Quem sou eu
- ASSOCIAÇÃO CACHOEIRENSE DA CULTURA AFRO BRASILEIRA
- Cachoeira do Sul, Rs, Brazil
- Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Um Feliz Natal, 2008 cheio de Conquistas!!
2007 ano de realizações, bons momentos que ficarão guardados em nossos arquivos, agradeço a Deus por ter passado mais um ano, agradeço pela minha família, minha vida!
Agradeço a todas aquelas pessoas que lutam por um mundo melhor, livre do preconceito, racismo e que estão unidos pelo ideal de liberdade.
Fica aqui meu abraço, que em 2008 possamos nos encontrar novamente,um feliz natal e 2008 como já citei antes, cheios de conquistas.
Luciano Ramos
Vice Presidente da ACCA
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Superação Black
Lázaro Ramos,
o Evilásio de Duas Caras, um dos negros em maior evidência no Brasil no momento, curte a boa fase com tranqüilidade. Ele esteve em Nova York no dia 19/11/2007, onde acompanhou a cerimônia de premiação do Emmy Internacional, o Oscar da TV, no qual concorreu ao prêmio de Melhor Ator por sua interpretação como o Foguinho, da novela Cobras & Lagartos (2006). Mas nem sempre foi esta maravilha, antes de viajar, Lázaro declarou à imprensa:
-Já sofri preconceito diversas vezes. Quando você fica conhecido, a fama acaba sendo capa de proteção. Mas não vejo isto como um privilégio, mas como mais um problema.
A atriz Taís Araújo, mulher de Lázaro Ramos, também diz já ter enfrentado preconceito inúmeras vezes. Ela conta que chegou a ser impedida de fazer um comercial de sorvete no início da carreira por conta da cor da pele.
- Negro não toma sorvete? -
questionou Taís na época. Mas a atriz soube superar tudo com competência e com trabalho.
Ela foi a primeira atriz negra a ser a personagem central de uma novela no Brasil - Xica da Silva (Manchete, 1996) - e a primeira a atriz negra a ser a estrela principal de uma novela da TV Globo, em Da Cor do Pecado (2004).
Graças a tudo isso, Taís hoje assume a sua negritude com naturalidade. Não é à toa que está deixando o cabelo no estilo black power - segundo o jornal carioca Extra, um dos mais desejados pelas brasileiras.
- Fico superfeliz com isto! Desde os 11 anos, vinha fazendo relaxamento. Até que eu disse: "Não quero mais nada disso" - liberta-se a atriz.
Gente Nossa
A gaúcha Sheron Menezes, a Solange de Duas Caras, recebeu, no dia 18/11/2007, o Troféu Raça Negra 2007, de Atriz Destaque.
Emocionada no palco, ela homenageou a mãe. - Hoje vim pensando: "Puxa, queria ganhar". Esta festa nos faz refletir e pensar o quanto nós conquistamos, mas ainda temos muito o que fazer - declarou a atriz na cerimônia.
Sheron desenvolve atualmente o projeto Princesa Violeta, um conto de fadas com princesa e família real afrodescendentes, que já está sendo apresentado em escolas da Grande Porto Alegre. Em forma de histórias e de cantigas, a iniciativa deve se estender pelo Brasil:
Benedita da Silva, notória ativista dos direitos dos negros e ex-governadora do Rio de Janeiro, prometeu levar o projeto ao governo fluminense.
Gente Nossa
O ano de 2007 ficará marcado na vida de Flávio Bauraqui como o de sua ascensão na TV brasileira, o ator santa-mariense, que atualmente encarna o motoristas Ezequiel de Duas Caras, foi o ourives Evaldo na novela antecessora, Paraíso Tropical.
A chegada às telinhas ocorreu mais de uma década depois de sua chegada ao Rio de Janeiro - onde trabalhou como porteiro enquanto esperava chances no teatro e no cinema. Foi na sétima arte, aliás, que seu talento se destacou.
Bauraqui atuou em 15 filmes, entre eles sucessos como Quase Dois Irmãos, Madame Satã e Zuzu Angel.A participação em grandes produções, porém, não o faz esquecer de suas origens humildes nem do preconceito que sofreu por causa de sua cor de pele. Para o ator, a maioria dos negros que se destacaram passou por isso.
- Quando vejo um negro fazendo sucesso, fico muito feliz. A questão histórica faz todos os negros sofrerem. Ao fim da escravidão, largaram os escravos sem estrutura nenhuma, e nossa raça está tentando se recuperar disso até hoje - diz.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Encerramento das atividades do ano de 2007
ACCA realiza nesta quinta feira dia 13 de Novembro em sua sede , junto ao Circulo Operário Cachoeirense uma confraternização que contará com sua Diretoria e Sócios convidados, o evento marcará os encerramento das atividades do corrente ano, após ter assumido a Associação em Julho de 2007 o então presidente Evilasio Trindade do Nascimento considera positivo os seis primeiros meses de sua gestão resalta que a participação da sua Diretoria foi muito importante para o êxito dos eventos que promoveram no decorrer deste período como a escolha dos Mais Belos Negros Cachoeirense Adultos e infantis e Semana da Consciência Negra .
Para 2008 o calendário de atividades já está sendo elaborado e contará com uma programação que se estenderá pelo ano todo.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Corte Mais Bela Negra RS 2007
CULTURA
A história oculta do Mercado
Livro e documentário recuperam a história de um assentamento de orixá nos subterrâneos do Mercado Público de Porto Alegre
O príncipe Osuanlele Okizi Erupê desembarcou no Brasil no final do século 19. O mundo novo, para o filho do rei Ovonramwen, da tribo nigeriana dos Benis, era a Bahia ou o Rio de Janeiro. Mas a viagem só chegou ao fim no porto de Rio Grande - local ainda menos central e, portanto, mais distante de sua terra natal assolada pelas disputas por ouro.
Livro e documentário recuperam a história de um assentamento de orixá nos subterrâneos do Mercado Público de Porto Alegre
O príncipe Osuanlele Okizi Erupê desembarcou no Brasil no final do século 19. O mundo novo, para o filho do rei Ovonramwen, da tribo nigeriana dos Benis, era a Bahia ou o Rio de Janeiro. Mas a viagem só chegou ao fim no porto de Rio Grande - local ainda menos central e, portanto, mais distante de sua terra natal assolada pelas disputas por ouro.
Com o nome alterado para Custódio Joaquim Almeida, o nobre africano se estabeleceu em Pelotas. Depois, em Bagé.
Em 1901, segundo relato de seus descendentes, teria sido convidado por Júlio de Castilhos a se mudar para Porto Alegre. Seria o príncipe a última esperança do então presidente do Estado para curar o câncer na garganta que lhe mataria dois anos depois.
Fixou residência à Lopo Gonçalves, 498. Ele e sua comitiva de 48 pessoas, entre familiares e chefes tribais.
Registros de jornais indicam que viveu com pompa e desfrutando de prestígio na cidade. Era proprietário de cavalos de corrida, portava-se em público com elegância e recebia, em casa, líderes políticos como Borges de Medeiros, Pinheiro Machado e Getúlio Vargas.
E também, é claro, a grande população que recém saíra da escravidão e estava em busca de conselhos e proteção.Nos redutos negros de Porto Alegre, a figura de um líder espiritual fazia toda a diferença.
