Washington - A chegada de Obama à Casa Branca, com um discurso pós-racial, desperta o sonho de líderes negros americanos. "Espero que a ênfase de Barack Obama de querer mudar as regras do jogo nos ajudará a arrebatar o escudo e a lança daqueles que exploram o tema da raça sem prestar contas", afirma Robert Woodson, ex-ativista negro de direitos civis nos anos 1960, que há dez anos é membro do Partido Republicano."Tenho a firme convicção de que se unirmos nossos esforços podemos deixar para trás algumas das nossas velhas feridas raciais, disse Obama em março de 2008, em um discurso de campanha divisor de águas em sua corrida à Casa Branca.
A cerimônia de terça-feira será o clímax de uma larga caminhada que, politicamente, começou nos anos 1960 com Luther King, afirmam ativistas que se reuniram para um debate nesta quinta-feira no Instituto Hudson de Washington.
Será também um momento para repensar algumas estratégias, afirma William Rapsberry, ex-jornalista e fundador de uma organização de auxílio aos pais de família negros no Mississippi. "Sempre houve barreiras externas e internas para nosso progresso.
Nos anos 1960, as principais barreiras eram externas, independente do que fizéssemos.
Assim, tínhamos que protestar", disse. "Ainda temos problemas, mas a minha opinião é de que os mais importantes que a América negra enfrenta são internos e pedem soluções internas", acrescentou. "Até 1962, 82% das famílias negras eram compostas de um pai e uma mãe.
Em 1920, era escandaloso que 15% das famílias negras fossem extraconjugais", disse Woodson. Atualmente, 70% dos casos de gravidez entre adolescentes americanas ocorrem entre adolescentes negras, de acordo com o ativista. No 11 de Setembro, cerca de 3.000 americanos morreram nos atentados. Entre os jovens negros, em razão da violência, "temos um 11 de Setembro a cada seis meses", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário