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Cachoeira do Sul, Rs, Brazil
Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

ALÔ GALERA

Teremos um palco para multi diversidades no parque onde acontecerá o Concurso Negra+BrasilSe voçê possui um grupo de Pagode,Hep,Chorinho,Poesia,Dança,Samba de Raiz ou outro estilo dentro do tema afro Brasileiro e que ser visto por várias pessoas de varias cidades de nosso estado inscreva-se enviando um email para :socflorestamontenegrina@hotmail.com falando sobre o estilo de seu grupo ou estilo pessoal deixando um telefone para contato."OBS : As apresentações acontecerão à tarde sem pagamento de cachê !!!"

NEGRA+BRASIL2008



O Vice prefeito do município de Montenegro-RS Dr Paulo Polet e o Vice Presidente da Associação Floresta Montenegrina Sr Luis Carlos de Oliveria entregaram ao Superintendente Geral da Assembléia Lesgilslativa do Estado do RS , Sr Armênio Oliveira dos Santos o Projeto do Concurso NEGRA+BRASIL2008.Esteve também presente a reunião o Chefe de Gabinete Parlamentar do Presidente da Assembleia"Sr ALCEU MOREIRA" o Sr Carlos Fuscaldo .


Evento destaca vida e obra de Jackson do Pandeiro

Ícone da cultura nacional, Jackson do Pandeiro deixou um importante legado para a música brasileira. A sua trajetória e a sua obra musical ainda influenciam os ritmos regionais e se mantêm vivas na memória dos paraibanos. Como forma de homenagear o músico e destacar a sua importância histórica, acontece em João Pessoa nesta sexta-feira, 1 de agosto, o evento "Jacksons Paraibanos", contando com painel de debate, recital e exposição.
Às 16 h, na Academia Paraibana de Letras, jornalistas e músicos participam de um debate sobre Jackson do Pandeiro, contando com Fernando Moura, Antônio Vicente, Anselmo Alves, Ubireval Delgado, Biliu de Campina e José Hilton (Bidu).
Na seqüência acontece a abertura da exposição, às 19 horas, no Casarão 34. Trata-se da maior exposição iconográfica que já houve sobre o músico, com fotos e vídeos do acervo de Fernando Moura, jornalista paraibano responsável pela sua biografia. Documentos de época, objetos pessoais, instrumentos musicais e discos também fazem parte da exposição. "São centenas de peças que compõem o universo pessoal e profissional de Jackson, incluindo algumas que ainda não foram mostradas ao público.
Após a exposição, todo o material fará parte do acervo do museu de Alagoa Grande, que já está sendo concluído", conta Moura.
Encerrando o dia dedicado à memória do mestre, acontece às 21 h, no Palco da Cultura Popular montado no Largo de São Francisco, um recital poético em sua homenagem. "Além de ser o mês de nascimento de Jackson, a data marca o início da Festa das Neves na cidade, sendo o momento ideal para discutir e aumentar a visibilidade da cultura paraibana", destaca Maísa Duarte, gestora do projeto de cultura do Sebrae Paraíba.
A exposição prossegue até o dia 29 de agosto, aberta ao público de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Durante a Festa das Neves, a visitação poderá ser feita todos os dias, inclusive à noite, em horário especialmente planejado para atender ao maior fluxo de pessoas decorrente da festa.O evento "Jacksons Paraibanos" é uma realização do Sebrae Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com a parceria da Ordem dos Músicos da Paraíba, da Academia Paraibana de Letras e do Soforró Paraíba.
Sobre Jackson - Fenômeno interpretativo inigualável, Jackson do Pandeiro conquistou a simpatia do público e o crivo quase unânime da crítica com sua alegria contagiante, transposta através de todos os ritmos que executou com maestria, em quase 500 músicas em cerca de 140 discos gravados.
Do forró ao baião, do xote ao rojão, do frevo ao batuque, do samba ao maxixe, do chorinho ao coco, tudo o que tinha sabor brasileiro era com ele.
A história de sua carreira artística reforça a herança da influência negra na música nordestina - via cocos originários de Alagoas - que lhe permitiram sempre, com o auxílio de um pandeiro na mão, adaptar-se aos sincopados sambas cariocas e à música de carnaval em geral.
Dono de um recurso vocal único, ele conseguia dividir seus vocais como nenhum outro cantor na música popular brasileira.
Seu maior mérito foi ter levado toda a riqueza dos cantadores de feira livre do Nordeste para o rádio e a televisão, enfim, para a indústria cultural. Grandes nomes da MPB lhe devotam admiração e já gravaram seus sucessos.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ACCA realizará TORNEIO DE FUTSAL

A ACCA realizará no dia 31 de Agosto na AFCEEE de Cachoeira do Sul, mais uma edição do Torneio de Futsal denominado José Nicolau Barbosa com inscrições aberta a partir do dia 05/08 até o dia 29/08, valor da Inscrição será de R$ 80,00 por equipe com direito ao almoço podendo cada equipe inscrever até 10 atletas, haverá premiação com Troféus para 1º, 2º, 3º e 4º lugares, troféu para Equipe Mais Disciplinada, Medalhas para os jogadores das Equipes Classificadas em 1º,2 e 3º lugares, Troféu para Goleador e para Goleiro menos vazado, informações pelo Fone 51-91516364 e 3723 8326 após as 19h.

Pagode do DIGÃO


Entre o sonho e a realidade

Elisa Lucas Rodrigues, É presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de S. Paulo
Não dá para negar que Milton Gonçalves é um grande ator e que de destacou na Globo nas últimas décadas. Não dá para negar que durante anos, ele tem sido referência na Comunidade Negra, aliás, prerrogativa de todos aqueles que conseguem sucesso por seus próprios méritos.
Não dá para negar também, que ultimamente a mídia brasileira vem tratando o tema “Racismo e Preconceito Racial” como algo que já foi superado pela maioria dos brasileiros.
Na novela “Dance, dance, dance” da Bandeirantes, a mocinha bonita, rica e complicada, apaixonou-se pelo jovem negro que fazia faxina na academia em que ela dançava, e recebeu o maior apoio de sua mãe e foram felizes para sempre.

Na novela “Duas Caras”, parece que foi premeditado um branco para cada negro da novela e o racismo que no inicio ficava visível no “ Dr. Barreto”, acabou sendo superado e pouco se falou depois sobre racismo nesta novela.

Será que todos nós fomos vítimas de um surto de amnésia?Será que na vida real, os problemas foram realmente superados?Podemos encontrar negros atuando em todos os ramos e em todas as esferas da sociedade?Hoje, na novela “FAVORITA”, o ator Milton Gonçalves vive um político corrupto e embora ele defenda veementemente o papel, não dá para negar que ele presta um desserviço ao nosso povo, na medida em que mostra um político negro corrupto que se destaca em função de suas falcatruas quando na verdade, nunca tivemos um político negro que tenha se destacado da mesma forma sendo honesto e íntegro.

Seu papel me fazer lembrar a viúva Porcina da novela “Roque Santeiro” que ficou conhecida como “Aquela que foi sem nunca ter sido”, referindo-se ao fato dela ser considerada por todos, viúva de Roque Santeiro sem nunca ter se casado com ele.

É claro que este papel não tem como influenciar as eleições de Obama nos Estados Unidos, mas com certeza, será citado muitas vezes no Brasil, mostrando que um negro pode ser tão corrupto como um branco.E não pode, você vai me perguntar?Eu lhe respondo: sim, pode.

Assim como ele pode ser Diretor de empresa, Diretor de banco, Presidente de empresas, Reitor de Universidade e porque ele não é??

Por que apenas 3,5% dos negros ocupam cargos de destaque em nosso país?

Não é discutível que o negro só apareça igualando-se aos brancos demonstrando mau caratimismo e não possa fazê-lo ocupando cargos de destaque na sociedade?

Que Milton Gonçalves possa ter visto neste personagem mais uma chance de se projetar enquanto ator eu compreendo, mas acreditar que este papel não respingará nos negros que tem pretensões políticas em nosso país, é querer tapar o sol com uma peneira.

Temos consciência que não somos africanos e sim brasileiros, assim como temos consciência que nossos antepassados ergueram os pilares desta terra. Não fomos nós que nos segregamos. Não nos fechamos em uma ilha, enquanto povos oriundos de outras nações foram impedidos de viver com dignidade.

Entre o que ele quer acreditar e o que acontece comumente, tem uma distância gigantesca.

A prova é que negros preparados para o Mercado de Trabalho, ainda são preteridos todos os dias e isso fica claro nas atuais estatísticas que mostram que ainda temos um longo caminho a trilhar.As coisas não mudaram caríssimo Milton Gonçalves, porque você gostaria que assim fosse. Continuaremos na luta, apesar dos “Romildos”, da vida.

