Quem sou eu

Minha foto
Cachoeira do Sul, Rs, Brazil
Fundada em 19 de Junho de 2000, com objetivo de pesquisar, resgatar e incentivar a cultura e os costumes da raça negra através de atividades recreativas,desportivas e filantrópicas no seio no seu quadro social da comunidade em geral, trabalhar pela ascensão social, econômica e politica da etnia negra, no Municipio, Estado e no Pais.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PRESIDENTE FRANCÊS VISITA MANDELA


O presidente francês Nicolas Sarkozy e a primeira dama Carla Bruni-Sarkozy, posam ao lado do ex-presidente Nelson Mandela durante visita à Fundação Mandela em Johannesburg, na África do Sul. O presidente foi ao país africano para fortalecer relações.

Jornalista denuncia campanha

Itapecerica - O jornalista Walmir Damasceno, presidente da Federação Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (FENATRAB) e candidato à presidência do Conselho Municipal do Negro (CONEGRO) de Itapecerica da Serra, cidade da região metropolitana da grande S. Paulo, denunciou que pessoas contrárias à sua candidatura estão procurando conselheiros para demovê-las de votar em seu nome, sob o argumento de que é sacerdote de religião de matriz africana. “Não vote nele porque ele está junto com o grupo de macumbeiros”, seria a mensagem dessas pessoas, cujos nomes ele não revelou, mas assinalando que se trata de evangélicos.
Damasceno, que ocupa a direção executiva da Ordem das Entidades Afro-Brasileiras (OEAB) e é representante para a América do Sul e Caribe do Centro Internacional das Civilizações Bantu, disputa com o rapper Denis Rodrigues dos Santos, do Movimento Brasil Afirmativo e presidente do H2MOR – HIP HOP Movimento Organizado de Rua – a direção do CONEGRO.
A eleição, em segunda chamada (na primeira ambos terminaram empatados com nove votos cada), acontece na próxima terça-feira, 04 de março, na Câmara Municipal.“Caso seja eleito, minha convicção religiosa jamais estará acima do Conselho.
Um cidadão investido na função pública, jamais pode colocar o convicção religiosa ou filosófica dele acima de um projeto e o CONEGRO é um grande projeto”, afirmou o jornalista. Ele fez questão de ressalvar que a campanha não parte do seu oponente, que não é responsável por tais atitudes e tem atitudes e tem mantido uma postura de correção e de diálogo.
Damasceno também ressaltou que sua candidatura não é apoiada apenas por conselheiros ligados ao PT, mas também por pessoas que acompanham de algum tempo o seu trabalho e acreditam no trabalho que pretende fazer à frente do CONEGRO.
Embora sem citar nomes, nem responsabilizar quem quer que seja, o jornalista diz ter estranhado a posição da ex-Secretária Tatiana Nascimento, que em novembro, quando ainda ocupava a Secretaria de Cultura do Município, vetou a inclusão de programação relacionada às religiões de matriz africana nas atividades do Dia da Consciência Negra. “Como servidora pública a senhora não pode se comportar dessa forma, apenas porque é de convicção evangélica”, afirma ter dito no diálogo que manteve com a então secretária para protestar pela exclusão.
( Fonte Afropress)

Ex-assessor acusado por Matilde, Trindade se diz tranquilo

Brasília – Um dos pivôs da exoneração da ex-ministra Matilde Ribeiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, por abuso de gastos com o cartão corporativo do Governo, o ex-subsecretário de Planejamento da Seppir, Carlos Eduardo Trindade , disse estar tranqüilo e seguro de que não cometeu nenhum erro.“Tudo está sendo analisado pela CGU (Controladoria Geral da União) e Tribunal de Contas.
São esses órgãos que vão analisar isso. Estou tranqüilo em relação ao trabalho que desenvolvi na Subsecretaria de Planejamento desde que assumi até o dia 1º de fevereiro de 2.008, visando melhorar o processo de gestão interno para a política da igualdade racial”, afirmou. Trindade teve sua exoneração publicada no Diário Oficial no mesmo dia da oficialização da saída da ex-ministra (06/02), porque foi responsabilizado por ela pelos “erros” cometidos no uso do cartão. Ele teria orientado Matilde de que não havia problema no uso do cartão para gastos como locomoção e pagamento de despesas em hotéis e restaurantes. "Este erro não foi cometido exclusivamente por mim", disse Matilde, na entrevista de saída.
Junto com Trindade também foi exonerado Antonio Pinto da Silva, o Toninho, que seria responsável pela ordenação de despesas na Seppir, também acusado pela ex-ministra de tê-la induzido a erro. Matilde gastou durante o ano passado R$ 171,5 mil em despesas que incluíram gastos com locomoção, hotéis, restaurantes e até free shop.Depois da exoneração, Pinto, que foi coordenador da Coordenação Especial do Negro em S. Paulo (CONE) na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, refugiou-se no silêncio e tem evitado a imprensa.
Cumprindo tarefa
Diante da pergunta sobre se a atitude da ministra o surpreendeu, Trindade desconversou. “Quem está na política... Depois que passa a surpresa... Eu não sou uma pessoa, sou um grupo. Estava na Seppir como CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), não como Trindade. Estava cumprindo uma tarefa para a CONEN. Isso dá uma certa tranqüilidade”, afirmou.
Segundo Trindade, que já ocupou a Subsecretario de Políticas para Comunidades Tradicionais, esse fato e a posição da CONEN de considerar que não fez nada de errado, o tranqüiliza. “Na CONEN, no grupo que integro, o pessoal compreendeu que não houve algo que tivesse feito de errado. Esse entendimento por enquanto me satisfaz”, concluiu.A convicção de que é inocente da acusação feita por Matilde, fez com que sua volta a Seppir chegasse a ser cogitada, fato sobre o qual ele evita a falar. Não esconde, contudo, que pretende continuar na Esplanada.
( Fonte Afropress)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

