Quem sou eu

Minha foto
Cachoeira do Sul, Rs, Brazil
Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Pensamento afro-latino vai a debate em Setembro próximo no Brasil

O legado produzido dentro e fora dos continentes africano e latino americano, sua abrangência e herança cultural serão debatidas de 25 a 27 de Setembro próximo, durante o IX Congresso da Associação Latino-Americana de Estudos Africanos e Asiáticos, a ser realizado no Brasil.
O evento, que vai ter a participação de especialistas internacionais de antropologia e história, tem como objectivo reforçar o trabalho de pesquisa desenvolvido em espaços académicos, em diferentes momentos sócio-históricos, por figuras e grupos exponenciais, da constituição do pensamento afro-latino americano, demarcadoras de um fazer sócio-político e cultural.
De acordo com o sítio do congresso (www.aladaab.com.br), as inscrições dos especialistas interessados em participar nesta análise do “pensamento afro-latino americano” deve ser feita até segunda-feira, 30.
Às propostas aceites, os escolhidos deverão pagar a sua inscrição até ao dia 10 de Agosto do corrente. Projectado igualmente para promover a reflexão académica sobre o pensamento afro-latino americano e suas representações e ressignificações identitárias de lideranças em diáspora, o congresso levará à apreciação dos presentes assuntos que reflectem o interesse e a preocupação da comunidade afro-latina como um todo.
No tocante aos desafios impostos pela globalização nos seus aspectos económicos, e a expansão das práticas que compõe o neoliberalismo, o evento procurará buscar, a partir das inúmeras contribuições, elementos que realçam o fortalecimento dos movimentos afro-diaspóricos, assim como a instauração de políticas públicas, no âmbito do ensino superior que valorizem a história e a cultura afro-americana.
O sítio do evento destaca ainda que estão a ser construídos na actualidade mecanismos para a transformação consistente e positiva do real estado da cultura afro-latina nos dias de hoje, um tema, que segundo os organizadores mostra-se urgente, já que é na dimensão dos encontros que o novo pode emergir.
O Centro de Estudos Afro-Asiáticos – Ceaa – da Universidade Cândido Mendes, foi criado em 1973. Tendo de um lado, o período efervescente da História do Continente Africano, marcado pelo processo de independência das colónias portuguesas e, de outro, o ressurgimento do Movimento Negro no Brasil.
O centro construiu nestes 26 anos de existência um acervo académico de prestígio internacional, que o credenciou como instituição de referência para assuntos dos continentes africano e asiático e das relações económicas, políticas, comerciais e culturais.
O Ceaa é associado à Associação Latino Americana de Estudos Afro-Asiáticos – Aladaa – que tem por objetivos principais promover intercâmbios acadêmicos e divulgar informações sobre Ásia e África; colaborar com os centros de estudos na América Latina para
formação de professores e pesquisadores sobre Ásia e África.

sábado, 28 de junho de 2008

CEM ANOS DA MORTE DE MACHADO DE ASSIS E CINCO ANOS DA LEI 10.639/2003

Em artigo, Elizabeth Brose aponta que Machado, mulato, neto de escravos e órfão, foi criado por uma mulata e, para sobreviver, vendia na rua quitutes. Hoje, textos desconhecidos de Machado são revelados e relacionados à sua vida.
O Brasil lembra em 2008 da obra Machado de Assis. O contexto é novo, pois, há cinco anos, a LDB/Lei 10.639/2003 inclui na Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. Os textos de Machado são, por isso, revistos sob a perspectiva do art.1, ou seja, da História da África e dos Africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e do negro na formação da sociedade nacional.
Nesse momento, Eduardo de Assis Duarte publica o livro Machado de Assis: afro-descendente2, em que textos desconhecidos de Machado são revelados e relacionados à sua vida. Segundo Nei Lopes, em Dicionário Escolar Afro-Brasileiro3, Machado, mulato, neto de escravos e órfão, foi criado por uma mulata e, para sobreviver, vendia na rua quitutes preparados por sua madrasta. Estréia aos quinze anos na literatura pela mão do também afro-brasileiro Paula Brito, começando carreira duplamente promissora: a de jornalista e a de escritor. Machado não era rico ou descendente da burguesia, mas funcionário que, por mérito da obra, convive de igual para igual com a elite do império.
As narrativas mais lidas de Machado de Assis certamente se utilizam de estratégias que compõem “uma literatura de brancos, uma literatura para os brancos” (DUARTE, 2008)4 - literatura compreendida como sinônimo de integração entre leitor e obra. O primeiro recenseamento feito no Brasil, por volta de 1876, aponta que 84% dos brasileiros eram analfabetos. A elite branca lia seus textos e, por isso, o tema da afro-brasilidade surge de modo dissimulado.
Machado, o autor de Pai contra mãe, escreve para um pequeno grupo, explicando vez por outra os modos de vida de outros grupos sociais, a penúria que levaria um homem a caçar escravos fugidos e por que a Roda dos Inocentes solucionaria o futuro do filho da costureira e do pai sem profissão.
Harold Bloom, pesquisador de Yale, reconheceu que Machado é o maior escritor afro-descendente e que sua obra estaria acima das questões do racismo, mas há um Machado desconhecido do público. As crônicas que tratam das condições de existência do negro, por exemplo, em que Machado se utiliza de pseudônimos como Lélio, João das Regras, Policarpo, Dr. Semana e outros. Escondendo sua assinatura, ele protegia seu cargo de funcionário público, já que ele era homem de confiança do governo imperial.
Sob o pseudônimo de Dr. Semana, Machado apresenta o apreço pelos pró-abolicionistas mesmo antes da campanha se fortalecer. Ele sublinha a louvável atitude do Sr. Dr. Miguel Tavares “contra as mulheres que forçam escravas à prostituição” e “seu principal objetivo era a punição dos traficantes. Um bravo ao nosso denodado colega” (MACHADO, in DUARTE, 2007, p. 30). Machado não defende o racismo por meio da estereotipação do negro, mas, ao contrário, denuncia o racismo ao contar sobre as relações assimétricas entre escravos e senhores e as injustiças praticadas.
As atuais pesquisas sobre a obra de Machado de Assis ampliam os debates da área de literatura, alertam para a ausência da disciplina “Literatura Afro-brasileira” nos currículos de graduação e pós-graduação da maioria dos cursos de Letras instalados no Brasil, mantendo intacto o silêncio que leva ao desconhecimento público de textos do autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas.