Juíza de Brasilia absolve estudante acusado pelo MP

Brasília - Em decisão desta terça-feira (29/07), a juíza Geilza Fátima Cavalcanti Diniz, da 6ª Vara Criminal de Brasília, não apenas considerou inocente o estudante Marcelo Valle Silveira Mello, 23 anos, acusado pelo Ministério Público com base na Lei 7.716/95, alegando que o mesmo é vítima de imaturidade, mas também transformou a sentença num libelo contra o sistema de cotas já adotado por mais de 50 Universidades brasileiras. “O presente processo é fruto de um ódio racial criado pelo sistema de cotas raciais para ingresso nas universidades públicas”, disse a juíza na sentença.Silveira Melo é acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por crime de racismo previsto na Lei 7.716/95, por manter na Internet e no site de relacionamento Orkut mensagens com conteúdo racista, contrárias ao sistema de cotas. A denúncia do MP foi feita em setembro de 2005 e, durante o processo, o estudante, buscou a impunidade alegando insanidade mental. Embora o exame do IML de Brasília tenha concluído em sentido contrário, a juíza, surpreendentemente na sentença acabou aceitando as alegações da defesa. “...Analisando detidamente os autos, verifica-se que o acusado em momento algum quis denegrir (sic) os negros. Não demonstrou um julgamento antecipado, uma intolerância em relação aos negros, mas sim ao sistema de ingresso nas universidades públicas por intermédio de cotas raciais".A expressão denegrir, por si só, tem forte conotação preconceituosa porque significa atribuir a outrem os defeitos do negro.Mesmo processado pela Justiça de Brasília, Silveira Melo, não se intimidou e durante todo o processo passou a atacar a Afropress, com mensagens ameaçadoras aos jornalistas responsáveis à publicação. Nestas mensagens se apresentava como Br0k3d – o Justiceiro. O fato é apurado em inquéritos que tramitam em S. Paulo, instaurados pela Delegacia de Crimes Raciais.
Agressão explícita
Entre as mensagens postadas pelo estudante estão pérolas como estas: “PRETO NO CÉU É URUBU, PRETO CORRENDO É LADRÃO, PRETO PARADO É BOSTA";"QUAL A DIFERENÇA ENTRE O PRETO E O CANCER? R: O CÂNCER EVOLUI!"; ou ainda "E VCES, FICAM AI PAGANDO PAU DA ÁFRICA, AQUELE BANDO DE MACACOS SUBDESENVOLVIDOS, QUERENDO ATRIBUIR VALOR A ESSA "CULTURA" NEGRA QUE SÓ TEM MÚSICAS SEM SENTIDO E TOSCAS QUE NÃO FAZEM MAIS QUE PROMOVER ORGIAS SEXUAIS .... PAU DAQUELE PRETO DOS PALMARES LÁ ... BAH..."A juíza também faz referência a uma entrevista da Procuradora do Distrito Federal Roberta Fragoso Kauffmann, que em artigo publicado na "Revista Isto É", sob o título “Cotas geral ódio racial”, disse que cotas, além de inconstitucionais são fruto de são fruto de uma cópia imperfeita do modelo norte-americano, ressaltando que “mesmo nos EUA, hoje se abandona esse sistema porque ele gerou ódio racial maior do que efetivamente integrou o negro na sociedade. Na entrevista que a juíza reproduziu a procuradora afirma que “a cota para os negros seria um preconceito contra os negros. “Foi o que ocorreu nos bastidores do presente processo”, ensinou a juíza.O advogado processualista Renato Borges Rezende, que acompanhou o processo representando a ONG ABC sem Racismo, disse que o Ministério Público ainda poderá recorrer da sentença.O jornalista responsável e Editor de Afropress, Dojival Vieira, afirmou que a decisão da juíza de Brasília abre um grave precedente na medida em que pode ser entendida como uma senha para a impunidade por delinquentes que usam a Internet para a prática de crimes de racismo. O jornalista afirmou esperar que o Ministério Público recorra da decisão e que a sentença seja reformada.
Fonte: www.afropress.com.br 30/07/2008

Mariza Abreu participa de capacitação sobre ensino da cultura Afro-brasileira

A secretária estadual da Educação, Mariza Abreu, participou da abertura do curso de capacitação para profissionais da rede estadual sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos com ensinos Fundamental e Médio, na manhã de terça-feira, 22. A formação, que reúne 60 professores de História e Geografia de Porto Alegre, aconteceu até quarta-feira, 23, no Auditório Paulo Freire, do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), na Capital.
O encontro, organizado pelo Setor de Educação Afro-Brasileira da Secretaria Estadual da Educação (SEC), tem como objetivo formar professores multiplicadores para a implementação da Lei N° 10.639/2003, que inclui o estudo da História da África e da cultura e contribuição do povo negro no Brasil no currículo escolar. Esta capacitação é a primeira de uma série de encontros que ocorrerão de forma regionalizada até novembro com todas as Coordenadorias Regionais de Educação (CRE’s).
A secretária Mariza Abreu destacou a importância da implementação da lei tanto no âmbito escolar, como social. “O objetivo dessa lei é o reconhecimento da contribuição de outros povos à cultura brasileira, entre eles a população afro-descendente. Este trabalho é importante não só para os alunos aprenderem sobre outras culturas, mas também mudarem suas atitudes”, declarou. As palestras sobre a aplicação da legislação na sala de aula serão ministradas pela equipe de Educação Afro da Secretaria de Educação e pelas professoras Vilma Terres, da Escola Morada do Vale I, de Gravataí, e Adriana Santos, da Secretaria Municipal de Educação (SMED), de Porto Alegre.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Calendário AFRO

AGOSTO
01 - Independência do Benin, África/ 1975
03 - Independência do Níger, África / 1960
07 - Independência da Jamaica / 1962
07 - Independência da Costa do Marfim / 1960
08 - Em Lagos (atual Nigéria) é registrado o primeiro ato de escravidão, por Portugal / 1444
10 - Morre o padre Batista, um dos fundadores do Instituto do Negro e dos Agentes de Pastoral Negros / 1991
12 - É publicado o manifesto dos conjurados baianos da Revolta dos Alfaiates, protestando contra os impostos, a escravidão dos negros e exigindo independência e liberdade / 1798
14 - Morre a Ialorixá Mãe Menininha do Gantois / 198615 - Independência do Congo, África / 1960
17 - Nascimento do pan-africanista Marcus Garvey / 1887
19 - Independência do Gabão / 1960
23 - Nascimento de José Correia Leite, fundador do jornal O Clarim da Alvorada / 1900
24 - Primeiro Congresso de Cultura Negra das Américas, na Colômbia / 1977
24 - Morte do abolicionista Luís Gama / 1882
28 - Primeira Marcha de Negros sobre Washington, em favor dos direitos civis, EUA / 1963
29 - Nascimento de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, escultor, entalhador e arquiteto
Fonte: ccnfr-rs.blogspot.com.br 29/07/2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

ACCA realizará encontro com Candidatos Políticos

A ACCA realizará no dia 26 de Agosto as 19h e 30 min no Circulo Operário Cachoeirense um encontro com representantes de Partidos Políticos e Candidatos as próximas eleições Municipais que acontece em 03 de Outubro, o encontro servirá para para que todos as candidatos levem suas propostas em relação a Politica de inclusão do Negro na atualidade, o referido encontro será aberto a toda comunidade . Informações pelos fone 51-91516364 com Luciano.

sábado, 26 de julho de 2008

Encontro Mestre Setembrino dia 03 de Agosto

Acontecerá no próximo dia 03 de Agosto em Candelária mais um Encontro dos Amigos do Maestro Setembrino, Major Musico da Brigada aposentado, passou por diversas Cidades do Estado onde conquistou um grande numero de Amigos e Simpatizantes, O circulo de amizade cada vez aumenta mais, a cada trimestre realiza em cidades diferentes um encontro com esses amigos conquistado durante sua trajetoria.
Excursão de Cachoeira do Sul está confirmada ainda restando alguns lugares com reservas pelo fone 37232855 com Patrícia.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Amor que não conhece diferenças

Cachoeira do Sul- O que era para ser um relacionamento comum entre dois jovens acabou encontrando vários obstáculos no caminho por causa da diferença na cor da pele, ele negro e ela branca. Paulo Ricardo Rodrigues e Bianca dos Passos Amorim, ambos com 21 anos, sentiram o que era o preconceito quando começaram a namorar, especialmente ela que via amigos e parentes a olhando com reprovação. Entretanto, a história deles é marcada pelo amor que os fez transpor todas as dificuldades e manter o relacionamento que já dura quatro anos.
Como começaram a namorar?Bianca - Sempre fomos envolvidos em movimentos estudantis. Quando nos conhecemos, eu atuava no grêmio estudantil da Escola Borges de Medeiros e o Paulo era presidente da Associação Municipal dos Estudantes. No início nos tornamos amigos e somente após um ano é que começamos a namorar. Me interessei especialmente pelo caráter dele, uma pessoa sempre de bem com a vida, honesta e amigo de todos. Nunca me preocupei com a nossa diferença na cor da pele. Para falar a verdade, isso sempre foi o que menos importou. Paulo – Temos uma bonita história em que nossa amizade se transformou em amor. Para a Bianca a cobrança pela diferença na cor sempre foi maior. As pessoas acham feio uma branca namorar um negro, mas não acham tão estranho o negro estar com a branca.

