Rio - O capitão da PM carioca Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Salles, que já cumpriam prisão administrativa, agora estão presos preventivamente por não socorrerem o coordenador do Afroreggae, Evandro João da Silva - que agonizava na calçada após ser mortalmente ferido por assaltantes - e ainda levarem uma jaqueta e um par de tênis da vítima.
Os dois oficiais também são acusados de terem liberado os suspeitos pelo crime, que continuam soltos.A prisão preventiva foi decretada pela juíza Yeda Cristina Filizzola. Evandro João da Silva foi morto na madrugada de domingo, no centro do Rio. Os policiais foram filmados na cena do crime, abordando os ladrões que foram depois liberados, e desapareceram com pertences do coordenador do Afroreggae.
Bandidos fardados
Nesta sexta-feira,(23/10), o coordenador do Afroreggae, José Jr. (foto), chamou os policiais de “marginais, criminosos fardados”, ao conceder entrevista no Quartel Central da PM carioca, ao lado do comandante, coronel Mário Sérgio Duarte.
O comandante da PM disse que se sentiu ofendido com os termos usados pelo coordenador do Afroreggae.”Não gostei. Não havia necessidade de o José Júnior ter dito bandidos fardados. Tenho isso como uma ofensa, não porque os PMS cometeram o que cometeram, mas porque declarações desse tipo acabam ofendendo toda a corporação”, reagiu.
Duarte não explicou como deveriam ser chamados os oficiais que, além da omissão do socorro, liberaram os acusados - como mostram as câmeras - e ainda levaram a jaqueta e o par de tênis da vítima.
O governador Sérgio Cabral chamou os envolvidos de “bandidos ao quadrado” e determinou a exoneração do Oficial Responsável pelas Relações Públicas, que minimizou a conduta criminosa dos acusados.Policiais ouvidos pelo Jornal Folha de S. Paulo avaliaram que há indícios de que os PMs Bizarro e Salles tinham algum tipo de combinação com os assassinos do diretor do
Afroreggae.
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