MPF quer que fora do ar TV que discrimina negros

Limeira - O Ministério Público Federal em Piracicaba (SP) quer a cassação da concessão da Fundação Orlando Zovico, que mantém o canal educativo de televisão em Limeira (interior de SP), por apologia à violência e a discriminação aos negros e desrespeito aos direitos humanos no programa policial A Hora da Verdade.
A Ação Civil Pública, nesse sentido, foi proposta esta semana pelo procurador Fausto Kozo Kosaka. Segundo o procurador, em 28 de janeiro deste ano, o apresentador do Programa, que é líder de audiência na região, Ivann Gomes, ao entrevista um músico negro para um programa de entretenimento fez a seguinte afirmação: "Esse cabelo era pra ter nascido no c*! É muito ruim, cara!". Na edição do Programa, Gomes usou, de acordo com o procurador, pelo menos mais 11 palavrões
.O programa, no estilo sensacionalista e mundo cão, mostrava cenas de nudez, sexo e violência explícita. Em edição recente, seu apresentador disse que cortaria com facão, os bagos de um homem acusado de abuso sexual.O fundador da TV Jornal, o empresário Orlando Zovico (na foto à direita) disse que é vitma de “perseguição política”, mas admitiu “escorregões” na atração de sua emissora.
Empresário do setor de radiofonia, Zovico é proprietário do Sistema Jornal de Rádio e Televisão, com emissoras de rádio e TV na região de Limeira. Também atua como dirigente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (ABERT), sendo diretor eleito para o biênio 2004-2006. Também é dirigente da Associação das Emissoras do Estado de São Paulo, onde foi presidente da diretoria.ssoras de Rádio e Televisão.Na ação, o MPF pede também que a União, por meio da Anatel, seja obrigada a fiscalizar a concessão da emissora.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Justiça barra cota a advogados negros

Cachoeira do Sul- A juíza Ana Lúcia Miglioranza deferiu limi-nar que determina que a nomeação dos aprovados aos cargos de advogado no concurso público da Prefeitura seja feita pela ordem de classificação. A ação para barrar a reserva de cota aos afrodes-cendentes e portadores de necessidades especiais foi impetrada por três advo-gadas cachoeirenses, Ma-riele Figueiredo, Patrícia Araújo e Juliana Flores, respectivamente classificadas em terceiro, quarto e quinto lugares no concurso que oferecia cinco vagas ao cargo disputado. Considerando as cotas, as advogadas não seriam chamadas para compor o quadro de funcionários de carreira da Prefeitura mesmo conseguindo notas mais altas do que as dos negros (duas vagas) e deficientes (uma vaga).
Mariele, Patrícia e Juliana alegaram que a lei municipal que reserva 30% de vagas para negros em concursos públicos de Cachoeira do Sul é incons-titucional, pois partiu do Legislativo, contrariando a Constituição, que prevê que legislar sobre servidores públicos municipais compete ao Executivo. As advogadas observaram ainda que o edital do concurso não era claro quanto às reservas de vagas, pois não estabelecia a quantidade de cargos reservados a negros e deficientes. A juíza Ana Lúcia despachou liminar ontem concordando a contestação das advogadas. “O edital estabeleceu genericamente cinco vagas ao cargo de advogado, e ao referir acerca das vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais e aos afrodescenden-tes omitiu em estabelecer quantas seriam. Inclusive, quanto aos afrodescen-dentes, simplesmente remeteu os candidatos interessados em inscrever-se nesta condição”, declarou a juíza em sua decisão.
A magistrada Ana Lúcia salientou ainda que a falta de previsão da quantidade de vagas às cotas afasta do conhecimento dos inscritos as regras claras para o preenchimento dos cargos oferecidos na Prefeitura. A juíza também concordou que lei municipal de reserva de vagas para negros é inconstitucional e que para ter validade deveria ter sido apresentada pela Prefeitura, nos moldes do que estabelece a Constituição Federal. Já a lei de reserva de vagas para deficientes é federal e foi apresentada pelo Executivo. Ana Lúcia determinou que seja mantida a ordem clas-sificatória geral do concurso público, permanecendo Mariele Figueiredo em terceiro lugar, Patrícia Araújo em quarto e Juliana Flores em quinto. A decisão é exclusiva ao cargo de advogado, o que deverá motivar o encaminhamento de ações de prejudicados em outros cargos do concurso com as cotas a negros e deficientes.
ANÁLISE - O prefeito Marlon Santos terá 10 dias para contestar a liminar da Justiça a partir da data em que for notificado. Ontem ele ainda não havia sido informado oficialmente da decisão liminar da juíza. “Vamos estudar se cabe ou não contestar a decisão”, antecipou o prefeito Marlon Santos, um defensor da reserva de vagas para negros em concursos públicos. Os negros e deficientes que ficariam com as vagas nas cotas também serão notificados e ouvidos pela Justiça no decorrer do processo. Porém, a li-minar determina que Marlon não nomeie os classificados nas cotas enquanto o mérito da ação não for julgado. Se ele chamar advogados, terá de ser pela ordem de classificação geral.

Listão do concurso
SEM COTAS
NOME NOTA


1º JONAS ERNANDE SCHMITT 92,052º


FABIO SCHMIDT SCHAURICH 85,303º


MARIELE LINDEMANN FIGUEIREDO 84,104º


PATRICIA ARGUILAR ARAUJO 80,005º


JULIANA CRUZ FLORES 79,40


COM COTAS


NOME NOTA


1º JONAS ERNANDE SCHMITT 92,052º


FABIO SCHMIDT SCHAURICH 85,30


COTA DOS NEGROS


9º IVO DANIEL MARQUES 74,10


29º SIMONE SANTOS NUNES 64,70


COTA DOS DEFICIENTES


16º RAFAEL ROCHEMBACH 72,05





FONTE: Prefeitura , texto http://www.jornaldopovo.com.br/

Gente que Faz

Adriana Santos é professora formada em Pedagogia e é Mestre em Educação. Coordena a implantação da Lei 10.639/03 na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, cidade que vem se torando referência na assessoria pedagógica das relações étnico-raciais pelos múltiplos trabalhos que realiza.
Fonte: ccnrs

