Augusto é um negro de estatura baixa magro, que saiu de Palmeira dos Índios em Alagoas, para aproveitar o verão de Santa Catarina, e ganhar um dinheirinho, como muitos nordestinos fazem, vendem queijo coalho, castanhas, etc.
Nesse domingo Augusto estava exatamente em Jurêrê Internacional, na praia, passando com seu saco de castanhas, quando de repente esbarra com um garoto "branco" e o derruba, com todo carinho Augusto o levanta e pede desculpas com toda sua subserviência, mas o pai do garoto irado começa a acusar Augusto chamando-o de "negro sujo" e conclamando outros "brancos" a agredi-lo.
Augusto assustado começa a correr pela praia e uma pequena multidão começa a correr atrás dele gritando: "pega esse negro", e quanto mais Augusto corria mais o numero de pessoas atrás dele crescia.
De repente, Augusto foi percebendo que seus passos crescia de tamanho e ele se afastava cada vez mais da multidão que crescia.
Quanto mais aumentava o numero de pessoas atrás dele... Augusto sentia que ele ia crescendo... de um metro e cinqüenta, Augusto passou a um e sessenta... setenta...oitenta...noventa... dois metros dois e vinte ... e trinta.. e quarenta.
Quando Augusto percebeu ele era o homem mais alto da praia e o mais forte, ele parou olhou para trás, a multidão, estancou apavorada, e cada um deles foi dando meia volta a principio devagar, depois cada um ao percebeu o poder que emanava de Augusto foram aumentando os passos e começaram a correr de volta cada um mais desesperados , brancos, "brancos" morenos, argentinos, paraguaios, negros sem consciência, todos correram de volta para suas vidas vazias, envergonhados.
Augusto aos poucos foi tomando consciência de seu poder...
Daniel Silva Gomes
Professor de artes do Cefet-Ba Unidade de
Ensino de Eunápolis
Artista Plástico graduado pela Escola de Belas Artes da UFBa
Nenhum comentário:
Postar um comentário