NEGRAS CELEBRIDADES


Nesta terça-feira, 26, Lázaro Ramos visitou a favela Tavares Bastos, no Rio de Janeiro. O ator aproveitou que estava próximo à casa do seu empresário, no bairro do Catete, Zona Sul da cidade, e foi conhecer a comunidade.
Ele estava sozinho e rapidamente fez amizade com os moradores. Além de beijos e abraços, Lázaro tirou fotos com os fãs e deu autógrafos.
Atualmente, o ator interpreta o personagem Evilásio em "Duas Caras". O rapaz mora na favela da Portelinha.

Com uma câmera na mão


O ator e diretor Paulo Betti coletou depoimentos e imagens no Carnaval de Sorocaba para o seu futuro documentário – ainda sem data de estréia e com exibição programada para o Canal Brasil. O vídeo pretende retratar os costumes e traçar um paralelo entre os negros do Brasil e da África do Sul.
A idéia surgiu durante uma viagem feita por Paulo Betti à cidade de Ouagadougou, capital de Burkina Faso, localizada no coração da África do Sul. O ator esteve no continente africano para divulgar o filme “Cafundó” no Fespaco (Festival Panafricano do Cinema e Televisão de Ouagadougou) e, com uma câmera na mão, resolveu documentar a experiência naquele país durante cinco dias.
Paulo Betti prosseguiu as filmagens durante o desfile do bloco “Amigos do Quilombinho”, ocorrido sábado, em Sorocaba. O ator, munido de sua câmera, caminhou pelo bairro Vila Leão e entrevistou diversos moradores da região.

As lentes também captaram a apresentação musical dos integrantes do projeto Quilombinho. O ator – acompanhado da atriz Mariana Melgaço – aproveitou para filmar o samba-de-roda e o maracatu, com a participação de praticamente todos os envolvidos no bloco carnavalesco. “Parece que eu estou aqui a trabalho, mas na verdade eu vim me divertir”, comentou Paulo Betti.

Tietagem
Paulo Betti nasceu em Rafard, interior de São Paulo, mas passou a infância e a adolescência na Vila Leão. Ele morou na casa de número 203 da rua Caramuru e, até hoje, mantém uma intimidade com os moradores da região.
O ator, no caminho entre a casa de seus familiares e o Feirão do Mangal (concentração do bloco Quilombinho), foi abordado diversas vezes por amigos e fãs.
Paulo deu autógrafos, entrou em algumas residências para visitar colegas do bairro e posou para fotos.
Segundo Paulo Betti, a Vila Leão era considerada o reduto dos negros de Sorocaba. Há aproximadamente 40 anos, 95% dos moradores do local eram representantes da raça.

Formação da 1ª turma

80% dos formandos empregados
Newman Gregório, 36 anos, já fez de tudo um pouco. Foi servente de pedreiro, office-boy, segurança, motorista de madame e passou um tempo desempregado. Um dia, meio empurrado pela família, decidiu virar universitário. Em 2003, ele terminou um supletivo e concorreu à vaga de administração em uma universidade recém-inaugurada. 'Nas escolas onde estudei nunca tinha mais de um ou dois negros em sala de aula. Quando cheguei aqui, vi que éramos a maioria. Puxa, isso me fez tão bem!', contou.

Gregório entrou na primeira turma de alunos da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, a Unipalmares, em fevereiro de 2004. 'A gente não sabia muito bem o que iria acontecer. Não existia uma universidade com esse perfil, com ênfase na cultura negra e em alunos afrodescendentes. ', disse Gregório.

O fato é que a Unipalmares aconteceu. No final de novembro, Gregório e mais 149 estudantes irão se formar . Da turma pioneira, mais de 80% já estão empregados ou estagiando em grandes empresas, como o Banco Itaú, Santander, HSBC, Citibank e outras. A entrega dos canudos será no Ginásio do Ibirapuera e a festa de formatura no World Trade Center, da Luís Carlos Berrini (ainda sem data fechada), ambos na Zona Sul.