Justiça quer confirmar se escolas ensinam cultura afro-brasileira no Rio

RIO - Uma liminar concedida, na última segunda-feira, pela juíza Teresa de Andrade Castro Neves, da 2ª Vara de Fazenda Pública, determina uma perícia nos currículos de escolas particulares e públicas do Rio de Janeiro para verificar se elas estão cumprindo a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o estudo de cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio. Os estabelecimentos terão cinco dias para apresentar seus currículos.
A lei federal, de 9 de janeiro de 2003, estabelece que o conteúdo programático inclua o estudo de História da África e dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e do negro na formação da sociedade nacional.
Fonte: Fundação Cultural Palmares

Milton e Glória abordam racismo em livro


Rio - O ator da Globo, Milton Gonçalves e a jornalista Glória Maria, ex-"Fantástico", decidiram escrever juntos um livro sobre racismo. A idéia, segundo o ator, é dar dicas bem-humoradas para que os negros não caiam "em armadilhas"."O povo que mais conta piada sobre si próprio é o judeu. Nem por isso eles são mais sofredores", disse Milton à Folha."Ir para o humor, como fazem os seriados norte-americanos, pode ser uma saída para desmistificar e não deixar os negros ofendidos", analisa o ator.
Milton diz que os negros muitas vezes se deparam com pessoas que gostam de contar piadas racistas. "Posso falar um palavrão? Tem uma piada assim: "Você sabe o que um negro tem mais que o branco? Tem mais é que se f..." Podemos alertar no livro para essas possíveis formas de agressão, para que o negro, quando ouvir isso, conheça a resposta e possa desarmar a piada. O desafio é achar a forma que não ofenda lá nem cá, que seja esvaziadora dessa dor profunda e secular." De acordo com Glória, o livro está sendo negociado com editoras.

Primeira negra candidata em Pelotas

Pelotas - A dona de casa Maria Rejane Medeiros Terres, 38 anos, mãe de sete filhos, será a primeira mulher negra a disputar a Prefeitura de Pelotas (RS), cidade a 250 Km de Porto Alegre. Ela foi escolhida candidata neste sábado (21/06), pelo Partido Verde para disputar a Prefeitura da cidade nas eleições de outubro.
Maria Rejane se criou no Bairro Simões Lopes, e tem apenas o ensino fundamental. Ela disse que sonha com um país diferente, onde exista igualdade de condições para todos e que se acabe com as falcatruas praticadas pela maioria dos políticos.
O Partido Verde de Pelotas – cidade predominantemente branca e com forte presença de imigrantes italianos -, tem como prioridade a inclusão das minorias.O candidato a vice é Nereu Morales. O PV pelotense ainda lançará nove candidatos a vereadores.

O centenário da Umbanda em Rio Pardo

O Grupo Assistencial e Cultural João Candido promove o 1º Encontro de Umbandista e Africanista de Rio Pardo, data 25 de Junho de 2008 com a seguinte programação:
19h Palestra na Camara de Vereadores, ministrada pelos membros do Conselho Estadual de Umbanda e dos Cultos Afro do Rio Grande do Sul com o tema: “O Centenário da Umbanda”.
21 h Sessão de Umbanda na Associação Beneficente Reino de Oxum, situada a rua 1° de Maio, 84, Bairro Praça da Ponte
Evento esse em comemoração dos 100 Anos da Umbanda no Brasil, maiores informações pelo fone (51)3731 52 19.
Fonte: Departamento Municipal de Cultura Negra de Rio Pardo-Rs

sábado, 21 de junho de 2008

'Vozes negras no Brasil' premiado em Nova Iorque

A série de doze programas de rádio produzida pelos repórteres Railda Herrero e Mario de Freitas, do serviço brasileiro da Rádio Internacional da Holanda, intitulada "Vozes Negras no Brasil - Especial sobre Afrodescendentes", ganhou medalha de prata no Festival Mundial de Rádio de Nova Iorque de 2008. A premiação acontece em 19 de junho, na cidade que é a mais multicultural dos Estados Unidos e foi fundada por holandeses.Vozes Negras no Brasil apresenta uma radiografia apurada da realidade dos afrodescendentes sob o ponto de vista deles. De Norte a Sul do país, os entrevistados falam de suas realidades, de seus sonhos, de sua cultura.
Esses depoimentos, repicados de musicalidade afro, compõem um mosaico que retrata o cotidiano dessa população, que representa 49% do povo brasileiro. É a primeira vez que apenas em uma série de programa de rádio há um retrato bastante detalhado dos mais de 80 milhões de afrodescendentes no Brasil, a partir do enfoque dos protagonistas.
A cor da metade do paísNo Brasil, quase metade da população se auto-reconhece como afrodescendente. No entanto, apesar de ter a segunda maior população de negros no mundo, os indicadores sociais brasileiros mostram que a pobreza tem cor: é negra.
Nessa série, os repórteres colheram depoimentos de lideranças afros de diversas regiões do Brasil. Eles fazem um balanço da realidade vivida por quem enfrenta diariamente as diferenças registradas nos indicadores sociais.
Um dos assuntos dessa série de programas é o "racismo cordial" existente na sociedade brasileira. Apesar do preconceito racial, os entrevistados detalham as melhorias conquistadas nos últimos trinta anos, decorrentes também dos avanços do movimento negro.TemasNos diferentes programas são abordados ainda temas como educação, religiosidade afro, saúde, cultura e música.
E há uma mostra de algumas manifestações culturais típicas e da forte influência afro no país. A série ainda apresenta retratos do mundo de diferentes comunidades remanescentes de escravos fugitivos. E mostra o papel forte das mulheres nestas e em outras diferentes comunidades afros.
A proposta do Bureau Brasil da Radio Nederland era dar uma pequena contribuição ao debate sobre a realidade do negro no país. O projeto contou com o apoio da agência holandesa de cooperação para o desenvolvimento Cordaid.

