Brasília - O presidente da Associaçao Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros (ANCEABRA), João Bosco Borba (foto), afirmou que a Audiência Pública convocada na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal para discutir as cotas e ações afirmativas no acesso à Universidade, demonstra que o Brasil, pela primeira vez, está entrando nesse tema pela porta da frente.
“O guardião da democracia que é o Supremo Tribunal Federal passou a tratar do tema. Pela nossa ótica é fundamental para um país que quer ser a quinta economia do mundo em 2.016”, acrescentou.
Segundo Borba, haverá necessidade cada vez maior de quadros políticos e técnicos, pensadores, cientistas negros que se formam nas maiores universidades. Esse é o caminho para o Brasil assumir o lugar que lhe cabe no mundo”, finalizou.
Atraso
Já o ex-Secretário Adjunto da Seppir, Douglas Martins, considerou que a Audiência Pública ajuda muito a defesa do sistema de cotas. “Os argumentos do outro lado não tem consistência são muito atrasados. Quem não enxerga a necessidade de cotas e ações afirmativas, não enxerga a diversidade que é um patrimônio do nosso país”.
O sociólogo Marcos Cardoso, por sua vez, disse que os ministros do Supremo, quando julgarem a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, movida pelo DEM, não terão como não levar em conta o que aconteceu na Audiência Pública. “Se for pelo substantivo, pelo contudo, a qualidade do debate, é impossível não ser avaliada no processo. “A partir de agora, o debate da questão racial tem outra dimensão, inclusive, para a imprensa que ficou o tempo inteiro desqualificando os defensores das cotas”, finalizou.
Segundo o presidente da ONG Afrobras, José Vicente, diretor da Faculdade Zumbi dos Palmares, a Audiência no STF foi um momento extremamente rico e importante. “Eu acho que nós conseguimos aglutinar setores importantes da sociedade. Eu senti que os opositores estão desesperados.e fizeram um discurso de uma nota só, caindo até mesmo no ridículo”, acrescentou.
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