'Era recepcionista de escritório, ganhava um salário mínimo e meio. Hoje, trabalho em um dos maiores bancos do País', contou Simone de Jesus Cunha, 23 anos. 'No meu caso, eu era vendedora de loja. Achava que universidade era coisa de rico. Hoje, trabalho em uma instituição financeira renomada', diz Danielle de Lima Jeronymo, 25 anos.

Ideologia
Mesmo quem já tinha a vida ganha, como o artista plástico Tom Ruthz, 39, decidiu prestar vestibular. 'No início, era uma coisa ideológica. Eu queria participar deste movimento. Eu sabia que a Unipalmares ia fazer história', disse Ruthz.

Para os colegas, Ruthz foi uma figura importante. Como um dos alunos mais 'vividos', ele desempenhou o papel de porta-voz da turma. 'Eu ajudava na relação com a direção da universidade. Se alguém não podia pagar a mensalidade, a gente ia lá conversar, não deixava o colega desistir.

'A professora de sociologia Vera Cristina é uma das mais orgulhosas com os formandos. 'Eu sei bem como eles chegaram aqui. Sei o quanto eles cresceram, o quanto estão prontos. Não existe democracia racial no Brasil. O nosso espaço tem que ser conquistado através da educação. Nós temos que nos preparar para a vida e para o mercado. Meus alunos da turma de administração estão prontos para o que der e vier', comemorou a professora.

Brasil tem a primeira universidade da América Latina voltada para os negros

Pioneira na América Latina, a Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares (Unipalmares), em São Paulo, é a única universidade idealizada e voltada para a população negra do Brasil. A instituição foi inaugurada em 2004, com a idéia da integrar negros e não-negros na discussão sobre a diversidade racial no país. Atualmente, 90% dos estudantes são afro-descendentes.
Em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional AM, o reitor da Unipalmares, José Vicente, explicou que as aulas são focadas na realidade da população negra do Brasil. “Por exemplo, a nossa aula de economia foca bastante a história econômica do negro. Nossa sociologia da grade curricular trabalha muito o aspecto raça e nossa filosofia trabalha a eqüidade social.”
Segundo o reitor, 40% do corpo docente é formado por doutores e mestres negros. “O que também é uma novidade, porque é um número altíssimo, considerado a média da presença do negro na qualidade de professor nas instituições de ensino.”
Vicente afirmou que a universidade tem a intenção de tornar o estudante mais crítico no mercado de trabalho e na hora de tomar decisões. “Esse jovem vai ter que enfrentar essa realidade no mercado de trabalho. É importante que ele tenha a consciência crítica e elementos para conscientizar os que estão em sua volta e levar em conta o aspecto da história do país na hora de tomar uma decisão.”
O reitor disse que a história da população negra brasileira é “amplamente discutida” na sala de aula, com o objetivo de fazer o resgate histórico de todos os que contribuíram para a construção do país e reconhecer dentro do processo histórico os “grupos que ficaram marginalizados”.
A Unipalmares tem caráter comunitário e não tem fins lucrativos. A instituição oferece os cursos de Administração e Direito

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Há obstáculos para luta contra o racismo no Governo