Alcione promete esquentar o clima na capital paranaense

“Está muito frio aí?”, pergunta a cantora Alcione ao saber que está falando, por telefone, com um repórter de Curitiba.
Ao ser respondida que, amanhã, quando vem à capital para uma apresentação no Teatro Positivo, o clima deverá estar um pouco mais ameno, ela pondera: “se Deus quiser. Mas estou levando todos meus panos”.
Preocupada, a sambista lembra que veio de uma terra quente - nasceu no Maranhão - e pede, ainda, pensamento positivo dos fãs, “para o clima ajudar”.
Mas frio certamente é o que não será o show da Marrom. Com 32 anos de carreira e 33 álbuns lançados, ela escolheu um repertório bem amplo para apresentar aqui, junto com sua banda completa.
“São músicas que as pessoas já conhecem bastante”, diz a cantora, revelando que, do último trabalho, serão tocadas apenas quatro canções. “O restante é de músicas que gosto de cantar, que eu venho interpretando ao longo da minha carreira”, completa.
Um ponto alto do espetáculo deverá ser um tributo ao cantor e compositor Jamelão - que faleceu no último sábado (14), aos 95 anos, no Rio de Janeiro - , companheiro de Alcione na escola de samba Mangueira por cerca de 30 anos. “Tem que ter!”, diz a sambista sobre a homenagem. Ainda mais porque será a sua primeira apresentação fora do Rio, depois da morte do cantor.
O tributo virá em Pedra 90, canção que a cantora gravou em 2005 para o álbum Uma nova paixão, e que ela já costuma apresentar há alguns anos em seus shows. Alcione nunca escondeu a identificação que tinha com o intérprete. Ela já se declarou, inclusive, “um Jamelão de saias”. “Além de sambista, como eu, ele também gostava de cantar músicas românticas”, conta.
“É uma tristeza”, diz Alcione sobre a perda de Jamelão. “Mas, ao mesmo tempo, ele descansou”, deduz, referindo-se aos vários problemas de saúde que o intérprete vinha tendo ultimamente. “E ele trabalhou muito, já cumpriu a missão dele.” A cantora finaliza: “quem ganha é o céu, que agora está com tudo”.

Missa de sétimo dia de Jamelão foi nesta sexta

Foi realizada às 20h desta sexta-feira (20) a missa de sétimo dia do cantor e compositor José Clementino Bispo dos Santos, o Jamelão, que morreu no último sábado (14), aos 95 anos.
A cerimônia foi aberta ao público e aconteceu na quadra da Mangueira, na Rua Visconde de Niterói, 1072, no subúrbio do Rio.
Sambista recebeu homenagens Recentemente, a prefeitura do Rio decidiu homenagear Jamelão, Por decreto publicado no Diário Oficial da prefeitura no dia 17, a área da Concentração do Desfile das Escolas de Samba do Sambódromo passa a se chamar "Área José Bispo Clementino dos Santos - Jamelão", e a estação de trem da Mangueira ganha o nome de Estação de Trem da Mangueira - Jamelão.
Considerado o maior intérprete de samba-enredo de todos os tempos, o cantor foi a voz da Estação Primeira de Mangueira por 57 anos - de 1949 a 2006.



quinta-feira, 19 de junho de 2008

ACCA completa 8 anos de atividades




No dia 19 de Junho de 2000, conforme Ata de Fundação , reuniram-se as 20h e 30 minutos na sede do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Vila, com objetivo de fundar uma entidade para congregar os indivíduos da etnia negra de Cachoeira do Sul, as seguintes pessoas: Aracy Rodrigues Leite, Irene Rosa, Joana Luiza Farinha Rodrigues, Vânia Pereira, Dorizaine Rodrigues da Silva, Ilo Renato Correa Brasil, Gilberto Mariano, Luiz Francisco Oliveira da Silva, Neli Cardoso, Jocelaine Marilia Cardoso, Sonia Maria Severo dos Santos, Ana Lucia da Silva Magalhães, Josiane S.Sucerda, Joice Beatriz dos Santos, Nelis Regina Correa Rodrigues, Noeci Terezinha Correa, Caroline Orquiz Silva, Priscila Souza Lopes, Maria Eloa dos Santos, Manoel de Oliveira Rodrigues, Joao Edgar da Silva Filho,Valdeci Antonio Rodrigues, Ivouny Dargélio Maciel e Ide Santos Nunes.
Sendo assim foi criada a ACCA que tem por objetivos pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os custumes da raça negra, realizar atividades recreativas, desportivas e filantrópicas no seio do seu quadro social e toda a comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social , econômica e politica da etnia negra em Cachoeira do Sul, Estado e País.
Hoje passado 8 anos, gostariamos de agradecer a todas essas pessoas que acreditaram e acreditam que o mundo pode ser melhor, que nós negros apesar de todo o sofrimento de nossos antepassados e pela luta iniciada por eles nos da força para nunca desistir de levar o nome da ACCA por todos os cantos possiveis, trabalhando pela cultura, educação, pelo fim do racismo por um mundo sem preconceitos raciais, emfim pela verdadeira libertade do nosso povo.
Fotos:
A- Sr Aracy Rodrigues Leite e a Srª Elusa Rodrigues Alves recebendo homenagen da Camara Municipal de Vereadores na Semana da Consciência Negra de 2007.
B- Departamento Feminino da ACCA em atividade alusiva ao Dia Internacional da Mulher 2008
C- Membros da Diretoria em atividade alusiva a Semana da Consciência Negra 2007.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

MUSA DO SAMBA






Fotos do MUSA DO SAMBA 2008






Fotos do MUSA DO SAMBA 2008






ACCA ESCOLHE MUSA DO SAMBA

A Nova Musa do Samba de Cachoeira do Sul foi escolhida no dia 07 de Junho , tendo como local o Gremio Nautico Tamándaré, Liliane Santos Silva 20 anos foi escolhida pela Comissão Julgadora, o evento foi promovido pela ACCA e apesar do mal tempo teve um bom publico, tambem foram eleitas 2ª Princesa Daniele Francine Lima dos Santos, 15 anos e Taciane Silveira 16 anos e como Simpatia Fatima Vieira Silveira 23 anos, agora as três eleitas participaram da etapa estadual em Santa Cruz provalvelmente no mês de Setembro.