Príncipe Custódio acabou por exercer naturalmente esse papel. Entre suas ações estão os assentamentos de Bará ao longo da Capital. Bará é um dos guias das religiões de matriz africana, é o orixá da abertura de caminhos e da fartura. Assentamento é o ritual de estabelecimento de um local para o seu culto, com a fixação - subterrânea - de um objeto de ferro, pedra ou madeira.Dois desses assentamentos ficavam perto da Igreja das Dores e no próprio Palácio Piratini.
Outros jamais tiveram sua localização revelada - a manutenção do segredo só reforçava seu caráter de proteção; conhecendo sua posição, os detratores das religiões afro ou os ex-senhores de escravos, na visão dos ex-cativos, poderiam destruí-los.O mais marcante deles é o do Mercado Público. Primeiro, porque está num ponto de convergência, construído pelos negros e freqüentado diariamente por 30 mil pessoas de diversas origens. Segundo, por sua resistência: o edifício sobreviveu a três incêndios, em 1912, 1976 e 1979, e à grande enchente de 1941.
Seu santo forte, dizem os babalorixás, deve-se muito ao assentamento que passou a ser chamado de Bará do Mercado.Mas não são muitos os que conhecem essa história. Na reforma do prédio, em meados dos anos 90, os pais-de-santo pediram que a Banca Central, que marca o exato ponto do assentamento, não fosse deslocada.
Foram atendidos em parte - o espaço do Bará continuou preservado, mas sem a escolta da banca e de seu balcão de carnes, presuntos e pães diversos.- Depois daquilo, decidimos nos mobilizar - diz Mãe Norinha de Oxalá. - Porto Alegre não pode desconhecer as suas próprias tradições.
Mãe Norinha idealizou um grupo de trabalho que depois virou a Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras.
Entre as ações da entidade estão o livro e o DVD A Tradição do Bará do Mercado - Os Caminhos Invisíveis do Negro em Porto Alegre. Realizados pela Secretaria da Cultura da Capital e patrocinados pela Petrobras, os dois serão lançados hoje, Dia da Consciência Negra, às 15h30min, no centro do Mercado.-
O próximo passo é a instalação de um cofre no local - projeta Miriam Avruch, coordenadora de Memória da prefeitura. - O ritual de culto ao Bará indica que se joguem sete moedas ao orixá. Hoje essas moedas ficam expostas, no chão. Ao serem recolhidas, elas poderão ser doadas.
A tradição das moedas, explica Mãe Norinha, tem relação com o material do assentamento:- O axé está numa caixa de ferro de 20x40cm.
De caráter acadêmico, livro e filme não descartam outras versões menos badaladas da história - como a que indica que o Bará do Mercado teria sido implantado pelos escravos sem a intervenção de Custódio.- Mas foi o príncipe - garante Mãe Norinha. - O que ocorreu é que, no intuito de preservar o Bará, quando foi repassada oralmente, a história muitas vezes acabou distorcida.
Custódio morreu em 1935, aos 104 anos. O nobre africano não formou nenhum filho-de-santo. Porém, seus descendentes se espalharam pelo Estado e foram fundamentais na constituição do batuque no Rio Grande do Sul.
Mais BELA NEGRA do RS
Aos 26 anos, Érica Cardoso Dias, de Caxias do Sul, venceu, no sábado(dia 10/11/2007), o concurso A Mais Bela Negra do RS, derrotando outras 21 candidatas. O evento foi realizado no pavilhão central do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul.
Érica trabalha como professora de musculação e cursa pós-graduação em Medicina do Esporte.
Informe Especial - O que foi decisivo na tua vitória?
Érica - A coreografia e o traje. Tínhamos que apresentar uma dança afro e resolvi compor uma música, baseada no Olodum e na Daniela Mercury. Isso surpreendeu, assim como o traje que eu usei, inspirado em uma tribo africana de Guiné-Bissau.
IE - Você já vinha se preparando para o concurso?
Érica - Sim, desde o ano passado. Em dezembro fui escolhida 1ª Princesa do Carnaval de Caxias e estava pesando 10 quilos a mais. Estava musculosa. Decidi emagrecer para ficar mais feminina.
Ministro Joaquim Barbosa, primeiro Negro a Ocupar uma cadeira STF.
A edição desta semana da revista Isto É elegeu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, como o "Brasileiro do ano de 2007". A escolha, no entanto, não foi uma surpresa. O fato de ter levado 40 pessoas acusadas de envolvimento no escândalo do Mensalão - entre elas políticos renomados e líderes do partido do presidente Lula - rendeu a Barbosa uma imagem corajosa diante da sociedade. Primeiro negro a ocupar uma cadeira no STF, Barbosa disse à revista que isto é "clichê", mas não discute a questão das cotas raciais no Brasil. Pelo menos por enquanto: o tema deve ser analisado em breve pelo STF. Mesmo assim, ele tem inserido um conceito de mudança no Judiciário, a começar pela linguagem, que busca a simplicidade. "O Judiciário não sabe se comunicar. A linguagem barroca e rebuscada é o fator do distanciamento do Judiciário do Povo. O povo está distante do Judiciário por falha do Judiciário", afirmou o ministro. O "Brasileiro do Ano" também se emprenha para tornar o Poder Judiciário mais eficiente. Para tanto, acredita que três áreas devem ser combatidas: a desigualdade, o patrimonialismo e o corporativismo. E justifica: as mazelas nacionais e a realidade social são levadas em consideração nas tomadas de decisão.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Um pouco sobre RELIGIÃO!
O berço do Mundo
A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yoruba (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil),é um lugar sagrado, onde os deuses al chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra".
"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."
Olódùmarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao
nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún
e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado,
resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grande
Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá,
de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido.
Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as
coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor
que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para
todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com
Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a fazer alguns
sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente,
mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios
poderiam ocorrer.
Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à
"porta do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o
Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho,
com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com
o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu"
(vinho de palma), e põe-se a beber, a tal ponto, que cai totalmente
embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente. O infortúnio começa
acontecer.
Odùduwà
Outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito
"irmão mais novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha
entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos do
Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu.
Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até
Olódùmarè, narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a
Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a Òrìsànlá de
somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua
supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà,
então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor
dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.
Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou,
ora em disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre
munindo a eterna rivalidade.
Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes
às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a
criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente
concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já
tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então
para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da
volta de Odùduwà para o Àiyé.
Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a
ser o primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou
seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e
dos novos seres.
Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun,
divindade feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o
primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa,
e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho
Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.
Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o
intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje
era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era
muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e
com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando
a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai
Odùduwà, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e
por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu
pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida,
desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de
Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a
traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita
discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão",
ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se
posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha
palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele
passou a ser chamado e conhecido.
Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve ou já
tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior
ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos
Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou
mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente
falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà,
os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yoruba,
portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos
Yorubas".
Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas
devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a
cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò,
pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de
monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram
filhos.
Òrànmíyàn
Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em
Ilê-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos
Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras
ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai
derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com
isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro
Oba Aláàfin de Oyó.
Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais
tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de
Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a
guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta
vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por
sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com
ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí e com ela tem um
filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai
semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.
Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um
poderoso império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta
para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho
Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó.
Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de
Oyó, Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o
e assumindo o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua
dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de
deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin.
(Atual cidade na Nigéria, antigo Reino do Benin, não confundir com a
República do Benin, antigo país chamado Daomé.)
Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão
mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà.
Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de Òrànmíyàn, o povo
de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai.
Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o
terceiro Óòni de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de
Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o tinham chamado para combater
possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias
atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está
destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão
seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de
pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca
mais voltar à Ifé.
Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado
pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele
então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e finca no chão seu òpá
(seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver
foto : Òpá Òrànmíyàn) selando assim o acordo com o povo e volta em uma
procissão triunfante ao palácio de Ifé.
Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade
de Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua
morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de
Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.
Ajaká
O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico,
apático e não realizava um bom governo.
Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de
Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo
rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico,
se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu
em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e
com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de
seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o
terceiro Aláàfin de Oyó.
Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade
menor, Igboho ,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de
Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai
usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que
somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi
roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios
ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta
chama-se Ade Bayánni Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho
que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.
Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras
atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó
e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se,
enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o
fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o
Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto
Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de
Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.
Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após
seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos
: "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."
Sàngó
O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que
se fala de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros
acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.
Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único,
é o pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou
seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam,
pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona
do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà
Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e
muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a
acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras
distintas.
Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé,
portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O
que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o
acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada
por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e
o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o
"ressuscita" como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores,
ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que
pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros,
por paixão.
Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do
panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é,
em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de
várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que
lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais)
e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos
mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe
mencionar.
Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que
agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é
filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e
completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não
tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também
no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê
Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas
do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de
Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá,
de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha
de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância teológica,
somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.
Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó,
somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos
Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que
se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.
NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos,
por vezes dogmáticos, que pertencem ao corpo da tradição oral yorubana.
Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos,
pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela
arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos" artefatos que foram
achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da
longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum
momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria
um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia
praticamente inexistente, pela forma cultural dos yorubas mensurarem o
tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada.
( fonte internet)
A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yoruba (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil),é um lugar sagrado, onde os deuses al chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra".
"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."
Olódùmarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao
nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún
e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado,
resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grande
Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá,
de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido.
Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as
coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor
que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para
todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com
Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a fazer alguns
sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente,
mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios
poderiam ocorrer.
Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à
"porta do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o
Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho,
com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com
o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu"
(vinho de palma), e põe-se a beber, a tal ponto, que cai totalmente
embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente. O infortúnio começa
acontecer.
Odùduwà
Outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito
"irmão mais novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha
entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos do
Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu.
Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até
Olódùmarè, narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a
Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a Òrìsànlá de
somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua
supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà,
então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor
dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.
Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou,
ora em disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre
munindo a eterna rivalidade.
Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes
às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a
criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente
concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já
tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então
para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da
volta de Odùduwà para o Àiyé.
Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a
ser o primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou
seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e
dos novos seres.
Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun,
divindade feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o
primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa,
e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho
Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.
Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o
intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje
era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era
muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e
com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando
a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai
Odùduwà, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e
por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu
pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida,
desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de
Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a
traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita
discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão",
ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se
posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha
palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele
passou a ser chamado e conhecido.
Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve ou já
tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior
ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos
Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou
mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente
falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà,
os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yoruba,
portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos
Yorubas".
Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas
devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a
cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò,
pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de
monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram
filhos.
Òrànmíyàn
Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em
Ilê-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos
Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras
ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai
derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com
isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro
Oba Aláàfin de Oyó.
Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais
tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de
Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a
guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta
vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por
sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com
ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí e com ela tem um
filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai
semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.
Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um
poderoso império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta
para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho
Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó.
Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de
Oyó, Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o
e assumindo o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua
dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de
deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin.
(Atual cidade na Nigéria, antigo Reino do Benin, não confundir com a
República do Benin, antigo país chamado Daomé.)
Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão
mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà.
Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de Òrànmíyàn, o povo
de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai.
Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o
terceiro Óòni de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de
Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o tinham chamado para combater
possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias
atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está
destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão
seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de
pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca
mais voltar à Ifé.
Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado
pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele
então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e finca no chão seu òpá
(seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver
foto : Òpá Òrànmíyàn) selando assim o acordo com o povo e volta em uma
procissão triunfante ao palácio de Ifé.
Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade
de Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua
morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de
Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.
Ajaká
O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico,
apático e não realizava um bom governo.
Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de
Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo
rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico,
se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu
em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e
com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de
seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o
terceiro Aláàfin de Oyó.
Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade
menor, Igboho ,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de
Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai
usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que
somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi
roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios
ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta
chama-se Ade Bayánni Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho
que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.
Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras
atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó
e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se,
enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o
fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o
Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto
Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de
Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.
Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após
seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos
: "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."
Sàngó
O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que
se fala de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros
acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.
Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único,
é o pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou
seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam,
pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona
do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà
Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e
muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a
acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras
distintas.
Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé,
portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O
que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o
acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada
por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e
o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o
"ressuscita" como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores,
ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que
pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros,
por paixão.
Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do
panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é,
em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de
várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que
lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais)
e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos
mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe
mencionar.
Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que
agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é
filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e
completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não
tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também
no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê
Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas
do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de
Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá,
de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha
de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância teológica,
somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.
Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó,
somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos
Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que
se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.
NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos,
por vezes dogmáticos, que pertencem ao corpo da tradição oral yorubana.
Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos,
pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela
arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos" artefatos que foram
achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da
longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum
momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria
um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia
praticamente inexistente, pela forma cultural dos yorubas mensurarem o
tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada.
( fonte internet)
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
VOCÊ SABIA?
VOCABULARIO AFRICANO
O português que falamos no Brasil tem muitas palavras de origem africana, você sabia? Isso acontece porque - principalmente durante o período colonial - os negros foram trazidos da África como escravos, para trabalhar na lavoura.
Os africanos trouxeram consigo sua religião - o candomblé - e sua cultura, que inclui as comidas, a música, o modo de ver a vida e muitos dos seus mitos e lendas. Trouxeram ainda - é claro - as línguas e dialetos que falavam.
Os povos bantos, que habitavam o litoral da África, falavam diversas línguas (como o quicongo, o quimbundo e o umbundo). Muitos vocábulos que nós usamos freqüentemente vieram desses idiomas. Quer exemplos? "Bagunça", "curinga", "moleque", "dengo", "gangorra", "cachimbo", "fubá", "macaco", "quitanda"...
Outros vocábulos também vieram de diferentes povos africanos, os jejes e os nagôs (que falavam línguas como o fon e o ioruba). Palavras como "acarajé", "gogó", "jabá" e muitas outras passaram a fazer parte do nosso vocabulário, foram incorporados à nossa cultura. Em geral, trata-se de nomes ligados à religião, à família, a brincadeiras, à música e à vida cotidiana.
Quer um exemplo bem trivial? "Bunda". Essa palavra também é africana, pode ter certeza. Se não fosse por ela, teríamos que dizer "nádegas", que é efetivamente o termo português para essa parte do corpo humano. Da mesma maneira, em vez de "cochilar", teríamos que dizer "dormitar". Em vez de "caçula", usaríamos uma palavra bem mais complicada: "benjamim". Empolado, não é?
Dizem que a língua banta tem uma estrutura parecida com o português, devido ao uso de muitas vogais e sílabas nasais ou abertas. Deve ser verdade, observe os sons da palavra "moleque" e de "gangorra". Parece também que o jeito malemolente (isto é, devagar e cheio de ginga) de falar facilitou a integração entre o banto e o português.
