. Paulo – Cerca de 16 mil pessoas deverão participar da Feira Preta, que acontece neste final de semana (13 e 14/12) das 12h às 22h, no Palácio das Convenções do Anhembi. Esta é a sétima Edição da Feira, que já reuniu nos seis anos de realização, cerca de 57 mil pessoas, segundo a organizadora Adriana Barbosa.O tema deste ano será “Qual o espaço da cultura negra hoje?”, com ênfase à participação da mulher negra e presença já confirmada de artistas plásticas, escritoras, cineastas, religiosas, estilistas e dançarinas que se reunirão para celebrar a cultura afro-brasileira. "A estrutura da família afro-brasileira é matriarcal. São elas que sustentam a maioria dos oito milhões de afro-descendentes que estão na classe média. Acreditamos que a identidade da mulher negra passa por um processo de redefinição, rompendo barreiras que a limitam a determinados espaços e se redescobrindo como cidadã, contra todos os paradigmas pré-estabelecidos", afirma Adriana. Cada um dos 128 expositores pagou R$ 400,00 por cada estande. A entrada fica em R$ 10,00.
Música e Arte
Também estão previstas apresentações de Dona Ivone Lara, do cantor Walmir Borges e da banda colombiana Chocquitbtown. Durante os dois dias haverá teatro, rodas de dança interativa e de samba e oficinas de reciclagem, de máscaras africanas, tambores e de hip hop. Exposições, saraus literários, mostra de filmes e aulas de samba-rock fazem parte da programação.Na Passarela do Povo, os visitantes é que vão ditar as tendências da moda, desfilando com roupas e estilos de penteado próprios. No Palco Alternativo, o espaço estará livre para experiências sonoras e artistas independentes. E no Púlpito da Preta, o microfone ficará aberto para expressão de idéias.
Preta Pretinha
As irmãs Joyce, Lúcia e Cristina Venâncio, idealizadoras da Preta Pretinha – empresa especializada na confecção de venda de bonecas negras - estão encarregadas da brinquedoteca e da parte de ludoterapia. "Nós resolvemos ficar com o espaço lúdico porque é importante tratar disso na vida da criança e sabemos que isso traz benefícios à sua auto-estima”, afirma Lúcia.Na linha de aprofundar a reflexão e a discussão sobre empreendedorismo, pela primeira vez, a Feira promoverá palestras à cargo do Programa Qualifica. A idéia é dar subsídios para técnicas de produção, venda e administração e ao aprimoramento do trabalho de empreendedores negros ou que trabalham com produtos voltados para esse segmento étnico, além de criar uma ponte com grandes empresários. O caso da Preta Pretinha é um exemplo de como tem crescido o ramo de negócios e empreendimentos negros. De uma empresa familiar dedicada apenas a bonecas negras, as irmãs Venâncio expandiram os negócios para o ramo da diversidade e hoje já é possível encontrar na loja da Rua Aspicuelta, na Vila Madalena, linhas com bonecas gordinhas, cadeirantes, Síndrome de Down, amputadas, muçulmanas, ciganas, GLS, etc. “Não segregamos e fugimos de estereótipos. A burca da nossa muçulmana não é preta, mas toda colorida”, explica Lúcia. Na loja ainda é possível encontrar um Papai Noel negro ou oriental a preços que variam entre entre R$ 10 e R$ 98. Depois da vitória de Barack Obama, como presidente dos EUA, aumentou o interesse das pessoas por produtos negros, segundo Lúcia. “Parece que o mundo enegreceu”, afirma.
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