Servidão Voluntária x Liberdade

A natureza não pôs ninguém em servidão, mas em companhia. Porém, através de algumas formas de governos e técnicas de adestramento, o homem foi sujeitado à servidão. Para Boétie há - até mesmo no reino dos bichos - uma resistência à servidão.
Os bichos capturados demonstram "mais langor que vida e que continuam vivendo mais para lamentar sua liberdade perdida do que para se comprazer na servidão". O desejo é permanecer livre, pois as reações dos animais à servidão revelam-nos que eles servem não por sua vontade, mas por uma imposição dos homens. Assim, "todas as coisas que têm sentimento, sentem o mal da sujeição e procuram a liberdade". Os bichos, mesmo feitos para o serviço dos homens, somente conseguem a costumar-se a servi-los com o protesto de um desejo contrário.
Antropologicamente, o homem foi desnaturalizado de sua liberdade. Ou seja, ele perdeu a lembrança do seu primeiro ser e o desejo de viver francamente a liberdade. Isso somente foi possível a partir do momento em que o homem foi submetido à três tipos de tiranos: monárquicos, autoritários e democráticos. Pois a obtenção do reino, por parte desses tiranos, deu-se via: ums por eleição do povo; outros pela força das armas; e ainda outros por sucessão de sua raça.
Esses estados de coisas fizeram com que os homens perdessem a lembrança de sua liberdade, uma vez que os tiranos trataram-nos como "seus servos naturais". Estes vencidos pela força, foram obrigados a servir. Temos, portanto, a instituição do costume, e a perpetuação dos tiranos no poder garantiu a servidão, afastando seus súditos da liberdade.
No Brasil Colônia foi instituída a "oficina da tirania", "uma estrutura autoritária", contra o negro escravo. As práticas violentas foram executadas através de técnicas que, destruindo a lembrança dos antepassados, imprimiram uma "nova" memória nos sujeitos escravizados. Estes, para se submeterem à servidão, tiveram que passar por um alto grau de violência, através das mnemotécnicas. Frente ao medo da dor, o escravo negava não somente a sua cultura, como também a si mesmo.
Mas por que milhões de escravos serviram, miseravelmente, "com o pescoço sob o jugo"? Tratava-se de corvardia? Por que deixaram abater sobre si tal infortúnio?Então, como os homens nascem de posse de sua franquia e com a disposição para defendê-la, os escravos, a pesar de terem vivido sob o jugo da escravidão, eram conscientes de que amarga seria a sujeição e aprazível ser livres. Por conta disso, muitos opunham-se à servidão por meio de várias formas de resistência. Eles fugiam para os quilombos; quebravam os instrumentos de trabalho; ateiavam fogo nos canaviais; mulheres abortavam para que seus filhos não nascessem escravos; outras envenenavam seus senhores e/ou perfuravam com objetos pontiagudos os umbigos das crianças brancas.
Morte imediata!Enfim, por ser a liberdade uma franquia natural, o homem, para defendê-la, luta com "unhas e dentes", pois não há uma servidão voluntária. O homem não existe para tal estado, mesmo que o seu corpo tenha sido treinado e adestrado para o jugo do servilismo. Os escravos, embora submetidos à servidão, ensaíaram o valor da liverdade nos quilombos, construíndo uma outra estrutura social. Então, se a primeira razão da servidão vonluntária é o costume, de igual forma, a primeira razão do homem quebrá-la está na sede de viver francamente em liberdade.
E por meio das formas de resistência, ele reconquista a franquia de homem livre, pois a natureza fê-lo naturalmente livre. Eis, portanto, a "bravura que a liberdade põe no coração daqueles que a defendem" (LA BOÉTIE).
por: Frei Antonio Leandro da Silva
Religioso Franciscano é doutorando em Ciências Sociais pela PUC/SP). É coordenador honorário do Fórum SP da Igualdade Racial.
fonte: www.afropress.com.br