A verdade é que hoje a gente usa tantas palavras africanas que nem repara em sua origem. Quer ver? O que seria do Brasil sem o "samba"? E tem mais: "cachaça", "dendê", "fuxico", "berimbau", "quitute", cuíca", "cangaço", "quiabo", "senzala", "corcunda", "batucada", "zabumba", "bafafá" e "axé".
Para quem não sabe, "bafafá" significa confusão. E "axé" é uma saudação com votos de paz e felicidade.
Então, axé para você! Mas, antes de terminar, é bom lembrar que hoje é muito comum o uso do prefixo "afro" (relativo à África), em palavras como afro-brasileiro, afro-descendente, afro-americano. Repare que essas palavras, assim como o próprio prefixo, são adjetivos.
E a gramática manda que palavras formadas por prefixos que sejam formas adjetivas sejam separadas por hífen. Ora, "afro" é redução de "africano". Portanto, afro-brasileiro é algo ou alguém com características ou origem africanas e brasileiras e afro-descendente é algo ou alguém que descende de africanos.
( fonte internet)
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
BELEZA NEGRA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS
As mais belas negras da escolas municipais foram conhecidas na tarde de sábado em festa na Escola Municipal Dora Abreu. Na categoria juvenil a eleita foi Sirlei Lopes da Cruz, representante da Escola Dora Abreu. Na infanto-juvenil, a escolhida foi Virgínia Ferreira Lopes, da Escola Dora. Na mirim a eleita foi Tatiele Regina Ferreira Lopes, também da Escola Dora. A pequena Aline do Rosário Rodrigues, representou a Escola Dinah Néri, e foi escolhida na categoria belezinha. A escolha integrou o calendário da 19ª Semana da Consciência Negra da escola.
O concurso começou na quinta-feira, com a aplicação das provas teóricas, artísticas, dança e culturais, onde as meninas tiveram que apresentar a comissão julgadora seus conhecimentos sobre a cultura afro. Além da faixa, as eleitas receberam brindes da escola. As nove meninas que concorreram foram eleitas. A tarde de sábado teve também apresentações artísticas afro, grupos de pagode e concurso de penteado e prato afro. ( fonte JP edição de 26/11)
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
OPINIÃO !
"20 de Novembro data de relembrar a luta que nosso Rei Zumbi enfrentou até a morte, mostrar para todos que nossa luta não acabou, que cada dia que passa ainda enfrentamos o racismo, mesmo que seja camuflado, temos que provar a cada minuto que ser negro é valorizar nossas origens e resgatar o valor de nossa cultura afro."
Um abraço a todos, axé
Lisiane Diniz, 1ª Beleza Negra de Cachoeira do Sul 2007 e 2ª Colocada no Musa do Samba Rs 2007
SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
NEGROS QUEREM SEU LUGAR NA COMUNIDADE
Câmara aplaude negros destaques de 2007, os históricos carnavalescos Elusa Alves e Aracy Leite
A Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeira do Sul prestou na noite de ontem uma homenagem a Elusa Alves e Aracy Leite, fundadores da Associação Cachoeirense de Cultura Afro-brasileira (Acca) e personalidades carnavalescas de Cachoeira do Sul, pela passagem do Dia da Consciência Negra. Com apresentação do grupo Olorum, da Escola Liberato Salzano Vieira da Cunha, e do filho de Aracy, André Leite, a data serviu para que as lideranças negras se reunissem e se abraçassem no Dia de Zumbi, que marca a Semana da Consciência Negra no Brasil.
A homenagem pela data reaqueceu um debate cada vez mais presente no cotidiano de Cachoeira: por que mais negros não ocupam lugar de destaque na sociedade cachoeirense? Para o advogado e ex-procurador jurídico do Município João Edgar da Silva Filho, Cachoeira do Sul é comandada por uma sociedade rica e elitizada que, em sua maioria, é branca. A falta de negros com cargos importantes na cidade decorre diretamente da situação econômica dos cidadãos negros, entende João Edgar. “Existe uma dificuldade natural, falta de apoio e de instrução, situação colaborada pelas entidades que não possuem recursos para incentivar os movimentos negros”, completa.
No entanto, o advogado nota uma sensível melhora na auto-estima dos próprios negros em busca de suas oportunidades. “Tudo passa pela consciência de se valorizar a raça negra, e isso deve iniciar na família”, aponta o advogado, citando os filhos, Henrique e Iole, como o maior orgulho de sua vida por dedicarem-se aos estudos e estarem inserindo-se ativamente na sociedade.
DISCRIMINAÇÃO - O administrador do parque industrial da Celetro, Ely Antônio Teixeira Duarte, aponta a discriminação como um fator que ainda precisa ser superado no mundo inteiro. “Apesar de nunca ter sofrido nenhum tipo de discriminação, até mesmo freqüentando espaços onde há somente cidadãos da raça branca, não posso fechar os olhos para uma situação que é claramente vista no contexto mundial”, ressaltou. Conhecido pelos amigos como Martelo, ele revela ter entrado no assunto há poucos dias. “Discutíamos que às vezes o próprio negro sente dificuldade de se impor e conquistar o seu espaço. Porém não podemos utilizar a discriminação como desculpa. Os negros não podem se acomodar, precisam mostrar suas potencialidades”, indicou Teixeira.
A jovem Joice Beatriz dos Santos, 22 anos, segunda-princesa negra do Rio Grande do Sul e acadêmica de Educação Física, confirma o fator discriminação, apontando já ter sofrido isto diretamente quando era estudante. Para Joice, a Globo está retratando na novela Duas Caras a realidade de como os negros são vistos no Brasil, como domésticos e favelados. Para Joice, o caminho para mudar essa visão passa pela educação. “Por isso sou a favor das cotas, afinal sei que em alguma altura da minha vida vou sofrer com a discriminação”, apontou, acrescentando ainda que ao participar de um movimento negro foi discriminada por sua pele ser mais clara. “Infelizmente, o problema existe nos dois lados”, reclamou. Joice acredita que os movimentos e associações de defesa da cultura negra deveriam ser menos divergentes e lutar por um objetivo único para serem reconhecidos perante a sociedade.
Os homenageados na Câmara
Elusa Alves, 70 anos> Além de fundadora da Acca, Elusa Alves também ajudou a formar a Escola de Samba Unidos da Vila, entidade hexacampeã do Carnaval cachoeirense. Atualmente, Elusa preside a Unidos da Vila. Elusa foi diretora da Liga Operária Cachoeirense e presidenta da Liga Carnavalesca Cachoeirense de 2005 a 2006. Foi idealizadora do I Seminário Municipal da Etnia Negra, em 2006, que contou com palestras e exposição de fotos, fantasias e troféus alusivos à cultura negra. No aniversário de 19 anos da Unidos da Vila, em março deste ano, Elusa comandou uma série de atividades despertando a valorização do negro na sociedade.
Aracy Leite, 71 anos> Também fundador da Acca, Aracy iniciou no meio carnavalesco aos 12 anos, no bloco já extinto Os Filhos do Dragão, mesma idade em que começou a trabalhar. É fundador do Clube União Independente, da Escola Artilheiros do Samba, Clube dos Subtenentes e Sargentos e Acca. Campeão por sete anos consecutivos, Aracy vê com tristeza o Carnaval nos dias atuais. “O Carnaval está sepultado em Cachoeira do Sul após um incidente de anos atrás. Para que ele volte a ser exemplo como em outras décadas, é necessário que apareça alguém com muita força e boa vontade, disposto a desempenhar um trabalho com seriedade. Com organização para buscar apoio e verba o Carnaval de Cachoeira pode ressurgir das cinzas”, declarou.
