“Está muito frio aí?”, pergunta a cantora Alcione ao saber que está falando, por telefone, com um repórter de Curitiba.
Ao ser respondida que, amanhã, quando vem à capital para uma apresentação no Teatro Positivo, o clima deverá estar um pouco mais ameno, ela pondera: “se Deus quiser. Mas estou levando todos meus panos”.
Preocupada, a sambista lembra que veio de uma terra quente - nasceu no Maranhão - e pede, ainda, pensamento positivo dos fãs, “para o clima ajudar”.
Mas frio certamente é o que não será o show da Marrom. Com 32 anos de carreira e 33 álbuns lançados, ela escolheu um repertório bem amplo para apresentar aqui, junto com sua banda completa.
“São músicas que as pessoas já conhecem bastante”, diz a cantora, revelando que, do último trabalho, serão tocadas apenas quatro canções. “O restante é de músicas que gosto de cantar, que eu venho interpretando ao longo da minha carreira”, completa.
Um ponto alto do espetáculo deverá ser um tributo ao cantor e compositor Jamelão - que faleceu no último sábado (14), aos 95 anos, no Rio de Janeiro - , companheiro de Alcione na escola de samba Mangueira por cerca de 30 anos. “Tem que ter!”, diz a sambista sobre a homenagem. Ainda mais porque será a sua primeira apresentação fora do Rio, depois da morte do cantor.
O tributo virá em Pedra 90, canção que a cantora gravou em 2005 para o álbum Uma nova paixão, e que ela já costuma apresentar há alguns anos em seus shows. Alcione nunca escondeu a identificação que tinha com o intérprete. Ela já se declarou, inclusive, “um Jamelão de saias”. “Além de sambista, como eu, ele também gostava de cantar músicas românticas”, conta.
“É uma tristeza”, diz Alcione sobre a perda de Jamelão. “Mas, ao mesmo tempo, ele descansou”, deduz, referindo-se aos vários problemas de saúde que o intérprete vinha tendo ultimamente. “E ele trabalhou muito, já cumpriu a missão dele.” A cantora finaliza: “quem ganha é o céu, que agora está com tudo”.
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