Cotas para negros: não é uma imitação

Junho promete ser um mês marcante para a população negra do Brasil. Na Câmara dos Deputados, na será votado o projeto de lei 73/99, de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA), que propõe cotas para negros em universidades públicas.
O cálculo do número de vagas reservadas será feito proporcional ao tamanho da população negra, conforme dados do IBGE.Nestes próximos trinta dias, existe a eminência do STF fazer o julgamento de duas ações de direta inconstitucionalidade contra a reserva de cotas étnicas no Programa Universidade para Todos e no vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Qualquer um das decisões será um divisor de água na luta por reparações dos afro-descendentes. Tudo é fruto de um processo mal acabado de abolição. Para ex-escravos, junto com a merecida liberdade, não veio uma reforma agrária ou ações para inserção social e econômica. Na verdade, motivados por grandes plantadores de café, os governantes apenas trocaram à mão de obra negra, por outra vinda da Ásia e do Europa.
Jogados ao relento, sem emprego, com acesso dificultado para educação e saúde, a situação dos ex-escravos consequentemente fez com que seus descendentes configurem entre os mais desfavorecidos em qualquer pesquisa séria de renda e condições socioeconômicas. Mas há um grupo contrário as cotas. Não dá para chamá-los de partidários dos racistas.
Porém dos argumentos que usam para contestar as ações afirmativas é flagrante a interpretação destorcida da realidade. Eles usam como argumentam sobre a necessidade de lutar pela melhoria da escola pública, para resolver a situação de exclusão racial. Dá para fazer as duas coisas: inclusão de negros no ensino superior e cobrar mais investimento no setor educacional.Sem ler o passado, os contra contas afirmam que o Brasil está copiando um modelo de inclusão racial, inventado nos Estados Unidos.
Este fato por ser esclarecido na leitura da história do país. Em 1945 foi realizada a Convenção Nacional do Negro Brasileiro, coordenada por Abdias do Nascimento e Agnaldo Camargo. No documento final deste rico debate político, os participantes reivindicaram: bolsas de estudo em estabelecimento de ensino superior; isenção de impostos para incentivar a abertura de empreendimentos; e adoção de medidas governamentais para elevação do nível econômico. Portanto não há cópia de proposta americana que implantaram as ações afirmativas muitos anos depois, à partir da década de 60.
O discurso contrário às ações afirmativas argumenta em defesa do principio da igualdade, na Constituição Federal é falho. Com base na lei federal 5.465\68, estabelecimentos de ensino médio e superior de agricultura foram por muitos anos obrigados a reservar uma cota de 50%, das vagas para agricultores e seus filhos. Em outro exemplo de tratamento diferenciado esta nas cotas para mulheres chapas de partidos para eleições.
Em nenhum dos casos, houve esta histeria intelectual sobre os riscos de destruição do texto da carta magma.Em um ponto podemos concordar com os contrários as cotas: a solução seria a defesa de um forte investimento na escola pública de base, para que ninguém precise de ações afirmativas. Mas a sugestão não leva em conta que esta reivindicação é antiga, feita em muitos conselhos de educação e nos sindicatos professores, onde a maioria dos participantes é negra.Também nos sindicatos, militantes negros continuam a luta de classe por uma melhor distribuição de renda. É oportuno corrigir um equívoco cometido por pensadores de esquerda, que datam o início do sindicalismo no país na vinda dos emigrantes europeus. Melhor fariam se chegasse se estudassem a história das revoltas negras, quando inclusive houve paralisações de engenhos por melhores condições de trabalho, carga horária e divisão de excedentes de produção.
Negros e negras fazem a luta de classe, bem antes de o termo ser criado por Karl Marx. Este esforço resultou na pequena melhora na situação do trabalhador nos últimos 120 anos, mas para os negros, os índices continuam perversos.Independentes da orientação ideológica de alguns governos existiram ao longo destes mais de 100 anos, políticas universais para reduzir a miséria, analfabetismo e inclusão social. Todos se mostraram ineficientes para corrigir a situação da população negra. Quem acha o contrário, que prove com índices oficiais.Adiar a implantação de ações afirmativas no Brasil é aumentar a divida étnico social. Alguns dos intelectuais que assinam um manifesto contra as cotas têm bons trabalhos de diagnóstico dos problemas afro-brasileiros. Mas para nós negros, relacionar em livros nosso drama é pouco.É importante olhar para a realidade e perceber que mudanças estão em curso. Há prefeituras e universidades com políticas de cotas, Conquistas do movimento negro.
Semelhante ao tempo da escravidão, quando municípios e estados adotaram leis de restrição à escravidão, bem antes de a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, sob a pressão dos quilombos. No Congresso Nacional ou no STF serão dados os passos decisivos para terminar o processo político de reparação as vítimas da escravidão. Seja uma nova lei ou uma sentença, lutemos para que a decisão beneficie uma parcela da sociedade que se apoiada contribuirá de forma surpreendente para o avanço do país.
por: Marco Antonio dos Santos
É Jornalista, trabalhando atualmente na Gazeta de Bebedouro. Autor do blog: Marco Negro Membro do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo
Fonte: www.afropress.com.br

Assassinato de jovens negros revolta população no Rio

Rio – Permanecem presos na sede do Comando Militar Leste, os onze militares envolvidos no assassinato dos três jovens negros, que desapareceram no sábado do Morro da Providência e apareceram mortos no aterro sanitário de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os nomes dos militares, que o governador Sérgio Cabral, chamou de “marginais” não foram divulgados.Segundo o delegado da Polícia Civil, Ricardo Domingues, que apura o caso, os três jovens negros sofreram agressões e foram assassinados por traficantes antes de serem despejados na caçamba. Os três, detidos por militares do Exército que ocupam o Morro da Providência desde o ano passado e levados para o 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca (zona norte do Rio). Posteriormente os militares, segundo admitiram três envolvidos, os entregaram como “castigo”, aos traficantes do morro da Mineira, controlado pela faccção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), que é rival do Comando Vermelho (CV) que controla a Providência.
Revolta

Nesta segunda-feira (16/06), após o enterro dos três jovens negros assassinados, no Cemitério São João Batista, tomaram as ruas e fizeram um protesto em frente a sede do Comando Militar do Leste. Em clima de muita revolta levavam faixas pedindo “Justiça”.O governador Sérgio Cabral, que está em Berlim, na Alemanha, em missão oficial, disse que os militares são “marginais” que não honraram a farda do Exército Brasileiro”. “Eles estão apenas travestidos com a farda, portanto, devem ser tratados como criminosos”, afirmou. Os mandados de prisão, segundo o TJ, foram entregues na manhã desta segunda-feira ao delegado da 4ª Delegacia de Polícia (Central), Ricardo Domingues, que havia pedido ontem a prisão temporária dos militares. Os nomes dos militares não foi divulgado.

domingo, 15 de junho de 2008

O Dia da África na Bahia - Por que celebrar?


Bahia uma sociedade moderna, complexa e sensível aos temas raciais e de igualdade.

São temas polêmicos, visto os embates recentes; terreiro de candomblé, declarações do professor da Ufba e a intervenção da procuradoria federal nos patrocínio dos blocos afros.
Convivemos com uma branquitude que exerce o seu poder simbólico através da migração forçada, do alarmante número de mortes por negligência, da apropriação de terras, da institucionalização do racismo, da destruição das culturas, a péssima qualidade de ensino e a escravidão de trabalhadores.

Aqueles que desafiam o poder simbólico causam transtornos a normalidade institucional e aqueles que têm privilégios. Os mesmos que definiram o modelo pelo qual a branquitude mantém suas formas de poder vêm desde as capitanias hereditárias. Assim qualquer manifestação dos não brancos contra esta opressão é vista como uma “esquisitice” que pretende abalar a democracia racial, a segurança jurídica e a igualdade entre todos os baianos.

Uma afronta à supremacia invisível da branquitude.

Os africanos desenvolveram uma civilização afro-baiana muito forte. É da África a origem de 77% dos baianos e 83,7% dos soteropolitanos.

O presidente do Benin, Boni Yayi declarou: "Vocês são meus compatriotas, meus parentes, meus irmãos. E não falem que estou louco, o que eu digo é de coração profundo". Somos nós os loucos ao não percebemos a forte influência Africana em nossa sociedade?

A idéia da África sempre foi muito confusa, para a maioria dos baianos de origem africana e não africana. Será a África um país? Uma nação? Ou algo uno e indivisível?

A primeira vez que fui à África (1986) com Pierre Verger visitamos a Costa do Marfim e a cosmopolita Abdjan. Na cidade de Cotonu capital do Benin, o antigo Daomé, visitei meus “compatriotas, parentes e irmãos”. A emoção e as lágrimas foram do fundo do coração. Minha cabeça de jovem militante negro sofreu um duro golpe.