No dia 20 de fevereiro, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o Deputado Federal Edson Santos (PT/RJ) foi empossado Ministro da Igualdade Racial. Após 19 dias do pedido de demissão de Matilde Ribeiro, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial tem um titular que pode, evitando agressivas descontinuidades, liderar um novo rumo ao órgão, para que ele cumpra com um dos objetivos propagados pelo Presidente Lula durante o evento: “as secretarias especiais (mulheres, igualdade racial, pesca, direitos humanos) são nada mais, nada menos do que um instrumento que da voz e vez aos movimentos sociais na Republica Federativa do Brasil”.
A forte presença de altas autoridades da República na posse: Presidentes da Câmara e do Senado, Governador do Rio de Janeiro, ministros, senadores, deputados e a presença de lideranças do movimento negro de vários estados evidenciaram que o Ministro Edson Santos assume a Seppir com muito prestígio. Somado ao manifesto apoio político recebido, o Ministro Edson Santos reúne condições políticas favoráveis para conduzir um processo de fortalecimento institucional da Secretaria e da política de promoção da igualdade social entre negros e brancos. Acumulou em várias décadas de vida pública a experiência necessária.
Foi vereador do Rio de Janeiro durante quatro mandatos, onde presidiu importantes comissões, propôs e aprovou leis de relevância a população carioca; recebeu expressiva votação quando candidato ao Senado e foi o deputado federal do PT mais agraciado nas urnas na última eleição. Está a altura das responsabilidades que exige o debate racial com a nação. Tempos alvissareiros podem se aproximar da agenda do movimento negro brasileiro.
Porém há obstáculos políticos que exigirão coragem, paciência e perseverança revolucionária do novo Ministro. Além da reação racista dos inimigos confessos - mídia, elite econômica, seus representantes no parlamento e entranhados nas máquinas do Estado - Edson Santos terá que enfrentar a frágil compreensão de Lula e parte de seu governo sobre o lugar que ocupa o combate ao racismo para construção de um Brasil socialmente justo. Faço a crítica compreendendo que o governo Lula está em disputa, comporta ambigüidades e contradições, não obstante estou convicto de que é nos marcos desse governo que as questões colocadas pelo movimento negro tem maiores possibilidades de ser bem sucedidas e com avaliação positiva das políticas de promoção da igualdade racial - se comparadas a governos anteriores.
O improvisado e paternal discurso de Lula durante a posse preocupa em alguns aspectos: a despeito dos duros ataques que a Seppir e as políticas de promoção da igualdade racial vem recebendo, Lula não apresentou nenhuma medida com objetivo de avançar progressivamente o combate das desigualdades e sinalizar sua convicção no caminho que seu governo adotou.
Lula disse: “Faço esse apelo em nome da companheira Matilde, que sai do governo sem ter cometido nenhum crime... não cometeu nenhum delito”. No entanto, ela não recebeu nenhum apoio e nenhuma solidariedade no período da crise. Solitariamente pediu demissão. Diante do isolamento que a Ministra foi jogada, da afirmação de sua inocência pelo Presidente Lula, é possível dizer que faltou disposição para reagir a um agressivo ataque da mídia, cujo verdadeiro alvo era a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e toda política que venha para atender a demanda racial.
O Governo resolveu sacrificar a representante da parte mais frágil e dispensável de seu ministério: a Ministra da Igualdade Racial. Coincidentemente uma mulher negra, tal qual Tiradentes, foi a única enforcada em razão de um suposto erro administrativo quase generalizado no Planalto. (Fonte www.afropress.com.br, Jornalista Edson França)

1º Encontro de Mulheres

Acontece no próximo dia 07 de Março ( Sexta-Feira) com inicio as 19h no Circulo Operário Cachoeirense ,o 1º Encontro de Mulheres, programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher comemorado no dia 08 de Março, no encontro serão debatidos vários assuntos relacionados a Mulher como saúde, segurança, educação , mercado de trabalho e etc. O encontro terá a participação de personalidades femininas da comunidade Cachoeirense.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Quatro meses depois, Comissão ainda aguarda nomes

Brasília - Quatro meses depois de anunciada está finalmente formada a Comissão Especial de Parlamentares que terá a incumbência de dar parecer ao projeto do Estatuto da Igualdade Racial – o PL 6264/2005, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS).
A Comissão é formada por 18 parlamentares – sendo três do PT, três do PMDB, dois do PSDB, e um para um dos demais partidos com representação na Câmara: PR, PP, PTB, DEM, PPS, PDT, PCdoB, PV e PHS.
O bloco PSDB/DEM/PPS ainda tem direito de indicar o nome para uma quinta vaga, bem como seu respectivo suplente. O bloco liderado pelo PT e PMDB também ainda não indicou quatro suplentes, omesmo ocorrendo com o bloco liderado pelo PSB, PDT e PC do B que deixaram de indicar os dois suplentes, e o PV que também não exerceu esse direito.
Caberá a Comissão dar parecer sobre o projeto e encaminhá-lo para votação do plenário. Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsabilizou a falta de união dos negros pela não votação. “Se vocês não se unirem numa única proposta ele ficará mofando lá”, disse Lula (veja editorial Afropress.
A constituição da Comissão foi um compromisso assumido pelo presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, numa audiência, em outubro, em que recebeu as lideranças do Fórum SP da Igualdade Racial, logo após ter se envolvido no episódio em que mandou manifestantes que foram ao seu gabinete entregar 100 mil assinaturas “calarem a boca”.
Chinaglia desculpou-se pelo gesto e se comprometeu a pautar o Estatuto anunciando a formação da Comissão constituída por parlamentares indicados pelas lideranças de bancada de todos os partidos com representação no Congresso. Também realizou uma Comissão Geral, em novembro para debater o tema.Na próxima semana, Chinaglia deverá indicar o presidente da Comissão e determinou a assessores consultas ao novo ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, nesse sentido. Caberá aos parlamentares elegerem o relator e o primeiro e o segundo vice-presidente da Comissão.
A Comissão se forma no momento em que o Fórum SP está se reorganizando para lançar a III Jornada de Luta pela aprovação do Estatuto, PL 73/99 e PEC 02/06, que cria o Fundo de Promoção da Igualdade Racial. Na semana passada lideranças do Movimento Brasil Afirmativo decidiram preparar nova caravana à Brasília para maio – mês dos 120 anos da abolição – quando será entregue mais 100 mil assinaturas pedindo a votação dessas matérias.O projeto original do senador Paim foi apresentado em 1.995 e já foi aprovado com emendas no Senado.
Veja quem são os parlamentares da Comissão do Estatuto no www.afropress.com.br, faça seu comentário.