(materia do jornal povo , edição de 21/11/07 http://www.jornaldopovo.com.br/ )
domingo, 18 de novembro de 2007
CALENDARIO SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
A ACCA participa e realiza de 19 a 25 de Novembro a Semana da Consciência Negra com a seguinte programação:
Dia 19/11 - 19 hs Reunião da Diretoria com Bate Papo Cultural
20 h Participação na atividade da EE Marieta , no Bairro Promorar roda de pagode.
Dia 20/11 - Descerramento da Galeria de Fotos dos Ex Presidentes da ACCA, local sede
Dia 21/11 - Palestra sobre Consciência Negra , local CIEP no Bairro Funcap 19:30 h Comunidade e 20:30 h Alunos da Escola
Dia 22/11- Participação na escolha dos Mais Belos Negros das escolas municipais, local escola Municipal Dora Abreu as 15 h
Dia 23/11 - Homenagem ao atual Presidente da ACCA na escola municipal Mario Godoy Ilha na Volta da Charqueada as 19h
20:30 h Palestra com Babalorixa Cleiton de Iemanja local sede
Dia 24/11 - Excursão a Encruzilhada do Sul para prestigiar atividade da ASSECAB( Associação Encruzilhadense da Cultura Afro Brasileira) recem fundada, na oportunidade a ACCA se fará presente com duas equipes de futsal uma masculina e outra feminina.
Dia 25/11 - Escolha dos Mais Belos Negros de Cachoeira do Sul, categorias infantil, infanto juvenil e juvenil inicio as 14h , local sede junto ao Circulo Operario Cachoeirense.
Dia 19/11 - 19 hs Reunião da Diretoria com Bate Papo Cultural
20 h Participação na atividade da EE Marieta , no Bairro Promorar roda de pagode.
Dia 20/11 - Descerramento da Galeria de Fotos dos Ex Presidentes da ACCA, local sede
Dia 21/11 - Palestra sobre Consciência Negra , local CIEP no Bairro Funcap 19:30 h Comunidade e 20:30 h Alunos da Escola
Dia 22/11- Participação na escolha dos Mais Belos Negros das escolas municipais, local escola Municipal Dora Abreu as 15 h
Dia 23/11 - Homenagem ao atual Presidente da ACCA na escola municipal Mario Godoy Ilha na Volta da Charqueada as 19h
20:30 h Palestra com Babalorixa Cleiton de Iemanja local sede
Dia 24/11 - Excursão a Encruzilhada do Sul para prestigiar atividade da ASSECAB( Associação Encruzilhadense da Cultura Afro Brasileira) recem fundada, na oportunidade a ACCA se fará presente com duas equipes de futsal uma masculina e outra feminina.
Dia 25/11 - Escolha dos Mais Belos Negros de Cachoeira do Sul, categorias infantil, infanto juvenil e juvenil inicio as 14h , local sede junto ao Circulo Operario Cachoeirense.
20 DE NOVEMBRO, LUTAR POR IGUALDADE E COMBATER O RACISMO
Já se vão 312 anos da morte de Zumbi dos Palmares, o primeiro herói brasileiro. Quilombo era o nome das localidades, geralmente de difícil acesso naquela época, que os escravos procuravam refugio na esperança de uma vida livre da escravidão. O quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga (atual estado de Alagoas) foi o maior da história, fruto da organização de resistência dos escravos e da população pobre do Brasil até a lei Áurea que em 1988, extinguiu a escravidão. No dia 20 de novembro o mercenário Domingos Jorge Velho com um exército patrocinado pela Coroa Imperial de Portugal e latifundiários numa batalha de durou meses, neste dia assassinou Zumbi acabando com quase cem anos de resistência do quilombo dos Palmares. O quilombo de Palmares é a marca da resistência do povo oprimido contra o colonialismo de Portugal e a covarde e ignorante elite brasileira, a sua população era composta principalmente de escravos que escapava das fazendas da região, mas também por muitos brancos pobres, índios e mestiços de toda ordem A liderança de Zumbi e a resistência. Relembrar a luta de Palmares, sob a liderança de Zumbi é prestar homenagem a coragem do povo brasileiro e continuar na luta para libertação de todo povo oprimido. Para fazer uma reflexão e discussão de como lutar contra o racismo o MNS organiza no dia 20 de novembro o lançamento do livro Divisões Perigosas com a Presença dos co-autores José Carlos Miranda Coordenador Nacional do MNS; Professora Yvonne Maggie Universidade Federal do Rio de Janeiro e Demétrio Magnoli doutor em Geografia Humana USP. O lançamento será reralizado no Centro Cultural de Caieiras rua Argentina 400 - Centro. Informações 4442-7011 ( fonte Internet )
domingo, 11 de novembro de 2007
Qualidade de Vida do Negro Brasileiro
A Síntese dos Indicadores Sociais 2007- Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira - mostra que taxa de analfabetismo de pretos e pardos é mais que o dobro da dos brancos.
No que diz respeito à distribuição da população por grupos étnicos, os dados de 2006 parecem corroborar as tendências já anotadas para a década, de pequeno aumento da participação da população preta (6,9%) e de diminuição, também pequena, da branca (49,7%) e da parda (42,6%). Entre os indicadores sociais para o grupo de brancos, de um lado, e pretos e pardos, de outro, dois conjuntos merecem destaque: os que se referem à educação e os que dizem respeito à participação econômica.
Em relação à educação, as taxas de analfabetismo, analfabetismo funcional e freqüência escolar continuam apresentando diferenças significativas. Em números absolutos, em 2006, entre cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões eram pretos e pardos. As taxas de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foram de 6,5% para brancos e de mais que o dobro, 14%, para pretos e pardos.
A taxa de analfabetismo funcional também era muito menor para brancos (16,4%) do que para pretos (27,5%) e pardos (28,6%). A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade mostrava uma vantagem de 2 anos para brancos (8,1 anos de estudos), em relação a pretos e pardos (6,2). A distribuição por cor ou raça dos que freqüentavam escola com idade entre 18 e 24 anos mostrava também significativas diferenças: enquanto 56% dos brancos nessa faixa eram estudantes de nível superior ou terceiro grau, entre pretos e pardos, o percentual era de 22%. Em 1996, essa distribuição dos estudantes, nessa faixa de idade, era de 30,2% para os brancos e 7,1% para os pretos e pardos. Tais resultados mostram uma melhora para ambos os segmentos em relação à defasagem idade e curso freqüentado.
Uma conseqüência desses diferenciais pode ser percebida entre as pessoas de 25 anos ou mais de idade que alcançaram 15 anos ou mais de estudo, ou seja, haviam completado o nível superior. No Brasil, em 2006, apenas 8,6% possuíam esse nível de escolaridade, sendo que, nesse grupo, 78% eram de cor branca, 3,3% de cor preta, e 16,5% eram pardos. Mais de 12% dos brancos haviam concluído o terceiro grau, enquanto para pretos e pardos a participação não alcançava 4%.
Brancos ganham em média 40% mais do que pretos ou pardos com mesma escolaridade
Os rendimentos médios de pretos e pardos se apresentavam sempre menores que os dos brancos. Mesmo quando são considerados os rendimentos-hora de acordo com grupos de anos de estudo, as diferenças permaneciam, com o rendimento-hora dos brancos em média 40% mais elevado que o de pretos e pardos para uma mesma faixa de anos de estudo.
