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domingo, 21 de dezembro de 2008

Carta de ativista cubano a Raul denuncia racismo na Ilha


Salvador – Na Cúpula da América Latina e Caribe que terminou nesta quarta-feira (17/12), na Costa do Sauípe, Salvador, com a presença do presidente cubano, Raul Castro, o professor Carlos Moore– um velho combatente anti-racista acusado de subversão racial pelo regime - fez chegar ao dirigente cubano, Carta Aberta em que denuncia que ”até o dia de hoje, a população de raça negra, majoritária no país, está confinada a jogar um papel de subalternidade”. A população negra na Ilha é calculada entre 62% e 64% dos cubanos, porém, os negros estão ausentes dos principais cargos do Partido Comunista e da direção do Estado.

O fato foi ignorado pela mídia. Nenhum veículo de comunicação que cobriu a Cúpula, com dezenas de repórteres de todo o mundo, repercutiu a denúncia.”Cuba é um país onde uma revolução conseguiu derrubar os velhos privilégios de uma oligarquia republicana corrupta e submissa ao estrangeiro, mas onde, até o dia de hoje, a população de raça negra, majoritária no país, está confinada a jogar um papel de subalternidade.


As honrosas exceções negras que ascendem à cúpula do poder o fazem unicamente com o beneplácito da elite dominante, predominantemente de origem européia, e confirmam assim a realidade, também dominante, baseada na subalternidade da raça negra em Cuba, depois de meio século de revolução socialista. Essa é a realidade. E negá-la seria persistir na Grande Mentira”, afirma o professor e etnólogo, autor de vários livros sobre a temática racial, que vive há sete anos exilado em Salvador.
Moore trabalhou como segurança e tradutor de Malcom X, o líder negro norte-americano, no último período de sua vida, em novembro de 1.964. Só pode voltar à Ilha com autorização especial do Estado, e está refugiado no Brasil, depois de viver o exílio em países como Egito, França, Nigéria, Senegal, Jamaica, Guadalupe e Trinidad Tobago.
Na Carta, além de pedir a reabilitação de todas as figuras históricas e pensadores negros proscritos e ou silenciados ao longo da história de Cuba, antes e depois da Revolução, Moore propõe o estabelecimento de um estado social de direito como pré-condição do exercício democrático da cidadania cubana; prescrição de todas as práticas discriminatórias, sejam de natureza política, de gênero, de raça, de orientação sexual ou de confissão religiosa; libertação de todos os presos políticos em Cuba e dos presos de consciência”, como medida a ser adotada paralelamente ao levantamento do embargo pelos Estados Unidos, o que se espera que acontece no Governo Obama. “Seria hipócrita e imoral pedir o cessar do embargo/bloqueio que os Estados Unidos injustamente impuseram a Cuba, sem que os dirigentes de Cuba se comprometam, também, a levantar o embargo/bloqueio que o regime revolucionário impôs à população majoritária do país desde o início da Revolução. Ambos os embargos/bloqueios devem ser levantados, simultaneamente, sem pré-condições de nenhum dos dois lados.
Em dezembro do ano passado, em entrevista a Afropress, Moore, depois de contar os sofrimentos que teve de enfrentar após a Revolução, se disse mais otimista com o afastamento de Fidel e chegada de Raul ao poder. “Depois de 48 anos de repressão, sob essa questão está tomando essa direção sob Raul Castro.
O regime passou a admitir discutir o tema do racismo, porém, apenas entre os quadros do Partido Comunista, que representa somente 5% dos cubanos”. Não se atreve a discutir esse tema na sociedade.”, disse na entrevista que foi postada em 03 de dezembro do ano passado (veja matéria completa com a entrevista de Carlos Moore no http://www.afropress.com.br/).

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