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Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Luther King, "precisamos desenvolver um tipo perigoso de altruísmo"


No dia 15 de janeiro, evocamos o nascimento de Martin Luther King (1929-1968), Prêmio Nobel da Paz, e um dos principais líderes da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Sugerimos a leitura de alguns de seus discursos publicados no ano passado pela Jorge Zahar Editor e ainda encontrável nas livrarias.
O livro foi organizado por Kris Shepard e Clayborne Carson e traduzido por Sérgio Lopes. É a melhor coletânea de textos de Martin Luther King já editada entre nós.
Leia a seguir um fragmento do último discurso, proferido em Memphis, Tennessee, em 3 de abril de 1968, na véspera de seu assassinato.(...)"Há algo mais que precisamos fazer: sempre ancorar a nossa ação exterior no poder da retração econômica. Somos um povo pobre; individualmente somos pobres quando nos comparamos com a sociedade branca da América. Somos pobres.
Mas nunca se esqueçam que coletivamente, ou seja, todos nós juntos, coletivamente somos mais ricos que todas as nações do mundo, com a exceção de nove. Vocês já pensaram nisso? Fora os Estados Unidos, a União Soviética, a Grã-Bretanha, a Alemanha Ocidental, a França, e poderia menciona alguns outros, o negro, coletivamente, é mais rico que a maioria das nações do mundo.
Temos uma renda anual superior a 30 bilhões de dólares, que é maior do que toda a exportação dos Estados Unidos e maior do que o orçamento anual do Canadá. Vocês sabiam disso? Esse é o poder que temos, se soubermos utilizá-lo (Sim).Não precisamos discutir com ninguém. Não precisamos discutir com ninguém.
Não precisamos praguejar e sir por aí agredindo as pessoas com as nossas palavras.
Não precisamos de pedras nem garrafas, não precisamos de coquetéis-molotov (Sim). Precisamos simplesmente circular por essas lojas e pelas grandes indústrias de nosso país e dizer: ‘Deus nos enviou aqui para lhes dizer que vocês não tratam bem os Seus filhos. E viemos aqui lhes pedir que o primeiro item de sua agenda seja o tratamento justo dos filhos de Deus. Mas, se vocês não estiverem preparados para isso, temos uma agenda a seguir. E nossa agenda exige que retiremos o apoio econômico que lhes damos’.
E assim, como conseqüência, pedimos-lhe nesta noite que saiam e digam a seus vizinhos para não comprar Coca-Cola em Memphis. Passem por suas casas e digam para não comprar leite Sealtest. Digam-lhes para não comprar – como é mesmo o nome do pão?- Wonder Bread. E como é o nome daquela outra fábrica de pão, Jesse?
Digam-lhes para não comprar o pão Hart. Como Jesse Jackson disse, até agora, apenas os lixeiros sentiram a dor; agora de certo modo devemos retribuir essa dor.
Escolhemos essas empresas porque elas não têm sido justas em suas políticas de contratação e as escolhemos porque elas podem iniciar o processo de apoio às reivindicações e aos direitos desses trabalhadores em greve. E podem ir ao centro da cidade dizer ao prefeito Loeb para fazer o que é certo.

Mas não é só isso. Precisamos ir além e fortalecer as instituições negras.
Clamo a vocês que saquem o seu dinheiro dos bancos do centro da cidade e o depositem no Tri-State Bank.
Desejamos um movimento "bank-in" em Memphis. Por isso, passem pelas instituições financeiras. Não lhes peço nada que nós da SCLC já não façamos. O juiz Hooks e outros lhes dirão que temos uma conta aqui numa instituição financeira em nome da Conferência da Liderança Cristã do Sul. Apenas lhes pedimos que façam o mesmo. Depositem o seu dinheiro aqui. Vocês dispõem de seis ou sete companhias de seguro negras em Memphis. Queremos um "insurance-in".
Eis algumas medidas práticas que podemos tomar. Podemos começar um processo de construção de uma grande base econômica e, ao mesmo tempo, colocar o dedo na verdadeira ferida. Peço-lhes que trilhem esse caminho.Permitam-me dizer, agora que me aproximo da conclusão, que devemos lutar até o fim. Nada poderia ser mais trágico do que pararmos a esta altura, em Memphis.
Precisamos seguir até o fim. E,durante a nossa marcha, vocês precisam estar lá. Se necessário, faltem ao trabalho; se necessário, faltem à escola; mas estejam lá. Preocupem-se com o seu irmão. Vocês podem não estar em greve (Sim), mas venceremos todos juntos ou juntos seremos todos derrotados. Precisamos desenvolver um tipo perigoso de altruísmo".

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