Médica negra recebe homenagem

Rio - O Hospital Universitário Pedro Ernesto homenageará nesta terça-feira (26/02) a médica negra Lenora Mendes Louro, ativista anti-racista falecida em dezembro passado, com uma placa que será descerrada na Unidade Assistencial de Psiquiatria do Hospital.
A homenagem acontecerá às 10h30 nas dependências do Hospital, onde a médica trabalhou.A iniciativa foi do professor Paulo Roberto Chaves Pavão, chefe da Unidade Docente-Assistencial de Psiquiatria do Hospital Universitário da UERJ,o Ambulatório de Psiquiatria fica na Avenida 28 de setembro, 77, Vila Isabel.
Lenora, que juntamente com o historiador Rogério José, seu companheiro, era colunista de Afropress faleceu jovem, aos 32 anos, vítima de leucemia.

Obama: U$ 4000 pela mobilização de cada jovem

Você talvez não tenha reparado mas, numa campanha de poucas propostas concretas, Barack Obama lançou uma idéia que seduz a juventude: garantir a todo estudante universitário um crédito anual de U$ 4000 para ajudar nas despesas escolares.
O projeto faz sucesso, embora a quantia não resolva sequer a conta de uma boa universidade, que costuma ficar entre U$ 2000 e U$ 3000 por mes. (É por essa razão que nos filmes americanos a família está sempre guardando dinheiro para a faculdade do filho).

Mas U$ 4000 por ano ajudam em gastos correntes, a vantagem é que o dinheiro não deve ser reembolsado em moeda sonante, o beneficiado dará a contrapartida em serviços comunitários: pode se engajar no Corpo de Paz, em atividades em bairros pobres e até no serviço diplomático. A proposta não só agrada aos jovens, cada vez mais fechados com Obama, mas também representa um reforço do ponto de vista político.

Permite que Obama possa apresentar-se como o candidato que defende a recuperação do espírito comunitário da sociedade americana, que cultiva a boa tradição de convocar os indivíduos a assumir responsabilidades pelo destino de seu bairro, sua cidade e seu país, da escola dos fihos e também de uma instituição dedicada a pesquisas avançadas, por exempolo.

A visão é que, de uns tempos para cá, esse espírito vinha sendo substituído por uma postura individualista, de indiferença pelos destinos do país.

A popularidade de Obama indica que a maioria do eleitorado concorda com o diagnóstico. (Warren Buffett, um dos homens mais ricos do planeta e eleitor de Obama, já fez uma contribuição gigantesca de U$ 42 bilhões de dólares em obras de caridade.

Ao comentar o assunto, o economista Austan Goolsbee, guru de Obama para a áera, escreveu que “outros bilionários poderão dizer que ele é louco. Mas isso faz dele a pessoa mais racional entre os bilionários do planeta.”)

Mais do que muitas outras propostas, esse crédito de U$ 4000 dólares ajuda a visualizar o país que Obama tem em mente. Ele quer mobilizar o país, em especial a juventude, em torno de ações do governo – num projeto que tem relação com seu modo de fazer política, onde busca uma relação direta com a massa da população, dispensando a mediação de partidos políticos. Obama fala para os desencantados com a política tradicional -- e diz que é preciso arregaçar as mangas e fazer alguma coisa.

Se a campanha dele estivesse dando errado, diriam que pretente comprar o voto dos jovens. Como está dando certo, ninguém acha ruim a oferta dos U$ 4000, que fazem falta a muitos jovens que ingressam na faculdade mas não tem meios de seguir nos estudos. “A proposta demonstra que ele quer vencer o egoísmo que andou se espalhando por nosso país,” me disse uma funcionária pública aposentada, que coleta de recursos para financiar uma orquestra erudita da Costa Leste. Você acha uma boa idéia? Daria para aplicar no Brasil? Ou acabaria na malandragem? ( Fonte G1)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

ACCA , programação para o 1º semestre

Associação Cachoeirense de Cultura Afro Brasileira, retomou sua atividades no ultimo dia 12 de Fevereiro após 30 dias de recesso expectativas agora estão diante da programação montada para o ano de 2008, segundo o presidente da ACCA Evilasio Trindade do Nascimento , o calendário é bastante atrativo com diversas programações culturais, esportivas e lazer e palestras relacionadas a Cultura, segue abaixo algumas atividades já confirmadas:


Dia 07 de Março

1º Encontro de Mulheres, programação alusiva ao dia Internacional da Mulher com apresentação de Painel, Debates sobre assuntos relacionados a Mulher com a presença de personalidades Femininas ligadas a vários setores da Comunidade Local

Local: Circulo Operário Cachoeirense
Hora: 19h

Dia 1º de Abril
ACCA nos Bairros, inicio do projeto de nuclearização da Acca, com a participação nos bairros levando palestras e atividades relacionadas a cultura negra. Todos os bairros serão visitados tentando assim levar a comunidade o objetivo da ACCA aumentado assim o vinculo social da entidade.

