RIO - O primeiro quilombo abolicionista conhecido pela história brasileira, membro ativo na luta pela extinção imediata do sistema escravista, deu origem ao que hoje é o bairro do Leblon, metro quadrado mais caro da cidade.
Antiga fortaleza do quilombo do Leblon, o Clube Campestre Guanabara representa atualmente o berço de um dos capítulos mais secretos do abolicionismo no Brasil: nele eram cultivadas as camélias, plantas então raras e indicativas do apoio declarado aos ideais de liberdade e igualdade.
Eduardo Silva, pesquisador da Casa de Rui Barbosa que estuda há mais de 30 anos temas como a escravidão e a cultura negra, publicou a desconhecida relação das flores com o movimento pelo abolicionismo incondicional - ou seja, sem o pagamento de indenização aos antigos proprietários de escravos - no livro As Camélias do Leblon e a Abolição da Escravatura.
O historiador explica que os 2.700 mil metros quadrados do quilombo do Leblon, que já havia servido de residência para um francês de mesmo nome, foi comprado em 1878 pelo comerciante português José de Seixas Magalhães, que viria a se tornar chefe do quilombo e grande fomentador da aliança entre brancos e escravos negros na luta pela abolição.
- Um francês deu nome à chácara, que deu nome ao quilombo e, por fim, ao bairro mais chique da cidade. O quilombo do Leblon foi revolucionário porque não se isolou e tentou eliminar, de forma ativa, a sociedade escravista daquela época - lembra o pesquisador, ressaltando que o local foi o centro da faceta mais radical do movimento.
- Tudo começou no quilombo do Leblon. Existia uma ligação direta entre os quilombolas e a princesa Isabel, que recebia deles as camélias plantadas no quilombo. Além de assinar a lei, ela estava secretamente aliada ao movimento subversivo pela abolição.
Ponto de cultura eternizada
No Clube Campestre Guanabara, o professor de capoeira Leonardo Dib, 30 anos, é o responsável pela perpetuação da tradição africana. Desde 2006 ele organiza um evento anual em comemoração à assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.
Com demonstrações de jongo, capoeira, maculelê e maracatu, Leonardo tenta preservar a memória do quilombo que deu origem ao bairro símbolo da boemia carioca.
- Sempre procurei inserir nas aulas temas como a história dos quilombos e como surgiu a capoeira, por exemplo. Hoje, nem acredito que esteja dando aulas em um quilombo - revela o professor, que chega a atender a até 20 crianças entre 3 e 12 anos.
Leonardo afirma ainda que pretende inscrever o Clube Campestre Guanabara no processo seletivo do edital de Pontos de Cultura, ação prioritária do Programa Cultura Viva, do Governo Federal. Uma vez firmado o convênio, o local recebe R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas, para investimento no projeto de cultura.
Antiga fortaleza do quilombo do Leblon, o Clube Campestre Guanabara representa atualmente o berço de um dos capítulos mais secretos do abolicionismo no Brasil: nele eram cultivadas as camélias, plantas então raras e indicativas do apoio declarado aos ideais de liberdade e igualdade.
Eduardo Silva, pesquisador da Casa de Rui Barbosa que estuda há mais de 30 anos temas como a escravidão e a cultura negra, publicou a desconhecida relação das flores com o movimento pelo abolicionismo incondicional - ou seja, sem o pagamento de indenização aos antigos proprietários de escravos - no livro As Camélias do Leblon e a Abolição da Escravatura.
O historiador explica que os 2.700 mil metros quadrados do quilombo do Leblon, que já havia servido de residência para um francês de mesmo nome, foi comprado em 1878 pelo comerciante português José de Seixas Magalhães, que viria a se tornar chefe do quilombo e grande fomentador da aliança entre brancos e escravos negros na luta pela abolição.
- Um francês deu nome à chácara, que deu nome ao quilombo e, por fim, ao bairro mais chique da cidade. O quilombo do Leblon foi revolucionário porque não se isolou e tentou eliminar, de forma ativa, a sociedade escravista daquela época - lembra o pesquisador, ressaltando que o local foi o centro da faceta mais radical do movimento.
- Tudo começou no quilombo do Leblon. Existia uma ligação direta entre os quilombolas e a princesa Isabel, que recebia deles as camélias plantadas no quilombo. Além de assinar a lei, ela estava secretamente aliada ao movimento subversivo pela abolição.
Ponto de cultura eternizada
No Clube Campestre Guanabara, o professor de capoeira Leonardo Dib, 30 anos, é o responsável pela perpetuação da tradição africana. Desde 2006 ele organiza um evento anual em comemoração à assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.
Com demonstrações de jongo, capoeira, maculelê e maracatu, Leonardo tenta preservar a memória do quilombo que deu origem ao bairro símbolo da boemia carioca.
- Sempre procurei inserir nas aulas temas como a história dos quilombos e como surgiu a capoeira, por exemplo. Hoje, nem acredito que esteja dando aulas em um quilombo - revela o professor, que chega a atender a até 20 crianças entre 3 e 12 anos.
Leonardo afirma ainda que pretende inscrever o Clube Campestre Guanabara no processo seletivo do edital de Pontos de Cultura, ação prioritária do Programa Cultura Viva, do Governo Federal. Uma vez firmado o convênio, o local recebe R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas, para investimento no projeto de cultura.
Fonte: Fundação Cultural Palmares
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