Bianca e Paulo: namoro que já dura quatro anos se encaminha para o altar

Como foi a reação da família?Bianca - Minha mãe fez uma ressalva antes mesmo de assumirmos nosso relacionamento para todos: ela perguntou se eu estava pronta para tudo o que viria junto ao namoro e se eu estava preparada para o que poderia ouvir. Respondi para ela que sim e então eles disseram para eu ir em frente. Paulo – Meus pais nunca interferiram na minha escolha. Me encantei pela Bianca pela personalidade dela, tanto faz se ela fosse negra ou morena em vez de ser loira.
Como é ser um casal diferente entre tantos iguais? Existe muito preconceito?Bianca – Quando começamos a namorar eu não sabia que existia tanto racismo. Só estando na pele ou vivendo uma situação como essa para saber, mas tudo dá para superar. Até hoje a pior manifestação de preconceito partiu da minha melhor amiga na época. Quando disse para ela que nós estávamos namorando ela foi logo dizendo que se eu levasse a história adiante ela nunca mais sairia na rua comigo. Depois disso a amizade esfriou. Alguns parentes mais distantes também criticaram muito. Diziam que eu estava fazendo isso só para afrontar a família e que o namoro não ia durar, mas estamos aí para provar o contrário. Paulo - As pessoas em geral ficam olhando, principalmente os mais velhos. Acredito que ou eles ainda estranham muito, porque há alguns anos não se via muito um casal em que um é branco e outro é negro, ou por causa do racismo mesmo. Os mais novos já encaram melhor, quase ninguém da nossa idade demonstra preconceito.
A abordagem de uma situação semelhante na novela Duas Caras com o casal Evilázio (Lázaro Ramos) e Júlia (Débora Falabella) ajuda a diminuir o preconceito?Bianca – Com certeza. Acredito que muitos assistem a novela e pensam: se na ficção acontece então temos que encarar na vida real como uma coisa natural. Sei que não é isso que vai mudar a cabeça de ninguém. O preconceito para mim nada mais é do que resultado da educação recebida pela criança. Ninguém nasce preconceituoso, isso se aprende ouvindo os outros. Meus pais sempre me ensinaram que todos são iguais, mas cada um tem suas particularidades. Paulo - A mídia pode sim ajudar, mas o preconceito ainda vai nos acompanhar por muito tempo. O ser humano ainda tem muita dificuldade em aceitar diferenças e não falo só de raças, mas de estilos, personalidade, enfim, somos todos diferentes e não é só por que é negro ou porque é deficiente, por exemplo, que não merece respeito.
Quais são seus planos para o futuro?Paulo - Eu estou no sexto semestre do curso de Educação Física na Ulbra/Cachoeira e a Bianca está no terceiro semestre do curso Técnico em Enfermagem na Escola de Educação Profissional de Saúde. Queremos primeiro nos formar e garantir estabilidade na profissão e só depois de estarmos seguros financeiramente planejar o casamento. Bianca - Sempre conversamos sobre isso e sabemos que não adianta atropelar nada, tudo tem seu tempo, e na hora certa vamos nos casar. Queremos muito ficar juntos e também termos filhos, mas isso é para daqui a alguns anos.

Alunos brasileiros vão estudar culturas afro e indígena na escolas

Brasília - A grade escolar dos estudantes brasileiros vai receber um reforço em termos de conteúdo. Com base na Lei 11.645, sancionada em 10 de março deste ano, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passam a ser obrigatórios nos currículos escolares os diversos aspectos da história e das culturas que caracterizam a formação brasileira: a afro-brasileira e a indígena.
A nova legislação alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que incluía no currículo oficial somente a temática História e Cultura Afro-Brasileira. Desde que o estudo da cultura afro-brasileira passou a ser obrigatório – Lei 10.639/03 –, as organizações indígenas, a Coordenação de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação e a Coordenação de Educação Indígena da Funai também passaram a pleitear a inclusão da cultura indígena na LDO.
As informações deverão ser passadas aos alunos em estudos sobre grupos étnicos, tais como a história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. O objetivo é resgatar as suas contribuições nas áreas social, econômica e política. Os conteúdos serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileira. Com a mudança, o governo quer modificar o estudo da história do país, que, de acordo com educadores, foi construído a partir de referências que excluem a presença de negros e indígenas como protagonistas. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, adiantou que o trabalho desenvolvido pelo ministério junto às comunidades gerou materiais para as comunidades e para a formação de professores. A capacitação dos docentes será feita, inicialmente, utilizando o material que já está disponível no site dominiopublico.gov.br. A secretaria convidará comunidades indígenas e indigenistas para a produção de material novo, que mostre o passado e o presente das etnias indígenas.
No Brasil existem mais de 200 sociedades indígenas com línguas e organizações sociais diferentes. Com isso, o MEC espera uma regionalização. No Sul, por exemplo, o professor pode buscar materiais sobre história e cultura de índios da região, além de informações mais gerais sobre a diversidade lingüística e cultural dos índios no Brasil. As informações são do Jornal do Senado.

Jovens recebem orientação sobre História da África

Desde o ano passado os alunos de seis colégios do município de Rio Claro (RJ) contam com aulas de educação das relações éticas raciais na grade curricular. Segundo o prestador de serviços e presidente da Organização e Integração de Conscientização Negra (OICN) de Barra Mansa, José Francisco, o Chico, a idéia é conscientizar os alunos, fazendo com que eles aprendam um pouco mais sobre a história do negro.
Segundo Chico, as palestras são sobre política afirmativa, história da África e do afrodescendente e matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda, além de abordar sobre história da formação do povo brasileiro, a participação dos negros na cultura brasileira, violência e racismo. "Não são palestras fechadas. Os temas são adequados de acordo com a realidade dos alunos. Alguns são muito carentes, então falar sobre a igualdade social é válido", acrescenta Chico, dizendo que a fala é adequada à faixa etária das crianças.
Para ele não há como falar de discriminação racial sem mencionar a discriminação social. "Hoje, os jovens são cercados por discriminações tanto raciais, como culturais, e até mesmo pela região em que moram. Muitas pessoas julgam pelo local onde o outro vive. Devemos ter a consciência de que não é assim que as coisas devem ser feitas; devemos olhar para uma pessoa e ver alguém, não um bairro, um carro ou uma cor", diz Chico.
Ele cita que Rio Claro é um dos poucos municípios que seguem a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio. "É uma pena que poucas cidades cumpram a lei. Quem perde são os alunos, que só sabem de uma parte da história, e essa parte é a parte contada pelos brancos. O negro tem mais a contar", avalia o prestador de serviços.
Ele conta que durante as aulas expõe vídeos educativos aos alunos e neste segundo semestre pretende levá-los para conhecer os lugares históricos do município.

Pacto pela Juventude quer garantir direitos da juventude negra

O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) lançou Terça -Feira dia 22, o Pacto pela Juventude. O texto contém 70 resoluções de Políticas Públicas para a Juventude, sendo 22 prioritárias. Dentre as propostas principais estão a garantia e a visibilidade dos direitos dos negros, a ampliação dos investimentos na educação e a prática de esporte e da cultura como fundamentais para o desenvolvimento dos jovens.
De acordo com o presidente do Conjuve, Danilo Moreira, há mais de 50 milhões de jovens na faixa etária de 15 a 29 anos no Brasil, e a atenção aos negros é fundamental para resolver outros problemas, além do preconceito. "A maioria dos jovens que sofrem violência nas grandes periferias é de negros. Eles são vítimas por causa de questões sociais, econômicas e raciais", destacou o representante do Conjuve, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional. O presidente do Conselho Nacional de Juventude explicou que o acordo é um compromisso público para transformar em realidade as deliberações da 1ª Conferência Nacional pela Juventude, ocorrida em abril, em Brasília. Segundo Moreira, a partir de 12 de agosto - Dia Nacional da Juventude - o Conjuve fará uma caravana nacional para defender os direitos da juventude e apresentar as resoluções do Pacto.
Fonte: Fundação Cultural Palmares

MS celebra Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

As atividades em prol do "Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha" - comemorado em todo país em 25 de julho, começa hoje (25), com o "Diálogo e Conversação das Mulheres Negras", às 13h30, na Associação Campo-grandense de Professores (ACP/MS), no centro da Capital.
As comemorações em celebração às Mulheres Negras da América Latina e do Caribe será realizada das 13h30 às 16h30, na ACPC, iniciando com depoimento sobre "Dialogo e Conversação das Mulheres Negras", - relatos da participação das artesãs de Mato Grosso do Sul no IV Encontro Afro Goiano de 2007, que abordou o empreendedorismo Afro Brasileiro.
Durante toda tarde haverá exposição, comercialização e divulgação dos trabalhos, produzidos pelas mulheres negras artesãs, que buscaram novos conhecimentos no IV Encontro Afro Goiano; Declaração de poesia, pela poeta Delasnieve (Embaixadora Universal da Paz); Explanação e relatos sobre a retórica do dia 25 de junho. E ainda, assuntos contextualizando as lutas das mulheres negras numa abordagem local, regional, nacional e da América Latina e do Caribe.Na opinião da coordenadora estadual de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Cppir/MS), Raimunda Luzia de Brito, o Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe foi criado para dar visibilidade à mulher negra. "O Encontro das Américas, que tivemos no mês de junho, em Brasília, com pessoal da América Latina e do Caribe, foi muito bom. Dá para gente formar uma rede de discussão. Vamos enviar e-mails para toda a rede Latina Americana. É uma maneira de Mato Grosso do Sul também acontecer no cenário da nossa região das Américas. O Brasil inteiro está comemorando essa data", disse Brito.
Segundo Raimunda, no Mato Grosso do Sul a mulher negra ainda enfrenta muitas dificuldades. "Mas já temos um pouco mais de visibilidade. Estamos nos tornando visíveis. Acho que isso é mais importante. No governo nós já estamos conseguindo ganhar espaço. A sensibilidade do governador em dar espaço para gente do Movimento Negro é muito grande".
Raimunda de Brito explica que, quando se fala em Movimento Negro no Brasil, a articulação de mulheres negras brasileiras é o movimento mais forte, dentro do Movimento Negro. "E a articulação de mulheres brasileira, independente de branca ou negra, é mais forte do que o movimento dos homens. Então, para nós é importante a articulação de mulheres brasileiras. Bem como, do Fórum Nacional de Mulheres Negras do nosso Estado, que está fazendo parte com a Secretaria Executiva, que é divida com Estado de Goiás", informa a coordenadora da Cppir/MS.As atividades no Estado estão sendo realizadas pelo Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul "Raimunda Luzia de Brito", juntamente com o Fórum Nacional de Mulheres Negras (FNMN) e a Coordenadoria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (Cppir/MS), da Secretaria de Estado de Governo (Segov/MS). Em parcerias com a ACP; Associação Beneficente dos Descendentes da Tia Eva; Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine/MS); Conselho Estadual de Direitos Humanos (Cedhu) e Associação Trabalho, Estudos, Cultura Afrodescendentes em Movimento (Teçam/MS) "José Mauro Mesias da Silva".25 de Julho O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingo, República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, sociedade civil e governo têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem estas mulheres, explícitas em muitas situações cotidianas.O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras do estado, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.
Fonte: Fundação Cultural Palmares

Assembléia de Lançamento do Fórum Nacional da Juventude Negra 25, 26 e 27 de Julho de 2008 - Guarujá/SP