Em relação à participação na apropriação da renda nacional, a distribuição entre os 10% mais pobres e o 1% mais rico mostrava que, enquanto entre os brancos eram, em 2006, 26,1% dos mais pobres; entre os que estavam na classe mais favorecida, eles representaram quase 86%. Por sua vez, os pretos e pardos eram mais de 73% entre os mais pobres e somente pouco mais de 12% entre os mais ricos. As desigualdades se verificavam em todas as grandes regiões.
Idosos brancos vivem mais que idosos pretos ou pardos
A Síntese de Indicadores Sociais observou uma menor proporção de idosos que se auto-declararam pretos e pardos (41,6%) em relação aos brancos (57,2%). Entre as pessoas de cor branca, 11,7% ultrapassaram os 60 anos, enquanto entre os pretos e pardos, esse percentual cai para 8,6%, refletindo as condições de vida mais precárias das populações preta e parda comparativamente às da branca, do ponto de vista socioeconômico, especialmente, com relação às mais elevadas taxas de mortalidade em diversos grupos etários e também no nível educacional mais baixo. (fonte Mundo Negro, out 2007)
No que diz respeito à distribuição da população por grupos étnicos, os dados de 2006 parecem corroborar as tendências já anotadas para a década, de pequeno aumento da participação da população preta (6,9%) e de diminuição, também pequena, da branca (49,7%) e da parda (42,6%). Entre os indicadores sociais para o grupo de brancos, de um lado, e pretos e pardos, de outro, dois conjuntos merecem destaque: os que se referem à educação e os que dizem respeito à participação econômica.
Em relação à educação, as taxas de analfabetismo, analfabetismo funcional e freqüência escolar continuam apresentando diferenças significativas. Em números absolutos, em 2006, entre cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões eram pretos e pardos. As taxas de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foram de 6,5% para brancos e de mais que o dobro, 14%, para pretos e pardos.
A taxa de analfabetismo funcional também era muito menor para brancos (16,4%) do que para pretos (27,5%) e pardos (28,6%). A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade mostrava uma vantagem de 2 anos para brancos (8,1 anos de estudos), em relação a pretos e pardos (6,2). A distribuição por cor ou raça dos que freqüentavam escola com idade entre 18 e 24 anos mostrava também significativas diferenças: enquanto 56% dos brancos nessa faixa eram estudantes de nível superior ou terceiro grau, entre pretos e pardos, o percentual era de 22%. Em 1996, essa distribuição dos estudantes, nessa faixa de idade, era de 30,2% para os brancos e 7,1% para os pretos e pardos. Tais resultados mostram uma melhora para ambos os segmentos em relação à defasagem idade e curso freqüentado.
Uma conseqüência desses diferenciais pode ser percebida entre as pessoas de 25 anos ou mais de idade que alcançaram 15 anos ou mais de estudo, ou seja, haviam completado o nível superior. No Brasil, em 2006, apenas 8,6% possuíam esse nível de escolaridade, sendo que, nesse grupo, 78% eram de cor branca, 3,3% de cor preta, e 16,5% eram pardos. Mais de 12% dos brancos haviam concluído o terceiro grau, enquanto para pretos e pardos a participação não alcançava 4%.
Brancos ganham em média 40% mais do que pretos ou pardos com mesma escolaridade
Os rendimentos médios de pretos e pardos se apresentavam sempre menores que os dos brancos. Mesmo quando são considerados os rendimentos-hora de acordo com grupos de anos de estudo, as diferenças permaneciam, com o rendimento-hora dos brancos em média 40% mais elevado que o de pretos e pardos para uma mesma faixa de anos de estudo.
Em relação à participação na apropriação da renda nacional, a distribuição entre os 10% mais pobres e o 1% mais rico mostrava que, enquanto entre os brancos eram, em 2006, 26,1% dos mais pobres; entre os que estavam na classe mais favorecida, eles representaram quase 86%. Por sua vez, os pretos e pardos eram mais de 73% entre os mais pobres e somente pouco mais de 12% entre os mais ricos. As desigualdades se verificavam em todas as grandes regiões.
Idosos brancos vivem mais que idosos pretos ou pardos
A Síntese de Indicadores Sociais observou uma menor proporção de idosos que se auto-declararam pretos e pardos (41,6%) em relação aos brancos (57,2%). Entre as pessoas de cor branca, 11,7% ultrapassaram os 60 anos, enquanto entre os pretos e pardos, esse percentual cai para 8,6%, refletindo as condições de vida mais precárias das populações preta e parda comparativamente às da branca, do ponto de vista socioeconômico, especialmente, com relação às mais elevadas taxas de mortalidade em diversos grupos etários e também no nível educacional mais baixo. (fonte Mundo Negro, out 2007)
ZUMBI
A história
Zumbi nasceu livre em Palmares, Pernambuco, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das tentativas de torná-lo "civilizado", Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. Mas Zumbi olhava os portugueses com desconfiança. Ele se recusou a aceitar a liberdade para as pessoas do quilombo enquanto outros negros eram escravizados. Ele rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi torna-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares, Macaco, foi destruída e Zumbi ferido.
Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares.Zumbi é surpreendido pelo cap. Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos).Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695.
Teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para a população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.
Zumbi nasceu livre em Palmares, Pernambuco, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das tentativas de torná-lo "civilizado", Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. Mas Zumbi olhava os portugueses com desconfiança. Ele se recusou a aceitar a liberdade para as pessoas do quilombo enquanto outros negros eram escravizados. Ele rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi torna-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares, Macaco, foi destruída e Zumbi ferido.
Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares.Zumbi é surpreendido pelo cap. Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos).Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695.
Teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para a população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.
Revista LINDA Ano 1 Nº 7 Novembro de 2007
LUTA POR IGUALDADE
Como muitos brasileiros, o funcionário público Luciano Ramos, 34, faz parte do grupo que luta por igualdade e melhores condições para a raça negra. Há cerca de 20 anos ele é um ativista da causa contra o preconceito racial e desde julho é vice-presidente da Associação Cachoeirense da Cultura Afro-brasileira (Acca). Segundo Luciano, entre os objetivos da entidade está chamar a atenção da comunidade para a importância do Dia da Consciência Negra, principal data da negritude no Brasil comemorado em 20 de novembro. “Esse é o dia que temos as forças renovadas para seguir lutando pelo fim do preconceito. É a oportunidade de mostrar um pouco da cultura e dos valores do nosso povo”, observa.
( Revista LINDA é uma publicação mensal do Grupo Vieira da Cunha, Rua 7 de Setembro 1015 , Cachoeira do Sul 51-37229656 www.revistalinda.com.br / linda@lindarevista.com.br)
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Pluralidade Cultural Gera Preconceito
Grupo alerta que somos parte de um todo: cada um complementa o outro com suas diferenças
A Cor da Pele: grupo da Escola Angelina busca valorização das diferentes expressões culturais
Pluralidade cultural é a existência de várias culturas. Pode ser a pluralidade de religião (católicos, protestantes, islâmicos, entre outros), de nacionalidade (japoneses, italianos, brasileiros, entre outros) ou de cor (brancos, negros, mulatos, amarelos, vermelhos). É a pluralidade cultural que faz do mundo um lugar rico. Um mundo rico em cultura. Mas o que é a cultura? São as tradições, os costumes, os valores, as crenças, a educação, enfim, tudo o que é criado pelo homem. Mas não é preciso ir longe para perceber essa pluralidade. Cores, crenças, jeito de vestir, gostos musicais, faixa etária, olhos azuis, verdes e castanhos, condições socioeconômicas... Nossas diferenças estão em vários aspectos: em nossas ideias, na pele, nos traços, nas impressões digitais. Fascinante, não é mesmo? Pena que nem sempre encaramos assim.