Descobri que na África real tinha pouco do candomblé, da capoeira e muito do marxismo real convivendo com as religiões tradicionais. A forte presença das redes de hotéis internacionais, a miséria e o islamismo na superfície das relações humanas. Os povos de etnia Fons dominando os Yorubas, a alegria dos habitantes da cidade sagrada de Ouidah a forte influencia da cultura baiana entre os descendentes africanos que depois da abolição retornaram para o Benin. Mas na África de ontem e de hoje existem surpresas.
O que é segredo no candomblé na Bahia, no Benin é estimulado e praticado abertamente para que a transmissão do conhecimento se faça de uma forma direta. Vi muitas realidades, visitei os locais de saídas dos meus antepassados: A casa dos escravos na Ilha de Gore (Senegal) e sua porta de saída para o mar. No Benin o templo das cobras píton e o templo de Xangô em Sakete. A cidade de Ogum Pobe, e a vila Ganvie em palafitas.

Em Luanda o Castelo de São Paulo (ponto de partida de escravos). A arvore da vida em que os africanos Angolanos davam voltas antes de embarcar para o mar desconhecido. Os livros sobre o Egito negro africano, as teses sobre a independência econômica dos povos do terceiro mundo, o poder na África, o pós-colonialismo. Um mundo mágico, real e moderno, que une tradição e anterioridade.A Bahia de ontem e hoje não reconhece a importância do legado civilizatorio que nossos antepassados deram a esta terra. Busquei em algumas cidades do mundo um pouco desta historia.

Nos museus sobre a escravidão em Liverpool, Londres, Paris, Nantes, em New York, senti a vergonha de confirmar que a Bahia foi o lugar em que mais africanos foram comprados, vendidos, mortos, humilhados e perseguidos. Nos livros, o nome dos oito maiores traficantes de africanos do mundo e entre eles dois homens brancos da Bahia. Ainda na lista, o maior traficante em África, o baiano Francisco de Souza (Xaxa), com 96 navios dedicados ao tráfico transatlântico de africanos.Este passado explica os ataques recentes à comunidade negra através do racismo institucional que sobrevive nas instituições e no Estado. Fazer parte da resistência africana na Bahia me faz forte, luto por diversidade, justiça e dignidade. No dia 25 de maio de 1963, 32 chefes de Estado africanos em Adis Abeba (A flor nova), capital da Etiópia, criaram a OUA (Organização da Unidade Africana), hoje a União Africana, esta data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, como o Dia da Libertação da África. Comemoramos a África e sua diversidade, a “pátria mãe de milhões de brasileiros”. Espero um dia comemorar a diversidade da Bahia, a implantação (de forma natural) de políticas publicas de ações afirmativas como forma de produzir justiça e igualdade para a maior cidade africana fora de África. Um dia seremos todos iguais.
fonte:João Jorge Santos Rodrigues,Advogado, Mestre em Direito Publico pela UnB;
E-mail: pres.olodum@ uol.com.br

Evangélicos atacam a Umbanda

Rio - Um grupo de evangélicos, cuja denominação não foi divulgada, é suspeito de invadir o Centro Espírita de Oxalá, na Rua Bento Lisboa, 144, no Catete, próximo ao Largo do Machado, zona sul do Rio.
A invasão aconteceu na madrugada de domingo para segunda-feira, 02 de junho.Segundo policiais do 2º BPM (Botafogo), os religiosos depredaram móveis e a confusão se estendeu para a rua, onde os envolvidos entraram em confronto. Viaturas foram enviadas para o local para conter o tumulto. Os dois grupos foram parar na 9ª DP (Catete) onde a ocorrência foi registrada. O motivo da invasão não foi revelado.SolidariedadeO presidente da Frente em Defesa da Igualdade Racial na Câmara dos Deputados, deputado Carlos Santana (PT/RJ) juntamente com o presidente em exercício da Secretaria Especial de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Elói Ferreira Araújo estiveram nesta quinta-feira (05/06)no Centro de Umbanda para prestar solidariedade.
Eles também agendaram uma conversa sobre o tema com o governador carioca em exercício Luiz Fernando Pezão, a quem pediram providências do Estado para que se evite uma guerra santa no Estado."Não podemos permitir que se comece nesse país uma guerra santa.Os jovens, ao saírem da delegacia para onde foram conduzidos após a prisão em flagrante, foram filmados pelas emissoras de TV e faziam caras de mau, os famosos "carões", com ares de quem havia cumprido sua missão de justiça, atendendo a um suposto chamado do "Senhor". Mas de qual senhor? É necessário que se faça uma minuciosa investigação na vida dos jovens (para saber se existem desajustes emocionais, familiares,) e, principalmente, investigar a vida dos pastores da igreja que os mesmos freqüentam, porque esses líderes religiosos, esses gurus, são os principais responsáveis pela orientação dada aos adolescentes que promoveram o ato de violência", afirmou Santana.
Fonte: www.afropress.com.br

Pela 1ª vez negra gaúcha vence

Santa Maria/RS – Gabrielli da Silva Pio, de Alvorada, representando o CTG Amaranto Pereira tornou-se a primeira negra gaúcha a conquistar o título de primeira prenda da Ciranda de Prendas, na 38ª edição, do Concurso, disputada em Júlio de Castilhos, na semana passada.
Para a disputa, Gabrielli leu mais de 40 livros sobre tradição gaúcha, História e Geografia do Estado, e também apresentou artesanatos confeccionados com material reciclável e cantou uma música em homenagem a Alvorada. De tanto ler sobre o Estado, em março deste ano, a jovem decidiu criar o projeto A Tradição e a Educação Ambiental, que mistura temas relacionado ao Estado e à educação ambiental. Vestida de prenda, Gabrielli e outros integrantes da equipe de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam/Alvorada) percorrem as escolas Idalina de Lima Freitas e Duque de Caxias, e turmas da Casa da Criança de Alvorada. “Desenvolvo o raciocínio dos alunos trazendo conhecimentos sobre os indígenas, compostagem, chimarrão, Geografia do Rio Grande, Rio Gravataí e vegetação do Estado. O projeto já envolve cerca de 500 alunos. Nos próximos meses, o projeto pretende envolver mais duas escolas do município ou entidades