PROGRAMAÇÃO OFICIAL
Sexta-Feira- 25 de julho de 2008
09h00min - Painel: "Juventude Negra, do Enjune ao Fórum: Novas perspectivas na militância étnico-racial!"
Anderson Silva - ativista do movimento hip hop, do movimento negro e um dos idealizadores do Enjune
Jaqueline Lima Santos - Coordenadora Nacional Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (SP)
Sueli Chan - Coordenadora de projeto da Zulu Nation Brazil e da Rede Nacional de apoio a Juventude
Mediador: - Coordenação Nacional Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (AC)
10h30min - Painel: "Lei 10.639/03: Aplicabilidade da Lei, juventude negra e ações afirmativas"
Yvie Favero - UNEGRO/SP e SEDUC Guarujá/SP
Marta Almeida Filha - Coordenadora Nacional Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (PE)
Mediador: Jhean Fabio do Nascimento - Coordenadora Nacional Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (SC), FOJUNE/SC
12h00min - Início do Credenciamento
14h00min - Painel: "Juventude Negra - Retrospectiva e conjuntura nacional e internacional"
Milton Barbosa - Coordenador Nacional de Relações Internacionais e fundador do MNU
Daniel Brasil - Assessor Internacional - Seppir
Giovanni Harvey - Subsecretaria de Políticas de Ações Afirmativas - Seppir
Thais Zimbwe - Rede da Juventude Indígena e Afrodescendente - REJINA , FOJUNE/RJ
Mediador: Deivison Nkosi - Kilombagem/SP, FOJUNE/SP
15h30min - Painel: "Inserção da Juventude Negra nos espaços políticos"
Deise Benedito - Fala Preta / SP
Martvs das Chagas - Subsecretário de Planejamento e Formulação de Políticas da Seppir
Elder Costa Santos - Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (BA)
Paulo Ramos - Fórum Paulista de Juventude Negra
Mediador: Lula /ES - Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (ES)
17h00min - Cerimonial de Abertura
Mesa 1 : Institucional
Mesa 2 : Apoiadores
18h00min - Homenagem a Mulher Negra: 25 de julho - Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
Chindalena Ferreira Barbosa - Associação Frida Kahlo, Articulação Brasileira de Jovens Feministas, APJN/SP
Lajara Janaína - Fórum Estadual de Mulheres Negras SP, MNU, FOJUNE-SP
Carla Acotirene - Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (BA)
Minas da Rima - ABC/SP
19h00min - Leitura a aprovação do regulamento do Lançamento do Fórum Nacional de Juventude Negra
20h30min - Jantar
22h00min - Intervenção Cultural
Sábado - 26 de julho de 2008
09h00min - Grupos de Trabalho: do formato e funcionamento do Fórum Nacional de Juventude Negra
12h00min - Término do credenciamento
12h30min - Almoço
13h30min - Painel "Fórum Social Mundial: Perspectivas, mobilização e intervenção"
Rosângela Maria Soares - Rede de Educação Cidadã - RECID/PA
Nazaré Cruz - Coordenação Provisória da Fórum Nacional de Juventude Negra (PA)
Marta Almeida Filha - Coordenação Provisória da Fórum Nacional de Juventude Negra (PE)
Mediadora: Luiza Regina - Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (PB)
15h30min - Grupos de Trabalho: Prioridades e agenda política do Fórum Nacional de Juventude Negra
19h00min - Jantar
21h00min - Intervenção Cultural
Domingo - 27 de julho de 2008
09h00min - Painel: "Multimídia-Afro: Novas perspectivas de comunicação na militância étnico-racial"
Ike Banto - ONG Ação Periférica - Sorocaba/SP, FOJUNE/SP
Aquatuny - Yowly Brasil
Ailton - Secretário Estadual MNU/SP,FOJUNE/SP
Mediadora: Re.Fem - Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (RJ)
10h30min - Painel: "Juventude Quilombola e Comunidades Tradicionais: Novas perspectivas?"
Mario Prado - Quilombola (Quilombo do Caçandoca - Ubatuba/SP)
Bárbara Oliveira - Assessora da Subsecretaria de Comunidades Tradicionais - Seppir
Ronaldo dos Santos - Coordenador Executivo CONAQ
Adalmir José - Jovem Quilombola (Quilombo Conceição das Crioulas - Salgueiro/ PE)
Mediador : Willy Miranda Coordenação Provisória do Fórum Nacional de Juventude Negra (AP)
12h00min - Almoço
13h30min - Plenária Final: Leitura e aprovação do formato e funcionamento, prioridades e agenda política do Fórum Nacional de Juventude Negra
17h00min - Composição da Coordenação Nacional do Fórum Nacional de Juventude Negra
"...a expectativa é grande, a indignação maior ainda. A vontade por um mundo melhor,mais igual na sua diversidade, perpassa pela crítica ao modelo societário excludente, genocida, homicida, homofóbico, opressor. Formas e modelos, métodose perspectivas. O Fórum é isso, diversidade e criticidade, africanidade e resistência, sociabilidade e cultura. Que nestes três dias consigamos alcançarnossas metas. Nossos objetivos. Capacidade nós temos !!!..."
Fonte:Coordenação Nacional Provisória

Tramitação do Estatuto da Igualdade volta à estaca zero

Brasilia – Dois anos depois do início da mobilização popular lançada pelo Movimento Brasil Afirmativo e posteriormente ampliada com a criação do Fórum SP da Igualdade Racial, a tramitação do Estatuto da Igualdade Racial, do senador Paulo Paim (PT-RS) voltou à estaca zero.A marcha à ré aconteceu com a apresentação, pelo relator da Comissão Especial, deputado Antonio Roberto (PV-MG), de um substitutivo que terá de voltar ao Senado, tornando improvável a aprovação do Estatuto este. A apresentação do substitutivo foi a forma encontrada pelos deputados do PT para acomodar a divisão interna, entre os que defendiam a aprovação do projeto, sem alterações como aprovado pelo Senado, e os que, sob o pretexto da defesa de um Fundo de Promoção da Igualdade Racial, queriam mudanças no texto, o que acabou ocorrendo. A fórmula também agradou o Presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) e ao próprio Palácio do Planalto, para quem o tema é incômodo. As consequências da manobra estão sendo omitidos de setores da militância negra ligados aos partidos e aos gabinetes de parlamentares petistas.
Mobilização esvaziada
A Comissão Especial presidida pelo deputado Carlos Santana (PT-RJ) foi uma conquista da mobilização do Fórum SP, que levou a Brasília no ano passado 100 mil assinaturas coletadas nas ruas de S. Paulo e em cidades do interior do Estado. O ato de entrega de assinaturas acabou resultando em bate-boca, com Chinaglia mandando as lideranças presentes “calarem à boca”, porque gritaram, na ante-sala de seu gabinete, palavras de ordem em defesa da aprovação imediata do Estatuto.Posteriormente, o presidente da Câmara pediu desculpas e assumiu compromisso de convocar audiência pública e formar a Comissão Especial integrada por 17 parlamentares de todos os partidos, com a missão de deixar o projeto pronto para votação. Recentemente, o deputado Pedro Wilson (PT-GO) disse que o projeto só não é aprovado porque falta “vontade dos partidos e das lideranças e apoio do Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia”. "O Estatuto da Igualdade Racial já foi muito discutido pelos parlamentares e pela população", afirmou. Segundo Santana, se o projeto tivesse sido votado e aprovado pela Câmara, a matéria iria diretamente à sanção do Presidente Lula, uma vez que tramita em caráter conclusivo. Para o deputado carioca, que preside a Frente Parlamentar da Igualdade Racial, até agora não há um posicionamento claro dos partidos sobre a matéria, o que segundo ele evidencia a falta de um movimento social em defesa da aprovação do estatuto.Santana, no entanto, ignorou solenemente a existência do Fórum SP, nas audiências públicas realizadas no primeiro semestre, apenas porque não era dirigido por ativistas do seu partido.
Desmobilização
A desmobilização do movimento em defesa do Estatuto começou com a decisão da direção da Rede Educafro de afastar o Frei Antonio Leandro da Silva, da coordenação do Movimento e, posteriormente, dar apoio ao presidente da CONAD/SP Marco Antonio Zito Alvarenga para dirigir o movimento. Zito esvaziou o Fórum convocando apenas quatro reuniões em todo o semestre e saiu sem nada fazer, após o período de seis meses de rodízio.
A apresentação do substitutivo acabou contrariando o próprio autor do Projeto, senador Paim, que pretendia a aprovação do projeto como estava, a tempo de ser sancionada no dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra.
Posição ambígua
A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP) e Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), foram os responsáveis por pedidos de mudanças no texto, atendendo a setores do Movimento Negro, que querem uma redação mais impositiva com a criação do Fundo para financiar as propostas do Estatuto, o que vem sendo barrado pela área econômica do próprio Governo. O fundo fazia parte do texto original do projeto, mas foi retirado na votação no Senado. "A lei deve criar políticas públicas concretas; não adianta nada se ela não fizer a previsão dos recursos", defendeu a deputada. Ela admitiu que as duas posições políticas sobre o projeto colocaram a comissão em um "dilema". Ao defender essa posição, Pietá e Santiago atendem ao setor do Movimento Negro, que se pauta pelas posições do Partido, e ao próprio Governo.
Fonte www.afropress.com.br 25/07/2008

Seu Jorge apresenta show do novo CD "América Brasil"

O vozeirão do cantor Seu Jorge volta a ecoar em terras paulistanas nesta sexta-feira (25), em show no Citibank Hall, às 22h. No espetáculo, Seu Jorge traz o som de seu novo CD "América Brasil", com o recentes sucessos "Mina do Condomínio" e "Trabalhador".
Ao longo da apresentação não faltará também os sucessos mais antigos "Pretinha", "Carolina", entre outros, que fazem um mix de samba, rock, funk e reggae.
Dividem o palco com o cantor, os músicos Pretinho da Serrinha, Miudinho, Nenê Brown e Quininho, na percussão; Sidão, no baixo; Adriano Trindade, na bateria; Junior Gaiato, no violino e gaita; e Marcio Negri, Chiquinho e Reginaldo nos metais.

