Brasília - O economista Mário Lisboa Theodoro, 53 anos, diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), é o novo Secretário-Adjunto da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e deve assumir o cargo no próximo dia 1º de fevereiro.
Afropress apurou que a transição com o atual secretário executivo, João Carlos Nogueira, até já teria ocorrido e o anúncio da escolha pela ministra chefe, Luiza Bairros, deverá dar início a mudança de toda a equipe dirigente sob a gestão do ex-ministro Elói Ferreira de Araújo.
A nova ministra também já teria escolhido a historiadora Wânia Santana, do Rio, que deverá assumir a Secretaria de Planejamento e a professora Silvany Euclênio, de Ribeiro Preto, cuja função não teria sido ainda definida.
Carreira
O novo secretário executivo da SEPPIR é formado em ciências econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), e é mestre em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Theodoro também é doutor em economia pela Université Paris I – Sorbonne, e pesquisador associado ligado ao Mestrado em Política Social da UnB desde 1.999. Antes de assumir ele foi técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA em 1.986 e 2003 e pertence ao quadro de consultores legislativos do Senado Federal desde 2003.
Ele foi o responsável pelo documento com reivindicações, entregue ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elaborado pelos organizadores da Marcha Zumbi + 10, em 2005, que reuniu cerca de 20 mil ativistas na Esplanada dos Ministérios em Brasília.
A Marcha, que teve como um dos organizadores, o jornalista Edson Cardoso, acabou por expor profundas divisões no Movimento Negro, ao opor publicamente ativistas ligados a Organizações Não-Governamentais, com apoio de instituições internacionais, especialmente norte-americanas, e forte presença na Academia, e ativistas militantes de Partidos políticos – em especial PT e PC do B.
Esses grupos acabariam por realizar outra Marcha no dia 22 de novembro – data que lembra a Revolta da Chibata e o heroísmo de João Cândido. As duas Marchas tiveram audiência no Planalto, porém, o Governo nunca deu uma resposta formal às reivindicações.
Dança das cadeiras
A troca da equipe de comando da SEPPIR deve acontecer na primeira quinzena de fevereiro, segundo apurou Afropress. A nova ministra pretenderia manter apenas Ivonete Carvalho, que assumiria a Secretaria de Comunidades Tradicionais, em lugar de Alexandro Reis, ativista do PC do B e da UNEGRO, que perderia espaço também com a saída do ex-deputado e assessor parlamentar Benedito Cintra.
Além de Reis, outro que deverá deixar a SEPPIR é Martvs Chagas, Secretário de Ações Afirmativas, um dos responsáveis pela articulação que resultou na Secretaria, em março de 2003. Chagas chegou a ocupar o cargo de ministro interino, após a queda da ex-ministra Matilde Ribeiro, exonerada, em fevereiro de 2008, por envolvimento no escândalo dos cartões corporativos.
Ao contrário de informações que, num primeiro momento, circularam na Esplanada, também deverá deixar o cargo, o Ouvidor, advogado Humberto Adami, funcionário licenciado do Banco do Brasil.
Adami foi o único dirigente que, tornou público ter sido recebido por três horas pela nova ministra “o que nunca antes tinha ocorrido”, o que teria sido entendido por alguns, como sinal da prestígio para continuar na nova equipe.
Sabe-se, porém, que, apesar de ser um nome ligado ao grupo político da qual a ministra seria mais próxima e do qual fazem parte figuras como o próprio Edson Cardoso, de quem é cunhado, Sueli Carneiro e Jurema Werneck, o Ouvidor também deverá ser sacado.
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