CALENDÁRIO AFRO

JUNHO
05 - Dia de Solidariedade ao Povo Moçambicano
06 - Morre o jamaicano Marcus Garvey, mentor do Pan-africanismo / 1940
21 - Nascimento de Luís Gama - jornalista, poeta e um dos gigantes da causa abolicionista / 1830
21 - Nascimento de Machado de Assis / 1839
24 - Nascimento de João Cândido, o "Almirante Negro", líder da Revolta da Chibata
25 - Independência de Moçambique, África / 1975
26 - Independência da Somália / 1960
30 - Independência do Zaire, África/ 1960
JULHO
01 - Independência de Ruanda, África / 1960
01 - Independência de Burundi, África / 1962
02 - Nascimento de Franz Fanon, médico psiquiatra e revolucionário / 1921
02 - Nascimento de Patrice Lumumba / 1925
03 - Aprovada a Lei Afonso Arinos, colocando a discriminação racial como contravenção penal / 1951
03 - Independência da Argélia, África / 1962
05 - Independência de Cabo Verde / 1975
07 - Leitura, em frente ao Teatro Municipal, de carta aberta à nação contra o racismo, inaugurando o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (depois MNU) / 1978
08 - Fundação do Instituto de Pesquisas da Cultura Negra (IPCN), Rio de Janeiro / 1975
12 - Independência de São Tomé e Príncipe / 1975
15 - Ocorre a primeira Conferência sobre a Mulher Negra nas Américas, Equador / 1984
17 - O ator Grande Otelo recebe o título de Cidadão Paulistano / 1978
18 - Nascimento do líder sul-africano Nelson Mandela / 1918
24 - Nascimento do poeta Solano Trindade, em Pernambuco / 1908
25 - Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha
26 - Independência da Libéria, África/ 1846
Fonte: ccfnrrs

1ª OFICINA COM CLUBES SOCIAIS NEGROS DO RIO GRANDE DO SUL

Nosso Coletivo esteve presente na 1ªOficina com os Clubes Sociais Negros do Estado do Rio Grande do Sul neste final de semana no Hotel Plaza São Rafael em Porto Alegre representado pelo nosso vice coordenador Sr Luis Carlos de Oliveira.
Estiverem presentes representantes das cidades de Bagé,Uruguaiana,Julio de Castilho,Sta Maria,Sta Cruz,Pelotas,Rosário do Sul,Camaquã,Cachoeira do Sul além de Porto Alegre.

A oficina foi coordenada pela Sra. Renata Melo (Representante da Seppir-Brasilia) , Sr Oliveria Silveria, Sra.Giane V.Escobar e Sr José Francisco dos Santos membros da Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros.

Na ocasião também divulgamos o Concurso Negra+Brasil que vai acontecer dia 6 de setembro de 2008 na cidade de Montenegro.

Também estiverem presentes o Jonalista Evandoir e sua esposa Maria CristinaO encontro foi muito importante na construção da rede de Clubes de Negros onde podemos encaminhar varias demandas.
fonte: ccfnrrs

sexta-feira, 6 de junho de 2008

CONCURSO MUSA DO SAMBA 2008, Dia 07 de Junho

Acontece amanha dia 07 de Junho a a partir das 23h no Grémio Náutico Tamandaré o Concurso Musa do Samba 2008, candidatas representando Blocos e Entidades Carnavalescas do Município concorrerão ao titulo e as Vencedoras representarão o Cachoeira do Sul no Concurso estadual que acontecerá em Setembro em Santa Cruz do Sul, conforme o Presidente Evilasio Trindade a expectativa para o evento é grande pois é sua 2ªEdição e o publico Cachoeirense sempre prestigia os eventos da Associação.
Para abrilhantar o evento três grupos de Pagode farão do Nautico um encontro agradavel com K-ENTRE NÓS de Rio Pardo e VAI ROLAH e ATYTTUDE SAMBA de Cachoeira tocando o melhor do pagode Nacional.
Ingressos para a festa antecipados na loja Multisom, Studio 55, Dog do Paulinho e no Náutico ao preço de R$ 8,00 na hora os mesmos custarão R$ 10,00, esperamos sua presença e até lá.
Fonte: Luciano Ramos

domingo, 1 de junho de 2008

Comissão de Direitos Humanos do Senado debate ações para comunidades quilombolas

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado debateu no último dia 28 de maio algumas das políticas do governo Lula voltadas às comunidades quilombolas. De acordo com o senador Paulo Paim, presidente da Comissão, o evento é importante "para dar maior visibilidade à questão não só dos quilombolas, mas também às questões gerais de interesse do negro brasileiro". Ele lembrou que este foi o último dos ciclos de debates realizados durante todo o mês de maio sobre a comunidade afro-brasileira.

Abolição da escravatura e o intercâmbio afro-latino

Ano de muitas celebrações, 2008 também precisa tornar-se um ano de muitas reflexões para que, assim, possamos avançar com mais celeridade na qualificação da democracia no Brasil. Democracia substantiva, que ofereça resultados concretos para a melhoria das condições de vida dos brasileiros, na qual possamos tornar real e palpável a liberdade e a cidadania cantada em prosa e verso pelos poetas.
Fonte: www.palmares.gov.br , Zulu Araujo 01/06/2008

2008, o ano de grandes reflexões para a população negra

Brasília - Nesses 120 anos de abolição da escravatura, desejamos celebrar a liberdade conquistada pelos nossos antepassados, deixada a nós como herança. Celebramos, ainda, a dignidade e a coragem para continuar lutando por uma vida com cidadania plena. Segundo os dados do Atlas Racial Brasileiro, divulgados pelo PNUD, em 2004, 65% dos pobres e 70% dos indigentes brasileiros são negros.
Fonte: Bernardete Lopes, www.palmares.gov.br

Cotas para Negros - 2,4% de vagas em universidades são de cotas

Brasília - Desde que a primeira universidade pública, em 2001, adotou em seu vestibular o sistema de cotas para beneficiar estudantes negros, 51.875 vagas foram reservadas para essa população, segundo estimativa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na pesquisa "Juventude e Políticas Sociais no Brasil".
Leia mais sobre esse artigo no www.palmares.gov.br