Jorge Mário da Silva (nome de batismo de Seu Jorge) é carioca, primogênito de quatro filhos. Começou a trabalhar cedo, em uma borracharia, aos 10 anos de idade. Seu contato com a música surgiu de seu convívio na adolêscencia com rodas de samba e os bailes de funk da periferia carioca.
Apesar de ter sido sem-teto por três anos, sua sorte mudou ao ser descoberto pelo teatro, onde participou de diversos musicais. Anos depois participou da formação da extinta banda Farofa Carioca, em 1998, até seguir carreira solo.
Atualmente, a carreira (musical e artísistica) de Seu Jorge é reconhecida no Brasil e no exterior. Ele ainda atuou nos filmes brasileiros "Cidade de Deus" e "Casa de Areia".

quarta-feira, 23 de julho de 2008

ACCA realiza Jantar Bingo

A Associação Cachoeirense da Cultura Afro promoverá no próximo dia 09 de Agosto Sábado um Jantar Bingo Beneficente com objetivo de reunir Associados, amigos, simpatizantes e comunidade em geral, ingressos poderão ser reservados pelo fone 51-91516364 com Luciano, na ocasião do Jantar o cardapio servido será: Vaca Atolada( mandioca com costela), Arroz Branco, Saladas Diversas ao valor de R$ 3,00 o prato, as Cartelas para o Bingo serão vendidos na hora.
A ACCA realiza sua reuniões semanais as TERÇA- FEIRAS as 19:30 no Circulo Operário Cachoeirense , tendo um primeiro momento aberto a Comunidade e um segundo momento destinado a assuntos da Diretoria, qualquer informação , sugestões podem ser enviadas pelos Emails: ramosluciano73@hotmail.com ou ramosluciano_73@yahoo.com.br .

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Mais uma Universidade adota Ações Afirmativas

Vitória da Conquista/BA – O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), aprovou o Programa de Ações Afirmativas que reserva 50% das vagas a estudantes oriundos da escola pública, sendo 75% destinadas a alunos auto-declarados negros.
A reunião extraordinária do Conselho acompanhada por lideranças negras, de cursinhos pré-vestibulares e quilombolas, aconteceu no Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP), campus de Vitória da Conquista, concluindo os trabalhos de uma Comissão constituída em agosto de 2007 para tratar de políticas de ações afirmativas na Universidade. A medida já deve entrar em vigor para o Vestibular 2009.
Auto-declaração
O Conselho deliberou que a auto-declaração será feita por meio de um termo de compromisso no ato de inscrição do Vestibular e na matrícula, no qual o candidato declara ter características fenotípicas de pertencimento ao segmento social negro.O Programa aprovado terá duração de 15 anos, com avaliação anual e quinquenal. Também foram aprovadas Cotas adicionais para Quilombolas, indígenas e pessoas com necessidades educativas especiais.“As ações afirmativas são importantes porque vão possibilitar que pessoas oriundas de grupos étnicos (negros e indígenas) e do ensino público sejam inseridas no ensino superior. Isso diversifica os grupos étnicos e econômicos na universidade e cria políticas públicas de inclusão para esses grupos sociais que foram excluídos ao longo da história”, afirmou o professor João Diógenes Ferreira dos Santos, representante do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) na Comissão de Ações afirmativas.Com a decisão a Uesb passa a ser a 52ª Universidade pública brasileira a adotar ações Afirmativas, beneficiando estudantes negros.
Na Bahia, as outras duas Universidades públicas - a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) - já adotaram ações afirmativas e cotas. Nesta quarta-feira, 16/07 o Conselho discute e vota o Programa de Assistência Estudantil que integra o Programa de Ações Afirmativas, que também deve ser aprovado, segundo avaliam lideranças do Movimento em defesa das ações afirmativas na universidade.
Fonte: afropress

Olha eles de novo!!!

Desculpe-me pelo titulo, mas achei bem propicio, pois sim, o ano de 2008 deveria ser marcado por acontecimentos históricos e importantes para nossa sociedade mundial, como termos o Primeiro Negro Candidato a Presidente do EUA, Primeiro Negro Brasileiro a participar no Hipismo em uma Olimpíadas, implantação das Cotas Raciais em Universidades no Brasil em fim vários acontecimentos que com certeza ficarão na Historia, mas esse ano também será marcado pelas Eleições Municipais que por reflexo da Crise que enfrentamos diariamente pelos Roubos escancarados em nossos cofres públicos temos ainda a ameaça da Inflação que rondas nossos lares acompanhada do Caos da segurança publica, mas infelizmente tudo isso faz parte da Vida, temos que crer que amanha poderá ser bem melhor, vamos ter novamente a oportunidade de escolher nossos representantes diretos, vereadores e Prefeitos de nossos Municípios serão escolhidos em Outubro de 2008 e lá vem eles de novo, velhas promessas, projetos antigos engavetados desde das ultimas eleições, vem aqueles calorosos abraços e longos apertos de mãos, beijos em criancinhas e idosos como nunca.
É oportunidade que nós temos de fazer mudanças, independente do credo , Cor, ideologias, sexo , raça, vamos ter a chance de mudar as coisas.

Falando assim me entusiasmo, fico quase convencido que vamos fazer a diferença, mas em quem poderemos confiar num momento desses, como diria Chaves "quem poderá nos salvar ?"

Em Cachoeira como em outros vários municípios do estado e pais existe um grande numero de Afro descendentes "negros", existe pouca ou quase nenhuma politica publica que venha favorecer esse povo, não falo por ser negro e com muito orgulho, mas sim pelo fato de ver que a maioria das pessoas que hoje são denominadas pobres serem negras, ai vem eles de novo, organizam núcleos partidários denominados negros mas não apresentam nada que poderá fazer a diferença.

Acho , no meu ponto de vista que deveríamos como me disse minha Ilustre amiga, pessoa respeitada no Movimento negro Cachoeirense a Prof Maria Eloá dos santos, que nós Negros estamos perdendo tempo em não formar uma pessoa de nosso meio qualificada para nos representar, quem sabe um Vereador ou por que não um Prefeito?

Quem sabe Dona Eloá como carinhosamente a chamamos, para as próximas eleições nós poderemos contar com alguém desse nível!

Quem sabe !!!!

Luciano Ramos

Editor do Blog accaafro07.blogspot.com.br

Isso podia ser bem diferente!!!!!!

Negros têm só 3,5% dos cargos de chefia
Quem olha ao redor no seu ambiente de trabalho constata que há muito poucos colegas negros. Chefes, então, são raríssimos. Se não surpreendem, por mostrarem uma realidade facilmente perceptível, os números a respeito da presença de negros em cargos de nível executivo nas maiores companhias brasileiras --apenas 3,5%, segundo pesquisa do Ibope com o Instituto Ethos-- chamam a atenção para um cenário que empresas e profissionais se acostumaram a tratar com naturalidade.
Mas os negros são 49,5% da população do país, "Eis o resumo da história desde a Lei Áurea, que depois de amanhã completa 120 anos. Mantivemos intacta uma estrutura excludente e discriminatória com base na cor da pele. O topo da hierarquia das firmas não é diferente de outros lugares de prestígio e status na nossa sociedade", diz José Vicente, presidente da ONG Afrobras e reitor da Unipalmares (Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares).
"A cultura corporativa de um mundo homogêneo vai se reproduzindo. Como os espaços de convivência públicos e familiares são predominantemente brancos, quando é preciso escolher um novo membro para o grupo, as pessoas acabam buscando dentro do espaço que conhecem e no qual se inserem", completa Cláudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Para as mulheres negras, a situação é ainda mais cruel, já que elas sofrem um duplo preconceito. De acordo com o levantamento Ibope/Instituto Ethos, feito em 2007, não chega a 0,5% a porcentagem de negras em cargos executivos. "As que rompem as barreiras não conseguem se incluir no cotidiano. É muito grave", frisa Eliana Maria Custódio, coordenadora-executiva do Geledés (Instituto da Mulher Negra).
Na opinião dos especialistas, uma das explicações para o fato de os negros não alcançarem postos mais altos dentro das corporações é o seu limitado acesso a educação básica e superior de qualidade, o que os impede de entrar nas empresas em qualquer tipo de posto. Comparando com outros candidatos, que estudaram em escola particular, cursaram universidades de elite e aprenderam vários idiomas, eles ficam em enorme desvantagem.
A outra razão é o preconceito velado. "O senso comum é que o negro não tem qualificação ou competência intelectual. Assim ele é visto", resume Vicente. Executivos negros ouvidos pela Folha contam não terem sido alvo de manifestações explícitas de discriminação --o que ocorre com freqüência, dizem, são estranhamentos por parte de colegas e clientes, desacostumados a conviver com eles.
Consultorias de recrutamento e seleção e os departamentos de recursos humanos das empresas sustentam que não existe nenhuma espécie de filtragem dos candidatos por cor. "Isso não é mencionado nos currículos. Os interessados são chamados pela sua qualificação. Só quando adentram a sala é que sabemos se são verdes ou azuis", afirma Carlos Diz, diretor do Instituto de Liderança Executiva. "Antes, fui "head- hunter" ["caçador de talentos"] por dez anos. Devo ter entrevistado cerca de 6.000 pessoas. Houve apenas um negro."
As críticas de que as firmas de seleção não escolhem negros porque os avaliadores são brancos não fazem sentido, diz Fátima Zorzato, presidente da consultoria Russell Reynolds no Brasil. "Basta dizer que o meu chefe, baseado em Nova York, é um afro-americano."
Mudanças
"Os números são críticos nas 500 maiores empresas. Podemos imaginar, então, um quadro ainda mais pessimista no restante", comenta Hélio Gastaldi, diretor de atendimento e planejamento do Ibope.
Pesquisas como a que ele coordena estão servindo de alerta para que as companhias tomem alguma atitude a fim de começar a corrigir as distorções. "O objetivo do levantamento é trazer uma informação inconteste. Geralmente, os gestores fazem uma avaliação mais positiva do que está acontecendo: 34% responderam sim, quando questionados se a proporção de negros no patamar executivo é adequada.
Confrontados com dados objetivos, eles são obrigados a fazer uma reflexão." Na opinião de Gastaldi, isso é porque o brasileiro em qualquer assunto tem facilidade de fazer críticas no coletivo, mas não reconhece os problemas nele próprio.
Entretanto, Vicente aponta que está tendo início uma transformação nesse campo: "A globalização é uma manifestação da diversidade da qual não dá para escapar. As empresas precisam se adequar, pois qualquer pessoa minimamente esclarecida começa a perceber as incongruências e as pressiona. O Brasil não pode ser um país multicultural para quem vê de fora e branco por dentro."
Materia publicada em 11/05/2008 na Folha OnLine