Dia 05 de Abril
Musa do Samba

Baile com a escolha da candidata que irá representar o município na etapa estadual realizada em Santa Cruz do Sul em data ainda a ser confirmada, para o evento os blocos Carnavalescos, Escolas de Samba, Clubes Sociais, Clubes esportivos do município estão convidados a inscreverem candidatas, inscrições a partir de 10 de Março na Sede da ACCA.
O local e animação do evento ainda será definido.


Dia 07 de Abril
Concurso Afro de Poesias, abertura de Inscrições e entrega do material a escolas do município.

Dia 11 de Maio
Dia das Mães, Chá Beneficente com Desfiles de Roupas e Penteados Afros

Local: Circulo Operário Cachoeirense
Hora: a divulgar

De 16 a 22 de Junho

Semana da ACCA, programação alusiva ao 8º Aniversário da Associação , atividades, locais e horários a divulgar.

As atividades para o segundo semestre serão divulgadas em outra ocasião, contatos pelo fone 51 91516364 c/ Luciano ou 3722 22 24 c/ Evilasio ou email: ramosluciano_73@yahoo.com.br ou Blog.

A diretoria da ACCA se reune todas as Terças Feira a partir das 19h no Circulo Operário Cachoeirense, rua Saldanha Marino nº 576, Centro , Cachoeira do Sul.

Onze candidatos são barrados nas cotas da UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) informou nesta segunda-feira (18) que 11 candidatos às vagas de cotas para negros no vestibular não conseguiram provar que são afrodescendentes. A nova polêmica acontece três semanas depois de a Justiça Federal restabelecer a reserva de vagas. O programa de ação afirmativa havia sido derrubado por liminar na Justiça.
Segundo dados do programa de cotas, dentre os que optaram por concorrer nos 10% de vagas destinadas para alunos negros de escola pública, 323 foram aprovados, mas 30 não compareceram à instituição para validar o ingresso na faculdade. Outros 11 não tiveram a autodeclaração aceita pela comissão do vestibular.
Os candidatos já pediram que a universidade reconsidere sua decisão e uma resposta deve ser dada até o dia 26 de fevereiro. Caso as vagas não sejam preenchidas, elas serão remanejadas para outros candidatos do programa de ação afirmativa. Ao final, só quando não houver mais classificados, é que as vagas irão para a classificação geral.
Sobre os candidatos que concorreram aos 20% de vagas reservadas para alunos de escola pública (não necessariamente descendente de negros), a universidade não soube precisar o número de estudantes que perderam a vaga. A única informação é a de que muitos não se enquadraram nos requisitos, pois freqüentaram escolas públicas mantidas por fundações particulares.
Na data da matrícula chegaram à UFSC 12 liminares de candidatos que querem garantir a vaga independentemente das cotas. A instituição vai recorrer.

COTAS VOLTAM A VALER
As cotas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) voltaram a valer no dia 31 de janeiro. O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região suspendeu a liminar que cancelava o sistema de reserva de vagas na universidade. Segundo a assessoria de imprensa do TRF4, o recurso da UFSC entrou no sistema na quarta-feira (30) à noite.
A suspensão das cotas havia sido determinada no último dia 18 pela 4ª Vara Federal da capital catarinense. Ao analisar o recurso interposto pela UFSC, o magistrado entendeu que, tendo em vista a jurisprudência sobre o assunto no TRF4, a liminar devia ser derrubada. O mérito da ação ainda será analisado pela 3ª Turma do tribunal em data a ser definida.
Na decisão, o desembargador diz que "O interesse particular não pode prevalecer sobre a política pública; ainda que se admitisse lesão a direito individual - que me parece ausente ante o fato de que o Impetrante conhecia a limitação, concorreu para cotas já predeterminadas -, não se poderia sacrificar a busca de um modelo de justiça social apenas para evitar prejuízo particular".
Há pelo menos 55 ações na Justiça Federal de Santa Catarina questionando o sistema de cotas, algumas dos próprios candidatos e outra do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina (Sinep/SC). As liminares que têm sido favoráveis em primeira instância, normalmente são derrubadas pelo TRF4. Nenhuma delas chegou em última instância.

