O filme brasileiro Besouro, de João Daniel Tikhomiroff, foi incluído na primeira seleção da Panorama, uma tradicional sessão fora de competição do 60º Festival Internacional de Cinema de Berlim, que ocorrerá de 11 a 21 de fevereiro.
O longa será exibido com outras 24 produções, entre elas, as espanholas El Mal Ajeno, de Oskar Santos, e Nacidas para Sufrir, de Miguel Albadalejo, e a argentina Por Tu Culpa, de Anahí Berneri.
A Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, apresentou uma sessão especial do filme em novembro último, no Museu da República, em Brasília. Na ocasião, o presidente da FCP, Zulu de Araújo, lembrou que a capoeira, retratada no filme, é patrimônio cultural brasileiro e que a Fundação está trabalhando para que se torne patrimônio cultural da humanidade.
"A capoeira é uma das manifestações culturais mais conhecidas do mundo. De origem negra, hoje é de todos os brasileiros e faz parte da diversidade cultural do país formada pela influência de vários povos e suas culturas", declarou.
A capoeira, luta criada por escravos trazidos ao Brasil, chegou a ser proibida por decreto até os anos 1930, quando passou a ser permitida desde que acompanhada por policiais e em lugares fechados. A liberação total só veio nas décadas seguintes e, em 2008, virou patrimônio cultural brasileiro.
O filme
Inspirado no livro Feijoada no Paraíso do cartunista e publicitário carioca Marco Carvalho, Besouro é o lendário herói da capoeira brasileira. Um menino que, ao se identificar com o inseto que desafia as leis da física, desafia ele mesmo as leis cruéis do preconceito e da opressão.
Filmado em locações na Chapada Diamantina e no Recôncavo Baiano - e quase nove meses de árduo trabalho de pós-produção - o longa-metragem sobre Besouro Mangangá é um épico em que a fantasia e o registro histórico se misturam no cenário deslumbrante do Recôncavo Baiano dos anos 1920.
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