O Primeiro Negro do Hipismo brasileiro

O hipismo adestramento foi o segundo esporte a ser analisado no nosso blog, ainda no distante mês de fevereiro. Naquela época, não acreditava muito no que o Brasil poderia fazer em Pequim e por isso dediquei apenas uma postagem para a competição por equipes e para a participação dos três cavaleiros brasileiros no individual. Quanta injustiça a minha...
Nestes quatro meses, o Brasil passou de quase desclassificado por equipes para dois atletas com nível muito bom internacional e uma ainda possível e até provável classificação por equipes. Isto porque a Federação Internacional Equestre determinou que toda equipe classificada aos Jogos(O Brasil conseguiu a vaga depois do bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio) teria de ter três cavaleiros com uma nota superior à 64% em duas competições de nível internacional. O índice parecia de outro planeta para os brasileiros, que chegavam nesta marca apenas em competições de menor importância, com a nota menos rigorosa.
Foi aí que surgiu Rogério Clementino, o primeiro brasileiro a conseguir por duas vezes essa marca, em duas competições disputadas na Hípica Santo Amaro, em São Paulo. Ele ficou com a marca de 65,117% no segundo torneio, que juntada ao 68,542% do torneio disputado na hípica duas semanas antes o credenciou para ser o primeiro cavaleiro olímpico negro brasileiro da história.
O sul-matogrossense ainda conseguiu superar o índice outra inúmeras vezes e por isso tem chances de um bom resultado em Pequim. Seu ápice veio em uma competição na Eslovênia.
No dorso do puro sangue Nilo V.O, Rogério obteve a média final de 68,350% na prova de adestramento com coreografia livre e música. A excepcional nota – que lhe garantiu a 10ª colocação - nunca havia sido registrada por nenhum outro cavaleiro brasileiro em uma competição internacional fora do Brasil nos últimos 30 anos.
No pan-americano do ano passado, ele só entrou na equipe brasileira depois da desistência de Pia Aragão, que estava lesionada. Não decepcionou e ainda levou o Brasil para a 12 posição no torneio individual, depois de uma excelente sexta posição no primeiro dia.
O nível mundial subiu muito nos últimos anos, mas vale lembrar que a medalha de ouro de Atenas 2004 veio com a marca de 72,782%.
A marca de 68,350%, melhor de Rogério, lhe daria a décima posição em Atenas. Porém, as notas estão mais rigorosas e os conjuntos mais completos, fazendo com que a nota obtida por Rogério o coloque mais ou menos em 30º lugar atualmente.
Serão 50 cavaleiros nos Jogos Olímpicos e uma posição perto dos 30 melhores será história para o país que só viu participar em duas ocasiões dos Jogos Olímpicos: Em 72 e em 2000. Vou até alterar a posição dele no "palpitomêtro", já que havia colocado muito atrás, vendo apenas os resultados de 2007.
Fonte:brasilpequim2008

Milan libera, e Ronaldinho irá a Pequim para recuperar a forma física

A permissão foi confirmada pelo próprio vice-presidente do clube italiano, Adriano Galliani, em entrevista ao site oficial milanista. Segundo o dirigente, a liberação acontecerá porque o brasileiro acabou de chegar à equipe italiana.
Caso estivesse no time há mais tempo, sua participação nas Olimpíadas não seria permitida."Nós respeitamos o empenho que ele demonstrou [em ir aos Jogos] antes de ter acertado sua transferência ao Milan. Se ele já fosse atleta rossonero, não seria liberado por nós. Mas como se juntou ao nosso elenco na última semana, então o deixaremos ir às Olimpíadas", explicou Galliani.

O técnico do Milan, Carlo Ancelotti, ressaltou que a participação de Ronaldinho na competição o ajudará a recuperar sua melhor forma física. "Será uma oportunidade de ele encontrar suas melhores condições. Quando ele retornar, estará pronto. Será só o tempo de inseri-lo em nosso programa", completou o treinador.

A liberação de Ronaldinho por parte do Milan vai ao encontro do que a Confederação Brasileira de Futebol já previa. Na noite de terça-feira, ciente da confirmação da transferência do meia ao futebol italiano, a entidade declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o novo clube de Ronaldinho deveria tomar postura diferente daquela adotada em relação a Kaká, que não foi liberado. Isso porque os dois atletas atravessam momentos distintos.

Dessa maneira, o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005 será o segundo representante do Milan na seleção brasileira em Pequim. Além dele, o clube também permitiu a participação do atacante Alexandre Pato, respeitando, nesse caso, a obrigatoriedade imposta pela Fifa quanto à liberação de atletas com idade inferior ou igual a 23 anos.

Tem Pagode na Região


terça-feira, 15 de julho de 2008

1º Encontro de Umbandistas e Africanistas de Rio Pardo




O Grupo Assistencial e Cultural João Candido realizou no dia 25 de Junho na Cidade de Rio Pardo -Rs um Encontro de Umbandistas e Africanistas de Rio Pardo em comemoração aos 100 anos da Umbanda no Brasil, acima algumas fotos do evento,
fonte: Secretaria de Municipal de Turismo de Rio Pardo
Departamento Municipal de Cultura Afro

Para Ler e refletir:

O futebol e a atualidade do racismo

Encravado na sociedade de classes, de um modo geral, o racismo também se faz presente no futebol, essa parte do cenário esportivo que se transformou numa paixão mundial.
Criado na Inglaterra e trazido por Charles Miller para o Brasil em 1894, o futebol foi ganhando o seu encanto, mas seu passado e presente são cheios de momentos em que predominaram estratégias de alienação, nem sempre tão camufladas. “Esporte inglês, regras inglesas, nomes ingleses, nada mais natural que o primeiro match (jogo) de football fosse realizado entre ingleses e seus descendentes residentes em São Paulo. Assim aconteceu e os primeiros teams (times) se formaram em duas empresas inglesas: a Companhia de Gás do London Bank e a São Paulo Railway”, recorda José Ricardo Prieto em Futebol e Modernização no Interior Paulista: Franca 1910-1922, monografia apresentada na Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Mas no futebol brasileiro, as primeiras evidências de racismo no esporte estiveram presentes numa fase muito importante de sua história: a passagem do amadorismo para o profissionalismo. Paradoxalmente, essa transição no esporte foi marcada pelo ingresso de atletas pertencentes às classes populares, proletarizadas, constituídas especialmente por negros e mestiços nas equipes.
Estudiosos do esporte revelam que o então denominado futebol “mestiço” sofreu muitas críticas, ganhando ainda a culpa pela perda dos títulos mundiais nas Copas de 1950 e 1954.
Atribuída aos negros e mestiços que atuavam pela equipe brasileira a culpa da derrota nas duas competições, o racismo ainda foi justificado por um suposto desequilíbrio emocional dos atletas que apresentavam cor escura, logo nos jogos decisivos. Entretanto, este atrapalhado estigma foi derrubado nas Copas seguintes, em 58 e 62, quando a seleção brasileira conquistou os títulos mundiais com jogadores negros e mulatos.
Censura & racismo sofisticado
O futebol brasileiro é assim, cheio de conflitos silenciosos que não são vistos por quem está de fora dos esquemas políticos e financeiros. A culpa imposta aos jogadores mestiços de 50 e 54 é apenas um entre muitos episódios de racismo no futebol. Um povo de origem multirracial convive tão intensamente com problemas de preconceito. Surpreendente ironia? Absolutamente, porque os cartolas sabem que o futebol é do agrado do povo, cria torcidas, “partidos”. Então, eles se aproveitam de noções mais amplas que circulam entre as massas, distorcem e fixam algumas delas, de preferência dogmas, fazendo-as passar por conceitos verdadeiros socialmente comprovados, mediante uma intensa propaganda.
Na imprensa brasileira, eventualmente, é discutido o problema da discriminação — mesmo assim, sem compromisso de causa, dando pouco enfoque aos casos relatados, o que gera acusações de conivência dos veículos de comunicação com a politicagem no esporte. Seguindo a mesma linha, pode ser comprovado que na Europa não se toca mais nessa questão; ela é estrategicamente omitida. Estudos realizados na comunidade européia concluíram que instituições e grupos da elite branca dominante (inclui-se a maior parte dos meios de comunicação) são aliados próximos na reprodução da desigualdade étnica. Com efeito, a imprensa faz uso de uma linguagem metafórica que reproduz discriminações com as quais tenta iludir a população, sofisticando enormemente o racismo.
O futebol, aqui no Brasil, é apresentado com uma questão nacional, de certa forma mais assimilada pelos atoleimados setores de classe média — que transitam entre o proletariado, o campesinato pobre e a camada inferior do campesinato pobre por um lado e, por outro, entre a burguesia inferior e proprietários de terra em decadência evidente. É fatal que ao sofrer a seleção de futebol uma derrota em competições importantes, esses setores são os mais passíveis de aceitar como réus (e a pena que os acompanha) os jogadores que denotam origem mais humilde, capazes de representar a responsabilidade pelo maior insucesso.
Bom jogador, mas...
O primeiro exemplo claro foi a Copa de 50, quando a seleção brasileira (ou como insistem os cartolas, o Brasil) era favorita ao título e ia disputar uma final como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação para levantar a taça. Mas a equipe foi pega de surpresa e a derrota atribuída ao goleiro, o já falecido Moacir Barbosa, serviu para criar um estigma em relação aos goleiros negros que passaram a ser preteridos em relação aos goleiros brancos na seleção. Até mesmo o jornalista Mário Filho, na época, fez um comentário a respeito de Barbosa que reforçou a idéia: “... até que apareceu Barbosa, realmente um grande keeper (goleiro), grande tremedor, porém. Tremeu tanto num jogo contra os argentinos em 45 que teve de mudar o calção quando acabou o primeiro tempo.”
A condenação de Barbosa não parou por aí e em uma frase o próprio goleiro comentou o seu castigo: “No Brasil, a pena maior por um crime é de 30 anos.
Há 43, pago por um crime que não cometi.” Sem surpresas, após sua morte o antigo goleiro continua crucificado. O episódio mais recente da discriminação racial contra Barbosa aconteceu em 1993, nas eliminatórias da Copa do 94, quando o ex-goleiro quis visitar os jogadores da seleção brasileira na concentração e dar um ânimo aos atletas, mas foi impedido de entrar no hotel.
Curiosamente, a seleção de 1982, tida pela maioria da população brasileira e jornalistas esportivos como uma das melhores equipes já formadas, era constituída em grande parte por jogadores brancos, universitários e oriundos da classe média. Atletas negros ou mestiços estavam reduzidos a quatro: Luisinho, Toninho Cerezo, Júnior e Serginho. Por coincidência ou não, esta seleção é elogiada até hoje, apesar de seu insucesso. As críticas, que surgiram aos borbotões, em nenhum momento visaram a pessoa dos jogadores.
Problemas mais evidentes de racismo na seleção brasileira, só voltaram a acontecer na Copa de 98, realizada na França. Na ocasião, foi a vez do atacante Ronaldo carregar a cruz. Tido como a esperança de gols da equipe, foram colocados sobre a sua cabeça os “esclarecimentos cabíveis”: ele foi acometido por um mal estar súbito acompanhado por convulsão, momentos antes do jogo final contra a seleção francesa. A preocupação com o atacante que entrou em campo e a lembrança da cena de Ronaldo se debatendo durante a convulsão, teria abalado muito a equipe brasileira. O mal súbito foi o elemento usado pelo monopólio mundial dos meios de comunicação para tentar convencer a população a crucificar Ronaldo (era Ronaldinho) como “amarelão”. Pode-se ver nos jornais do dia seguinte ao jogo manchetes que atingiam diretamente o atacante: “Ronaldinho amarela antes do jogo e abala seleção” (O Dia, 13/07/98).
Do popular só quero a bolsa
Na história do futebol há incontáveis momentos em que é feita a apologia do mais puro racismo. Vale citar a atitude de um clube que lutou para acabar com a segregação dos jogadores de origem popular: o Vasco da Gama. Na década de 20, o Vasco e alguns clubes do subúrbio carioca passaram a admitir negros e mestiços em seus quadros, sendo que o Vasco, diferente dos outros clubes pequenos, estava preparando uma equipe para desestabilizar a hegemonia — nos anos 20, o futebol era considerado um esporte das elites, representando as classes dominantes.
O clube da colônia portuguesa resolveu contratar o técnico uruguaio de renome chamado Ramon Platero e passou a adotar um programa de treinamentos revolucionário para a época. Eram dados assim os primeiros passos para o profissionalismo do esporte. A presença de jogadores negros e mestiços nos clubes pequenos era tolerada pela aristocracia, desde que não incomodasse o poder dos grandes clubes. Para as classes dominantes, era até bom jogar contra uma equipe formada por negros, mestiços e brancos pobres, uma vez que, ao derrotar esse time, estava sendo ratificada a preponderância de classe e de cor. No entanto, com o investimento feito pelo Vasco e a conquista do seu primeiro título do campeonato carioca de 1923, os clubes aristocráticos perceberam a força da equipe e passaram a criar barreiras para a sua permanência na Liga dos Clubes Amadores e, assim, exclui-lo do campeonato de 1924.
Alegando que os jogadores vascaínos eram profissionais e não amadores como todos os outros, tudo fizeram para retirar o Vasco da competição próxima. Na época, já o futebol gerava um grande lucro para os clubes e quantias significativas eram arrecadadas nos jogos realizados. A única remuneração dos atletas era feita na forma de gratificações, que passaram a ser incorporadas ao dia a dia do futebol com o nome de “bicho”, coisa que se faz presente até hoje. Com tantas barreiras impostas à sua participação na competição realizada pelos clubes de elite (Flamengo, Fluminense, Botafogo, América e Bangu) a solução encontrada pelo Vasco foi se unir aos outros clubes excluídos e realizar um campeonato paralelo. Em 1924, houve um verdadeiro reboliço no futebol carioca, com a disputa de dois campeonatos simultaneamente.
As décadas de 20, 30, 40 e 50 foram muito turbulentas no futebol brasileiro, que guarda suas consequências até hoje. No Brasil de Pelé e Ronaldo, no “país pentacampeão”, com uma equipe em grande parte formada por “mestiços”, o jogador negro ou mulato continua a enfrentar o racismo — em geral, recebendo contratos e pagamentos inferiores aos dos brancos e não tendo no esporte uma garantia de ascensão social. É o que comprovou a tese de doutorado realizada pelo sociólogo José Jairo Vieira.
Uma pesquisa feita pelo sociólogo com 327 jogadores de 17 clubes do Rio de Janeiro, mostra que, enquanto 26,6% dos atletas brancos ganham um salário mínimo, entre os negros essa proporção é de 48,1%, quase o dobro. No alto da pirâmide salarial estão os brancos, com 24,8% de atletas ganhando mais que 20 salários mínimos, já entre os negros 17,1% recebem mais de 20 salários. O estudo de Vieira mostra ainda que o jogador negro não tem ascensão social imediata; 53,9% declararam ter melhorado sua condição socioeconômica. A mobilidade social é maior entre os brancos, onde 57,8% disseram ter “subido de vida”.
A discriminação com os atletas negros
Segundo o estudo de Vieira, os salários dos negros costumam atrasar mais que o dos brancos, além de receberem menos convites para aparecerem ao lado dos dirigentes dos clubes, chegando até a ser tratados com desprezo pelos cartolas. Outra discriminação está no tratamento: macaco, crioulo, gorila. “Muitos nem consideram os apelidos discriminatórios. Ou seja, o racismo às vezes é tão velado que não é identificado nem pelas próprias vítimas”, explicou o sociólogo José Vieira, que também é professor de sociologia do esporte na Universidade Federal de Viçosa - MG.
O estudo de Vieira, da mesma forma, confirma a rara presença de goleiros e técnicos negros na seleção brasileira, até hoje, correspondendo em proporcionalidade à ascensão de negros e mulatos na condição de classe no Brasil, como de resto acontece com toda a humanidade trabalhadora. Se o preconceito em relação aos goleiros aumentou, e permanece vivo, muito depois do episódio vivido por Barbosa, quanto aos técnicos cuja cor da pele denuncia, no mínimo, ancestrais trabalhadores, apenas dois foram admitidos no comando da seleção: Gentil Cardoso, em 1957, e Wanderley Luxemburgo — se é que este se considera negro ou “pardo”.
Artigo publicado em 12 de Agosto de 2003 pelo site www.anovademocracia.com.br , que em ano de Olimpiadas deve ser lido e refletido, com certeza ainda é um assunto atual.
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Fronteiras étnicas estão mais fluidas

Luanda - As fronteiras étnicas de Angola estão cada vez mais fluidas, contribuindo para a dinâmica das identidades locais e regionais, avalia o ministro da Cultura, Boaventura Cardoso.
Falando na cerimónia de encerramento do Colóquio sobre Identidade Cultural e Identidade Nacional, na última sexta-feira, Boaventura Cardoso reconheceu, no entanto, que a dinâmica das identidades locais e regionais não se deve apenas às migrações das populações, mas também a outros factores, entre eles as novas formas de comunicação globalizadas. "A esse postulado acresce ainda a dinâmica que enforma qualquer tipo de identidade colectiva. Por isso, a identidade nacional não é estática, estando antes sujeita a constantes mutações e reconfigurações. Se olharmos atentamente para o que se passa dentro das nossas fronteiras observaremos que a esse dinamismo não escapam as identidades locais e regionais", disse Boaventura Cardoso, citado pela Angop.
De acordo com o ministro, se durante o período de guerra elas (identidades locais e regionais) interagiram entre si, hoje, em paz, com a crescente e vertiginosa mobilidade de pessoas e bens, é muito maior e mais profundas as trocas culturais entre as diversas comunidades sócio-culturais da nação angolana.
Fonte: Africa 21

Capoeira é candidata a Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro

Salvador - O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Brasil – IPHAN- vota HOJE, 15 de julho, o pedido de registro da Capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
A sessão, no Palácio Rio Branco, em Salvador, na Bahia, deverá contar com as presenças do ministro interino da Cultura, Juca Ferreira; do governador da Bahia, Jacques Wagner; do presidente do IPHAN, Luiz Fernando de Almeida e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo. O reconhecimento de uma das maiores expressões culturais afro-brasileiras como patrimônio cultural imaterial foi uma iniciativa do Ministério da Cultura e do próprio IPHAN.
O processo solicita a inscrição do ofício dos mestres de capoeira no Livro dos Saberes e da roda de capoeira no Livro das Formas de Expressão. Uma grande roda de capoeira vai acompanhar a votação na Praça Tomé de Sousa, em frente à sede do governo baiano, onde haverá shows dos percussionistas Naná Vasconcelos, Wilson Café e Ramiro Musotto e do mestre capoeirista Lorimbau. A festa continua, a partir das 19h30, no Teatro Castro Alves, com a abertura da exposição Na Roda da Capoeira.
São pinturas, instrumentos musicais, folhetos de cordel e outras manifestações que fazem parte do inventário para o registro da Capoeira como bem imaterial. Os internautas vão poder acompanhar toda a programação ao vivo pela internet. O link estará disponível no site www.cultura.gov.br do Ministério da Cultura do Brasil.

