,
de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha
de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância teológica,
somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.

Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó,
somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos
Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que
se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.

NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos,
por vezes dogmáticos, que pertencem ao corpo da tradição oral yorubana.
Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos,
pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela
arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos" artefatos que foram
achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da
longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum
momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria
um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia
praticamente inexistente, pela forma cultural dos yorubas mensurarem o
tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada.
( fonte internet)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

VOCÊ SABIA?


VOCABULARIO AFRICANO
O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana, você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.

Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.

Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos freqüentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"...

Outros vocábulos também vieram de diferentes povos africanos, os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.

Quer um exemplo bem trivial? "Bunda". Essa palavra também é africana, pode ter certeza. Se não fosse por ela, teríamos que dizer "nádegas", que é efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma maneira, em vez de "cochilar", teríamos que dizer "dormitar". Em vez de "caçula", usaríamos uma palavra bem mais complicada: "benjamim". Empolado, não é?

Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe os sons da palavra "moleque" e de "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português.

A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé".

Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade.

Então, axé para você! Mas, antes de terminar, é bom lembrar que hoje é muito comum o uso do prefixo "afro" (relativo à África), em palavras como afro-brasileiro, afro-descendente, afro-americano. Repare que essas palavras, assim como o próprio prefixo, são adjetivos.

E a gramática manda que palavras formadas por prefixos que sejam formas adjetivas sejam separadas por hífen. Ora, "afro" é redução de "africano". Portanto, afro-brasileiro é algo ou alguém com características ou origem africanas e brasileiras e afro-descendente é algo ou alguém que descende de africanos.
( fonte internet)

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