Pelo noticiário vemos uma triste realidade: negros são maltratados, jesuítas injustiçados e palestinos isolados, pobres ameaçados. Conflitos, brigas, discussões, tudo por causa do preconceito. Tomemos como exemplo os constantes conflitos no Oriente Médio. Quantas pessoas morrem diariamente por culpa do preconceito? Para os integrantes do grupo A Cor da Pele, formado no início deste ano na Escola Estadual Angelina Salzano Vieira da Cunha, em Cachoeira do Sul, se existisse o respeito pelo diferente não haveria a perda desnecessária de tantas vidas. “O grupo nasceu devido ao fato dos integrantes terem observado a necessidade de trabalhar com os alunos a importância do respeito e igualdade. Não pensamos só na questão do negro, mas em conscientizar que somos todos parte de um todo: um complementa o outro com suas diferenças”, explicam as integrantes Rejane Conceição Rosa, Zaira Mazarém, Naura Lúcia Nunes da Silva e Sirlei Gonçalves da Silva, líderes do grupo e funcionárias da escola.
Na Escola Angelina, o grupo colabora na difusão do respeito à pluralidade através de um painel informativo permanente no pátio, palestras, eventos culturais e oficinas, como uma de percussão que ocorre atualmente, utilizando instrumentos alternativos, fabricados com materiais recicláveis conseguidos através de parceria com empresa local. Para os integrantes do A Cor da Pele, a única forma de combater o preconceito é o que eles chamam de atitude: aceitação pessoal, valorização de si mesmo, auto-estima. “A sociedade nos discrimina ou nos acolhe, cabe a nós escolher o que queremos”, finalizam as líderes.
DUAS PERGUNTAS
O que é preconceito? Como o nome já diz é o pré-conceito, ou seja, uma opinião formada antes de se ter os conhecimentos adequados. Há inúmeros tipos de preconceito, como em relação à outra cor, contra loiras, à outra religião, contra as mulheres, quanto à classe social, contra pessoas com outra orientação sexual, contra pessoas de outra nacionalidade, entre outros.Essa mania é uma herança milenar de nossos antepassados: é biologicamente natural sentir preconceito em relação a quem é diferente. O ser humano tem uma tendência a se agrupar e se aproximar de seus semelhantes. No começo, as pessoas se uniam pela sobrevivência e hostilizavam outros grupos. Depois de formar os “pré-conceitos”, normalmente passamos também a fazer classificações de acordo com algumas características principais que percebemos nos primeiros contatos com certas coisas, pessoas ou grupos. Vamos tomar o exemplo do Zeca: você ouviu falar que ele é um chato, e ele parece estar sempre com cara de bravo. Além disso, ele está um pouco acima do peso para a média da sua sala. A sua mente vai colocar todas essas “informações” (que, lembramos, podem fazer sentido ou não) no “liquidificador” e é bem provável que você passe a associar “gordinhos com cara de bravo” a “pessoas chatas”. A esse tipo de classificação dá-se o nome de estereótipo.Como vimos, é natural que você estranhe pessoas que são muito diferentes e até que você faça algumas classificações grosseiras, como, por exemplo, a de que todo garoto que está acima do peso é chato. Ou seja, é possível entender a dinâmica do preconceito, mas nada justifica atitudes discriminatórias. O preconceito machuca as pessoas e gera sofrimento real e desnecessário.
Dá para acabar com o preconceito? Todos temos preconceitos, em maior ou menor grau. Alguns de nós deixam esse sentimento transbordar para as atitudes, machucando as pessoas, discriminando abertamente ou de forma camuflada. Alguns conseguem lidar bem com esse sentimento, aceitando e respeitando ao máximo as diferenças dos outros. Leis e medidas judiciais podem servir para defender suas vítimas, mas não resolvem o problema na raiz. Então, qual será a saída? O combate ao (próprio) preconceito é uma luta constante que precisamos travar a cada contato, a cada nova amizade, a cada conversa, a cada decisão. Todo mundo pode fazer alguma coisa para ajudar a combater o preconceito.
PARA SABER MAIS
A Cor da Pele
O grupo é liderado por quatro funcionárias da Escola Angelina: Rejane Conceição Rosa, Zaira Mazarém, Naura Lúcia Nunes da Silva e Sirlei Gonçalves da Silva. Além das líderes, o A Cor da Pele também tem o apoio da supervisora escolar Alexandra Rosa da Silva e de três oficineiros voluntários: o músico Fábio Silva, que dá aulas de percussão, a acadêmica de Serviço Social Ana Lúcia Magalhães, que coordena o núcleo de dança afro, e a acadêmica de Educação Física, Juliana Santos, que dá aulas de dança de salão. O projeto envolve alunos de todo o ensino fundamental, pais e a comunidade. As oficinas são atividades permanentes com objetivo de levar os jovens a valorizarem diferentes expressões culturais.
(matéria extraída do JORNAL DO POVO de Cachoeira do Sul edição de 05/11/2007)
Uilian da Silva, O Mais Belo Negro 2007
Uilian da Silva, tem 20 anos e trabalha na Clínica Veterinária Mundo Animal, no ultimo dia 13 ganhou a titulo de Mais Negro de Cachoeira do Sul, para ele a participação no concurso foi fundamental, pois é uma maneira de resgatar origens." O negro não deve se envergonhar, ao contrario , deve se orgulhar de sua raízes." enfatiza o comerciário.
Uilian destaca a Importância da ACCA na sociedade." com a ACCA podemos mostrar nossa historia e conquistar o respeito perante a sociedade."
No próximo dia 10 , Uilian e a corte feminina e o Negro Simpatia vão a Santa Cruz concorrer ao titulo de Mais Belo Negro do Estado, o evento será no Ginásio da Oktoberfest. "espero contar com uma grande torcida." finaliza o belo.
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Preconceito Racial, uma forma de exclusão social
A exclusão social afasta o individuo da sociedade em que vive, o preconceito racial é uma forma de exclusão social bastante comum no mundo , inclusive no Brasil.
Apesar de ser um pais com população em sua maioria negra ou afro- descendente o racismo é uma prática muito frequente por aqui, o que nos faz questionar qual seria o motivo para tamanha discriminação.
Os antecedentes históricos mundiais podem ser considerado como prova de que o negro sempre foi discriminado em todos os aspectos, não tinham por exemplo direito à escola e até a lei do ventre livre ser decretada não tinham direito nem sobre seus filhos, pois estes na hora do nascimento eram considerados propriedades dos senhores , como eram chamados os homens de pele branca que tinham condições financeiras de manter sobre seu poder vários escravos, e quanto maior a quantidade maior seria o seu prestigio na sociedade, é de fato que no marcado de trabalho e na sociedade os negros são menos aceitos que os brancos.
Sabemos que a cor da pele não julga a competência de ninguém , mas infelizmente o preconceito existe e deve ser combatido no Brasil, um pais negro por natureza que ainda não aceitou esta realidade. Os negros devem ser vistos e tratados como pessoas comuns e normais que são e não como inferiores aos brancos, esse é apenas o primeiro passo para a sociedade se tornar menos preconceituosa.