AS COTAS
Este é o primeiro processo seletivo da universidade com sistema de cotas. Das 4.095 vagas da UFSC, 20% foram destinadas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental e médio em escolas públicas e 10% para negros que estivessem na mesma condição.
( Fonte Portal G1)

Chefão da F-1 minimiza incidentes de racismo

Ecclestone acha desnecessária campanha após incidentes com Lewis Hamilton

O inglês Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, disse hoje que os incidentes envolvendo seu compatriota Lewis Hamilton, alvo de racismo num dia de testes da McLaren na Espanha, foram apenas um caso isolado..
— Acho que eram as mesmas pessoas que causam problemas no futebol. Não acho que fossem torcedores ou fãs de Fernando Alonso em particular.
A única coisa que queriam era abusar das pessoas.
Por que temos de lançar uma campanha contra o racismo na Fórmula-1 quando não tivemos mais casos como o da Espanha?
— questiona Ecclestone, perguntou o chefão da F-1, qualificando o incidente de Barcelona como "nada preocupante".
Contudo, o inglês disse que a Federação Internacional da Automobilismo (FIA) deveria punir a organização do circuito espanhol caso novos incidentes ocorram, mas que não acha que o incidente influenciará no desempenho de Hamilton para esta temporada:
— Não acho que isso irá afetá-lo. Ele é forte o bastante para saber que é um absurdo
— afirmou.
No entanto, Ecclestone acha que Hamilton, de 23 anos, terá mais dificuldades nesta segunda temporada na F-1 que na primeira, em que foi vice-campeão mundial:
— Ele não tinha nenhuma pressão ano passado. Este ano sim, e esse é o problema.
Mas acho que ele pode enfrentá-lo. ( fonte Zero Hora)

Revelando os Brasis


Vanda Menezes: militância negra e feminista nos saberes e fazeres

Brasília, Lugar de negro é em todo o lugar. A frase vem da militante negra e feminista Vanda Menezes, em um momento de intenso trabalho e também de satisfação. Trabalho porque Vanda foi um braço direito da Fundação Cultural Palmares no apoio e mobilização dos quilombolas alagoanos que participaram do Encontro Nacional de Comunidades Tradicionais Quilombolas e Religiosos de Matriz Africana, realizado de 18 a 20 de novembro último em União dos Palmares, Alagoas. E satisfação porque a militante Vanda Menezes acompanhou a inauguração do Parque Memorial Quilombo dos Palmares. "Lembro-me das vezes em que subíamos a esta Serra da Barriga e lembro também das vezes em que sofremos agressões em protestos contra o racismo aqui em Alagoas. Ver este parque armado e reconhecido pela sociedade brasileira me dá força para continuar a lutar", destaca a líder com olhos marejados e voz embargada pela emoção.

Lutar pelos direitos do negro e pelo respeito a sua ancestralidade faz parte da história de Vanda Menezes desde os seus 18 anos de idade. Foi um episódio de racismo contra um amigo seu, Marcelino Dantas, que fora impedido de entrar em um clube privado de Maceió por ser negro o estopim para levar a jovem Vanda a sair às ruas e participar de palestras contra o racismo.

Foi também fundadora, em 1979 da Associação Cultural Zumbi, Regulamentada em 1981 foi a primeira entidade do estado a promover a militância do Movimento Negro.

Das lutas da negritude, Vanda, perita da Polícia Civil de Alagoas há mais de 20 anos, chegou então a outra base de mobilização. Começava a sua inserção no movimento feminista, na década de 80. Mais uma vez sua árdua capacidade de mobilizar e aglutinar mulheres alagoanas a levou a ser titular do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.


Mas o que move Vanda a seguir na batalha pela igualdade e respeito as mulheres. "O feminismo me traz uma visão de confirmação, de ser mulher. O movimento negro sim me completa, me conscientiza sobre a eqüidade, a organização para a conquista da igualdade. Na luta pelos negros e também pelas mulheres, digo que consegui todos os ganhos profissionais que tive na vida, além de um intenso amadurecimento político", explica Vanda.

O que mudou na conjuntura de lutas do Movimento Negro dos anos 80 até os dias atuais? Para Vanda Menezes a conjuntura a qual se vive no país hoje é outra. "Passamos por uma época de silêncio. Hoje, vimos que a inauguração deste Memorial do Quilombo dos Palmares é resultado de nossa batalha anterior, de uma geração que soube o que quis e que saiu as ruas em busca da igualdade racial. Cito também, com imensa satisfação, a presença jovem na CIAD, realizada em 2006 na Bahia. Jovens gritando e protestando em defesa da política de cotas e de acesso à universidade", cita.

A militante não deixa ainda de dizer que tem em seu compromisso de luta - porque ainda está na militância negra não só em Alagoas, mas também presente em vários eventos pelo Brasil - de passar e trocar experiências com os mais jovens acerca de uma visão democrática de mundo, uma visão africanista a qual propõe a união, a solidariedade e o coletivo.


