S. Paulo - O engenheiro Alexandre Semenoff, morador no Campo Belo, bairro da zona Sul de S. Paulo, foi preso na tarde desta terça-feira (06/10) acusado da prática de injúria racial, por ofensas com frases racistas contra o segurança Délcio Gonçalves, 53 anos.
A pena para esse tipo de crime varia de um a três anos de reclusão. O acusado passou a noite na Delegacia e foi liberado só ontem (07/10), depois da Justiça julgar o pedido de liberdade provisória.
Segundo o segurança, cujo depoimento foi confirmado por duas testemunhas que o acompanharam até a Delegacia, Semenoff, xingou funcionários da escola particular Núcleo Querubim, no final da manhã.
O engenheiro mora ao lado da Escola e costumeiramente reclama do barulho das crianças. Ao sair para passear com o seu cão e passar em frente à Escola, Semenoff teria xingado novamente o segurança. "Sai daqui porque com preto eu não converso", teria dito, ao ser indagado por Gonçalves sobre qual era o problema. O segurança disse que não é a primeira vez que isso acontece.
Polícia
A Polícia foi chamada por funcionários de uma imobiliária que também fica ao lado da escola e o soldado Daniel Gonzaga Costa, 37 anos, negro e formado em letrás, pós-graduando em História da África e conhecer da legislação sobre racismo, levou o engenheiro à Delegacia."É lamentável que em pleno século 21 ainda ocorra esse tipo de situação", disse o soldado.
Leonardo Watermannn, advogado de Semenoff afirmou que "tudo não teria passado de um mal-entendido e que o cliente não teve intenção de agredir.
Segundo, o advogado e ex-secretário da Justiça de S. Paulo, Hédio Silva Jr., do Centro de Estudos das Relações de Trablaho e Desigualdades (CEERT), nos últimos seis anos, foram julgados no país, 1.100 casos de discriminação racial ou intolerância religiosa e destes, mais de dois terços resultaram em condenação.
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