Ministro defende cotas em universidades

BRASÍLIA - O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem que o governo vai encampar o projeto aprovado pelo Senado que destina 50% das vagas das instituições federais (profissionais e tecnológicas) e das universidades federais para estudantes das rede pública. Para ele, trata-se de “justiça social”. O projeto, que ainda precisa ser votado na Câmara, é rechaçado por setores da oposição por embutir cotas raciais.
“A questão é social e, dentro das vagas reservadas, a distribuição para negros e índios é proporcional à população dos estados. Ninguém pode se queixar”, afirmou Haddad. Dentro destes 50% das vagas para alunos oriundos de escolas públicas, o projeto prevê cotas específicas para estudantes que se declarem negros ou índios em proporção semelhante à população do estado. “Não estamos querendo tirar de um para dar para o outro. Não é dividir o mesmo: é dividir mais e com mais gente”, disse, ressaltando que a aprovação da proposta no Senado, na quarta-feira, ocorreu no melhor momento.
Isso porque, segundo ele, no mesmo dia em que foi aprovado o projeto, de autoria da líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), também foi aprovada a expansão das universidades e escolas técnicas. “São 150 novas escolas técnicas federais. Vamos duplicar as vagas para o ensino superior, chegando a 229 mil novas vagas e 1,08 milhão de matrículas em quatro anos. Não há motivo para temor”, disse. Na Câmara, projeto semelhante ao aprovado no Senado tramita há quatro anos. Ele está pronto para votação, mas não há consenso. A estratégia do governo foi, então, tentar uma tramitação mais rápida no Senado, o que acabou ocorrendo.
Especialistas em educação, como o deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), ex-ministro da Educação no governo de Fernando Henrique Cardoso, defendem outro modelo. Ele é favorável à reserva de cotas sociais, mas não concorda com a reserva de parte dos 50% para negros e índios. “A cota racial dá um privilégio extra para aqueles que, dentro do segmento racial, têm maior renda”, disse. (AE)

Cotas viram projeto de lei

Em julho, soma-se à mesa de projetos para a aprovação da Câmara dos Deputados federais mais um texto de cotas. A proposta chega em caráter terminativo e, caso seja aprovada na assembléia, segue para o executivo.
No dia 1º deste mês, a Comissão de Educação do Senado aprovou o projeto da senadora Ideli Salvatti [PT-SC]. Escrito em 2007, o projeto determinava que deveria tornar-se lei nacional a reserva de 50% das vagas de escolas federais para estudantes vindos de escola pública. Dentro desses 50%, deverá haver também reserva para negros e índios, observando a proporção de cada etnia no estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. Passou quase na íntegra. Teve o alcance estendido por mais duas emendas.
A primeira, do senador Marconi Perillo [PSDB-GO], aplica a medida para todas as universidades federais. A outra, do relator do projeto, Paulo Paim [PT-RS], estabeleceu que o cálculo de proporção válido para negros e índios também fosse feito para deficientes físicos. Até aí, nada muito novo.
Oito projetos de cotas já foram pensados e tramitam há anos na Câmara. O da senadora Ideli vai entrar como última, mas pode furar a fila. Ideli pretende acoplá-lo a outro texto, do deputado Carlos Abicalil [PT-MT], que está indo para votação. O senador Marconi acredita que até o próximo semestre a lei entrará em vigor. “A proposta partiu de uma senadora do PT e o partido governista manda na Câmara. Se quiser, o governo aprova em um mês“. Protestos – Com a possibilidade de uma lei que se aplique a todas as instituições federais, as discussões sobre as cotas não estão mais centralizadas na hipotética interferência na qualidade do ensino ou no detrimento da meritocracia.
As questões não sumiram, mas agora estão diluídas na autonomia universitária. No mês passado, um documento de oposição ao projeto assinado por coordenadores de vestibular de 28 instituições públicas do Brasil foi enviado para os deputados federais. O movimento é encabeçado pelo professor Leandro Tessler, coordenador do processo seletivo da Universidade de Campinas [Unicamp]. ”Com a solução dada por lei, morre o debate de ações afirmativas e as cotas não são o único modo de inclusão social. Devemos ter autonomia de escolher nossos estudantes.
Entendo a reivindicação dos movimentos, mas os objetivos das universidades nem sempre são os mesmos dos movimentos“. A queixa já ecoa na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior [Andifes]. Amaro Lins, reitor da Universidade Federal de Pernambuco [UFPE] e presidente da associação acredita que a medida viola o direito de autogestão das universidades. “Com as cotas, estaremos restringindo o acesso a pessoas que teriam todas as condições e direito de estar na universidade, principalmente quando se fala de cota racial. O pobre, branco ou preto, tem a mesma dificuldade de entrar no ensino superior“, avalia.
Favoráveis – Para o reitor da Federal da Bahia, Naomar Almeida, há uma confusão na idéia de autonomia universitária, já que, como mantenedor das federais, é direito do Estado brasileiro tomar decisões administrativas. Ele defende que a luta seja pela autonomia acadêmica e não administrativa. “Temos autonomia, não soberania. Acho que a melhor representação dos desejos de uma sociedade democrática ocorre no congresso nacional, legitimado pelo povo. Lá se representam interesses mais amplos que a universidade“, acredita Paulo Soledade, reitor da Federal do Recôncavo da Bahia [Ufrb].
Reitores discordam sobre como lei será aplicada Amaro Lins não separa autonomia administrativa da acadêmica. “Não existe metade de autonomia. Não podemos abrir brechas, ou sempre vai se arranjar um motivo para ferir a liberdade das universidades“. Na UFPE e na Unicamp, a ação afimativa é feita por bônus.
Os alunos de escola pública, negros ou índios, têm a pontuação no vestibular aumentada. Não há acréscimo para deficientes e em Pernambuco, o bônus não se estende às etnias. Com a lei, o modelo será abandonado e as cotas passarão a valer. A única opção que as universidades poderão ter é escolher se reservarão os 50% ou mais do que isso, já que o texto estabelece a metade como o “mínimo“ de reserva. Leandro Tessler conta que em três anos mais de três mil alunos ingressaram na universidade devido ao bônus.
No último vestibular, 32% dos estudantes aprovados no vestibular da Unicamp eram de escola pública. O número de negros, pardos e índios na universidade é de 15%. Segundo a universidade, essas etnias representam 27% da população de São Paulo. “Não tenho nada contra as cotas em si, mas os projetos de inclusão deram certo quando foram discutidos pelo conselho universitário das próprias instituições.
Não quando vieram de fora, de uma legislação“. Cefet – No Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia [Cefet-Ba] há cotas para negros, índios e estudantes de escola pública nos ensinos médio, técnico, proeja e superior. Desde 2006, 50% das vagas de Salvador são reservadas para escola pública. Deste percentual, 40% são para afrodescendentes e 10% para índios. Os número não são fixos. Na sede de Eunápolis, onde há mais índios do que negros, a porcentagem é invertida. Com a lei, isso não será mais possível. Aurina Santana, diretora da instituição, espera que a Câmara torne a lei flexível, para ser aplicada corretamente às realidades municipais.
No mais, é favorável ao projeto. “A lei não fere a autonomia universitária. A gente convive com leis que nos prejudicam muito mais. Basta analisar muitas que regem a burocracia do serviço publico, por exemplo“. O consenso entre todos, contrários ou não, é que já está na hora de ações afirmativas serem aplicadas em todas as universidades. ”Inclusão social é necessária, mas queremos discutir a forma“, diz Leandro.
Medida não funciona sozinha
Os estudantes de medicina e administração, Lucas Sena, 16 e Marcelo Pires, 27, vieram de escola pública. Lucas, do Colégio da Polícia Militar e Marcelo, da rede estadual de ensino. Ambos entraram na Ufba por cotas.
O benefício fez com que Lucas entrasse já no primeiro semestre e deu um empurrãozinho para Marcelo passar na primeira fase do vestibular. O aluno de administração é favorável às cotas, mas contra a reserva por etnia, por achar segregativa. Já para o estudante de medicina, qualquer reserva é uma forma de tapar o sol com a peneira, pois “não se melhora a educação pública”. A senadora Ideli Salvatti garante que o projeto de cotas não será a única medida de inclusão social. Segundo ela, o governo pretende aprovar outros projetos que melhorem o ensino básico. “A reserva de vagas, inclusive, está aí para valorizar e escola pública e fazer com que a classe média volte para lá, ajudando a monitorar e exigindo melhora da qualidade”.
No Cefet, a principal diferença dos cotistas para os outros alunos é a sócio-econômica. Pesquisas da instituição mostram que o aproveitamento acadêmico é igual. Aurina e o reitor da UFRB, Paulo Soledade, não acham que o debate deve parar nas cotas. “Deveria vir junto com a lei uma garantia de permanência. Uma política só é afirmativa se contemplar recursos para assistência estudantil”, diz Paulo.
Fonte: A Tarde On Line 15/07/2008