Rio – Envolvido no caso do assassinato do ex-jornaleiro Jonas Eduardo Santos de Souza, executado por um de seus seguranças ao tentar entrar numa agência no centro do Rio, em dezembro de 2.006, o Banco Itaú continua praticando discriminação, segundo o técnico de Rádio e Televisão e estudante de Jornalismo, Rodrigo Oliveira, 28 anos.
Oliveira viveu, segundo ele próprio, a situação mais constrangedora de sua vida, quando teve de tirar a roupa para provar que não estava armado, ao tentar entrar na agência do Itaú, que fica na Estrada da mendanha, em Campo Grande, Rio, na última sexta-feira (06/03).
Impedido pelos seguranças de entrar na agência, que fica no nº 200 da Estrada do Mendanha, em Campo Grande, onde pretendia fazer um saque e pagar uma conta, teve de tirar a roupa para provar que não estava armado, ao tentar passar pela porta giratória.
“Eu sou negro e tenho uma moto twister. Parece que isso assusta, parece que preto não pode ter nada. Eu estava com uma mochila, não podia deixá-la na moto. E na mochila eu levava o meu laptop. Além disso, estava com um rádio de última geração. Fiz o procedimento normal. Tirei o rádio, mostrei o conteúdo da mochila. Coloquei meus pertences na caixinha, mas mesmo assim não me deixaram entrar”, contou.
Cor padrão
Segundo Oliveira, os vigilantes e funcionários da Agência não o deixaram entrar por acharem que se tratava de um assaltante. Revoltado ele compareceu a 35ª Delegacia de Campo Grande registrou queixa contra o Itaú e disse que vai processar a instituição por danos morais.
“Tive que fazer tudo de novo. Mesmo assim não me deixaram entrar. Eles acharam que eu ia assaltar o banco. Foi me dando uma agonia e, numa forma de protesto, eu tirei a roupa para mostrar que não estava armado. Eu só queria pagar uma conta”, acrescentou.
Barrado, ele ligou para o 190 e chamou uma viatura. Minutos depois, policiais militares de uma cabine próxima à Agência foram chamados, mas disseram que não podiam ajudar e que era melhor esperar a viatura acionada pelo 190, que não chegou.
“Foi uma situação extremamente constrangedora. As pessoas foram se aglomerando na porta do banco e queriam saber porque não não me deixavam entrar. Eu me identifiquei, mostrei que não tinha arma, que não representava nenhuma periculosidade, mas mesmo assim me negaram de entrar no banco”, contou.
O caso foi registrado como "fato atípico". Rodrigo Oliveira vai recorrer à Justiça. “Fui vítima de uma discriminação e vou processar o banco. Coisas desse tipo não podem acontecer”, finalizou.
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