O diretor do filme contou que sua inspiração foi o livro Feijoada no Paraíso, de Marco Carvalho e que sua proposta era fazer um resgate de parte da história do Brasil. "É falar de nossas raízes, de nossos mitos, de nossos heróis. Não temos que ter vergonha de nossa cultura, outros povos também têm seus deuses, seus heróis. Não tem ligação com fé ou religião, é uma questão de respeito às tradições e culturas de um povo".
O ator Sérgio Laurentino, que faz o personagem de Exu - a entidade mais temida fora das religiões de matrizes africanas - explica que a entidade nada mais é do que uma força da natureza que liga céu e terra. "Tivemos muito cuidado ao montar o personagem, justamente para quebrar essa idéia de ser do mal, com sangue nos dentes, comparado ao diabo".
Sacramento falou da importância do filme para a cultura negra. "Há uns dez anos era impossível fazer cinema falando da capoeira sobre uma ótica positiva, falar de Orixás - de Exu, nem pensar! É muito bom que tudo isso esteja sendo mostrado, esteja sendo desmistificado. É muito bom ver o negro ser herói no cinema".
Na platéia, prestigiando o filme e os atores, estavam o Ministro da Cultura, Juca Ferreira; o presidente da Palmares, Zulu Araújo e os cantores, Sandra de Sá, Tonho Matéria e Roberto Mendes e a atriz da Banda Teatro Olodum, Eliane Nascimento. Esses artistas também estiveram presentes na sessão solene mista do Congresso Nacional pela manhã, para comemorar a data, quando o ministro aproveitou a oportunidade para pedir apoio aos parlamentares para aprovarem os projetos que envolvem o setor. Em seu discurso Juca Ferreira disse que é necessário acabar com o "apartheid cultural" existente no país.
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