A Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, repudia veementemente as declarações do cônsul geral do Haiti no Brasil, George Samuel Antoine, no último dia 14. Segundo ele, o terremoto que devastou a capital daquele país, Porto Príncipe, foi bom porque trouxe visibilidade ao país. "A desgraça de lá está sendo boa para nós aqui". E atribuiu a culpa do terremoto à religião ao dizer que "de tanto mexer com macumba o povo africano chama para si a maldição".
Esta é uma declaração racista, discriminatória e preconceituosa contra os africanos e contra as religiões de matriz africana", esclarece o presidente da Fundação, Zulu Araújo.
Segundo Zulu, qualquer mal entendido nesse sentido prejudica todo o trabalho que é desenvolvido contra o preconceito e a intolerância religiosa. "É um grande prejuízo para a população como um todo, não só para os afrodescendentes. Este discurso é um retrocesso e vai na direção contrária ao trabalho desenvolvido por instituições como a Palmares".
A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas ressalta no seu artigo 18 que "todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, e que este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular".
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