(São Paulo) Representantes de 25 entidades do movimento negro protocolaram no dia 08/01 (terça Feira), no Ministério Público Estadual, uma ação de inquérito administrativo contra a secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Marília Muricy, por crime de racismo institucional, prevaricação e assédio moral.
O ato foi ocasionado a partir da exoneração do ex-superintendente do Procon, Sérgio São Bernardo, ocorrida no mês passado.
São Bernardo divulgou uma carta na internet acusando a secretária de ter praticado racismo e assédio moral.
No documento, organizado pelo Movimento Negro Unificado (MNU), Ceafro, Unegro Instituto Steve Biko, entre outras entidades, além do crime de racismo institucional, Muricy é acusada de ter sido omissa diante de denúncias de violação dos direitos humanos.
A representação cita casos, como o assassinato de Edvandro Pereira, aspirante a marinheiro, morto no ano passado por policiais quando estava em um ponto de ônibus e os seqüestros de moradores da cidade de Maracangalha.
“Acompanhamos em silêncio o descaso da Secretaria de Justiça em casos importantes, mas cansamos de tudo isto. A secretaria fracassou e levará todo o governo estadual ao fracasso total se não mudar suas relações raciais no interior desta gestão.
Não permitiremos que práticas racistas e autoritárias contraproducentes à política de governo, que se diz democrática e participativa, humilhem ou persigam qualquer um dos nossos”, afirma incisivo o diretor do MNU, Hamilton Borges.
Ele explica que o documento não está preocupado apenas em reparar danos causados à imagem do advogado Sérgio São Bernardo, mas com resultados coletivos que beneficiem a comunidade negra de forma geral.
Para a diretora-executiva do Ceafro, Vilma Reis, o ex-superintendente foi mesmo vítima do racismo institucional, que, segundo ela, contamina todas as instituições públicas.
A diretora acredita que esta ação representada pelas entidades do movimento negro pode motivar outras a fim de combater a discriminação. De acordo com os representantes dos movimentos, diversos projetos de autoria de Sérgio São Bernardo foram indeferidos pela secretária Marília Muricy.
Os projetos beneficiavam diretamente a comunidade negra, a exemplo de seminários para conscientizar sobre endividamento e melhorias na qualidade da água para bairros populares. Integrantes de entidades de defesa da população negra protocolaram ação em defesa do ex-superintendente do Procon que se diz discriminado . ( www.afrobras.org.br)
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