Rio - A ocorrência de abortos clandestinos é maior entre as mulheres negras e pardas no Brasil, do que em mulheres brancas, segundo estudo divulgado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), feito com os dados mais recentes do Ministério da Saúde.
Segundo o estudo, das 565 vítimas de aborto entre 1.999 e 2.005, 50,6% eram mulheres negras e pardas.
A pesquisa da UFRJ também mostra que, embora os homens brancos ainda sejam as maiores vítimas do HIV, no período estudado, a doença avançou mais (44,1%) entre as mulheres negras e pardas, contra 27,7% entre as brancas, 20,4% entre os homens negros e pardos e 0,07% entre os brancos.Segundo o coordenador do estudo, professor Marcelo Paixão, os dados refletem a falta de acesso a políticas públicas. "A exposição a esse contágio está incidindo de forma desigual nesse grupo, provavelmente, relacionado às baixas condições econômicas e de acesso a informações, inclusive, de tratamento da doença, que é gratuito", lembrou.
A publicação da UFRJ mostra também que a população negra e parda, em geral, é a mais afetada por doenças ligadas à pobreza, como a malária, hanseníase e leishmaniose. E, ao contrário de todos os outros segmentos, os homens pretos e pardos têm nos fatores externos, como a violência, a principal causa de morte.
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