(Fonte, Cristiane Rodrigues do Jornal o Correio, Cachoeira do Sul 27/10/2007)
domingo, 4 de novembro de 2007
Diretoria da ACCA, Gestão 2007/2009
-Presidente: Evilasio do Nascimento Trindade
-Vice–Presidente:Luciano Ramos
-1ª Secretaria: Maria Helena da Silva
-2ª Secretaria: Janete Regina Pereira Machado
-1º Tesoureiro: Julio César Correa da Luz
-2º Tesoureiro: Patrícia Thomaz Fagundes
-Diretora Social: Sonia Maria Severo dos Santos
-Diriretor de Cultura: Sergio Augusto Ramos dos Santos Junior
- Diretor de Patrimônio: Jorge Alberto Freitas Trindade
- Diretor de Esportes: Adriano Pedroso Pereira
- Diretor do Departamento Jovem: Anderson Gomes Rodrigues
-Procurador Jurídico: João Edgar da Silva Filho
-Relações Publicas: Marcelo Luis da Silva Leite
-Presidente do Conselho Fiscal: Leidinara Ferreira Marques
-Presidente do Conselho Deliberativo: Manoel dos Santos Rodrigues
-Oradora: Adriana Luz do Amaral
-Vice–Presidente:Luciano Ramos
-1ª Secretaria: Maria Helena da Silva
-2ª Secretaria: Janete Regina Pereira Machado
-1º Tesoureiro: Julio César Correa da Luz
-2º Tesoureiro: Patrícia Thomaz Fagundes
-Diretora Social: Sonia Maria Severo dos Santos
-Diriretor de Cultura: Sergio Augusto Ramos dos Santos Junior
- Diretor de Patrimônio: Jorge Alberto Freitas Trindade
- Diretor de Esportes: Adriano Pedroso Pereira
- Diretor do Departamento Jovem: Anderson Gomes Rodrigues
-Procurador Jurídico: João Edgar da Silva Filho
-Relações Publicas: Marcelo Luis da Silva Leite
-Presidente do Conselho Fiscal: Leidinara Ferreira Marques
-Presidente do Conselho Deliberativo: Manoel dos Santos Rodrigues
-Oradora: Adriana Luz do Amaral
Diretoria da ACCA, GESTÃO 2005/2006
- Presidente: JÚLIO CÉSAR CORRÊA DA LUZ
- Vice-presidente: LEIDINARA MARQUES
- 1ª Secretária: JOSIANE DE AZEVEDO
- 2ª Secretária: MARIANA NUNES
- 1º Tesoureiro: LUIS MOREIRA GONZAGA
- 2ª Tesoureira: PATRICIA THOMAZ FAGUNDES
- Diretor de Patrimônio: CLAUDIO BIBIANO
- Diretor de Esportes: MARCELO LUIS DA SILVA LEITE
- Diretor Social: SONIA MARIA SURCEDA DOS SANTOS
- Diretor Cultural: EVILÁSIO NASCIMENTO TRINDADE
- Diretor de Eventos: ALESSANDRO RIBEIRO
- Diretor Publicidade: CARLOS EDUARDO MACHADO
- JOSIANE SURCEDA
**** Conselho Fiscal - CLECI MARLI DORNELLES
- JOSÉ EDSON MACHADO SURCEDA
- MANOEL RODRIGUES
- ARACY LEITE
- JANE FARINHA RODRIGUES
**** Conselho Deliberativo - JOYCE BEATRIZ DOS SANTOS
- CÉLIA MARIA DOS SANTOS NUNES
- MARIA HELENA DA SILVA
- ANA LUCIA MAGALHÃES
- Vice-presidente: LEIDINARA MARQUES
- 1ª Secretária: JOSIANE DE AZEVEDO
- 2ª Secretária: MARIANA NUNES
- 1º Tesoureiro: LUIS MOREIRA GONZAGA
- 2ª Tesoureira: PATRICIA THOMAZ FAGUNDES
- Diretor de Patrimônio: CLAUDIO BIBIANO
- Diretor de Esportes: MARCELO LUIS DA SILVA LEITE
- Diretor Social: SONIA MARIA SURCEDA DOS SANTOS
- Diretor Cultural: EVILÁSIO NASCIMENTO TRINDADE
- Diretor de Eventos: ALESSANDRO RIBEIRO
- Diretor Publicidade: CARLOS EDUARDO MACHADO
- JOSIANE SURCEDA
**** Conselho Fiscal - CLECI MARLI DORNELLES
- JOSÉ EDSON MACHADO SURCEDA
- MANOEL RODRIGUES
- ARACY LEITE
- JANE FARINHA RODRIGUES
**** Conselho Deliberativo - JOYCE BEATRIZ DOS SANTOS
- CÉLIA MARIA DOS SANTOS NUNES
- MARIA HELENA DA SILVA
- ANA LUCIA MAGALHÃES
MAIS BELO (a) NEGRO (a)
A Associação Cachoeirense da Cultura Afro (ACCA) realizou no dia 13 de outubro, no Grêmio Nautico Tamandaré a escolha dos Mais Belos (a) Negro (a) de Cachoeira do Sul , o evento animado pelo Banda Raça Junior de Rio Pardo e Grupo Sama de Cachoeira do sul contou com um grande publico que pode conferir uma bela apresentação dos candidatos que mostraram um pouco da cultura afro através da religiosidade com coreografias de orixás, exus guerreiro e pretos velhos, isso mostra que aos poucos a comunidade negra vai perdendo a vergonha de mostrar sua reliogisidade confinada poe seculos de escravidão.
Vencedores
Mais Bela Negra 2007
Jaqueline Alves da Conceição, 17 anos
Escola E Candida Fortes Brandão
Primeira Princesa
Lisiane Diniz , 24 anos
Bloco o Talagaço
Segunda Princesa
Juliete Freitas, 17 anos
Escola E Liberato Salzano
Negra Simpatia
Suélen Gomes, 15 anos
Escola Ciep
Mais Belo Negro
Uilian da Silva, 20 anos
Veterinaria Mundo Animal
Negro Simpatia
Anderson Correia, 17 anos
sábado, 3 de novembro de 2007
ACCA escolhe seus Belos(a) Negros (a) categoria infantil, juvenil, infanto e juvenil
E no proximo dia 25/11 no Circulo Operario Cachoeirense com inicio as 16hs, a Escolha dos Mais Belos(a) Negros(a) de Cachoeira do Sul, categoria infantil de 06 a 08 anos, infanto juvenil de 09 a 11 anos e juvenil de 12 a 14 anos, o concurso é livre a toda a comunidade, incrições na ACCA pela manha após as 10 h e a tarde depois das 15h, o evento terá atrações artistiticas como Regis e Naldinho e Grupo Vai Rolahh.
Excursão para Santa Cruz dia 10/11/2007
A ACCA realiza uma excursão para Santa Cruz no dia 10/11/2007, para a escolha dos Mais Belos(a) Negros (a) fase estadual , saida prevista para as 19h e 30mim da sede social junto ao Circulo Operario Cachoeirense valor 20,00 com ingresso, falar com a Evilasio telefone 3722 22 24.
ACCA realiza semana da Consciência Negra
ACCA realiza semana da Conciência Negra em Cachoeira do Sul de 19 a 25 de novembro de 2007, diversas atividades estão sendo programada como palestras em escolas, mostra de cultura e gastronomia e inauguração da galeria de fotos dos seus Ex Presidentes.
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