Desafios? Claro, e são muitos. Vanda ainda lembra com tristeza, a visão eurocêntrica ainda presente em todos os segmentos sociais brasileiros. "Somos mais de 45% da população brasileira (negros) e ainda não conseguimos quebrar os paradigmas machistas e racistas de nossa sociedade. O que temos que fazer, como militantes, é trabalhar pela conscientização e pelo fazer coletivo junto aos nossos quilombolas e população negra em geral". Como mensagem, Vanda deixa um importante saber a todos, no alto dos seus 26 anos de Movimento Negro. "Ninguém nasce odiando ninguém pela sua cor de pele, ideologia e religião. Nòs aprendemos a odiar e também aprendemos a amar. Lembro que nossa resistência é africana. Nossa alegria e nosso viver é africano", finaliza Vanda Menezes, mais uma Personalidade Negra homenageada e contada pelo Portal Palmares. ( fonte www.palmares.gov.br)

EDITORIAL

São Paulo, 21/2/2008 Dojival Vieira Jornalista Responsável ( www.afropress.com.br)

Lula, o pai dos Negros, na Casa Grande chamada Brasil
Quem esteve na posse do novo ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, e manteve “a cabeça reta e a espinha ereta”, no dizer do poeta Walter Franco, pôde constatar in loco, em pleno Palácio do Planalto (mais in loco, impossível) como opera a lógica do Poder no Brasil – e, em especial, neste Governo – em relação a nós, os 49,5% da população auto-declarados pretos e pardos, vale dizer: negros.
Se não, caro (a) leitor (a) responda:
a) em que outra cerimônia de posse de um ministro, o Presidente da República se sentiria à vontade para atropelar o cerimonial, falar primeiro, e depois se retirar, levando consigo toda a mesa, alegando outros compromissos de agenda?
b) em que outra cerimônia de posse de um ministro, o Presidente da República anunciaria, com certa solenidade, a criação de um Ministério – arrancando urros de uma platéia negra enlevada - para, uma hora depois, se desmentir em nota da própria Secretaria de Imprensa da Presidência da República?
Na verdade, resume a nota, não era nada daquilo que provocou tanto alvoroço na platéia enlevada e manifestações de tietagem explícita: para driblar uma imposição legal, ou seja, deputados não podem ser titulares de Secretarias Especiais da Presidência sem renunciar os seus respectivos mandatos, Lula simplesmente “ministerializou” o ministro por meio de uma Medida Provisória.
Vale dizer: transformou Santos em ministro de direito, já que titulares de Secretarias Especiais têm apenas o status do atributo pomposo.O detalhe é que Lula sabia disso, pois assinou o texto da MP pouco antes, como anunciou ao abrir a solenidade.
Por que preferiu a recaída ao palanque, a ponto dos enlevados até repetirem o jingle de 2002 (aquele, olé, olé, olé, olá, Lula, Lula!!!) é mistério de difícil elucidação, a não ser que o enlevo da platéia tenha provocado no Presidente súbitas saudades de 20002.
Aliás, o discurso de Lula merece análise, mas não de lingüistas, já que a retórica casual/porta de fábrica é conhecida de qualquer ativista com mais de 30 anos, mas de psicanalistas. Quase sempre quando fala para Negros, Lula mostra-se mais à vontade do que de costume: ele sabe usar como ninguém a figura do pai – metáfora que passou a frequentar seus pronunciamentos desde que chegou ao Planalto, assim como o uso de imagens futebolísticas.
Com os Negros, o “pai” assume, com maior naturalidade, sua autoridade, a ponto de filosofar, repetir platitudes e se sentir à vontade para distribuir uma enxurrada de conselhos. "O projeto de Lei (do Estatuto) está lá (na Câmara) há muito tempo. Enquanto vocês estiverem brigando ele ficará mofando lá", ensinou Lula. “Vocês tem de reivindicar, de cobrar, porque nós temos a tendência a nos acomodar a nossa agenda cotidiana. Como vocês tem uma dívida de séculos tem o direito de reivindicar muito mais”, acrescentou. “Enquanto vocês não se puserem de acordo, esse Estatuto não será votado”, continuou, no tom paternal de sempre.
No caso da exoneração da ex-ministra Matilde Ribeiro, Lula falou como se não fosse ele próprio o responsável pela exoneração. Matilde continua “intocada”, não cometeu nenhum delito, apenas falhas administrativas, discursou Lula, para delírio da platéia enlevada.
Ora, se a ex-ministra não cometeu mais do que “falhas administrativas" corriqueiras – o que, presume-se, faça parte do cotidiano de qualquer Governo ou Administração – porque até agora Matilde foi a única a ter a cabeça entregue numa bandeja no escândalo dos gastos excessivos com cartões corporativos?
A pergunta é: se não cometeu crime ou delito, e mesmo assim seu chefe – vale dizer, o próprio Presidente – a demitiu, estamos diante da confissão de um desvio: Lula pune com exoneração e direito à execração pública, até mesmo auxiliares inocentes, é a conclusão óbvia e inescapável.
Se não, a declaração deveria ser seguida do anúncio da imediata recondução ao cargo, seguida de desculpas públicas pelos transtornos e constrangimentos.
Mas, é no capítulo dos conselhos que Lula se excede como pai e deixa evidente o jogo de sedução/manipulação do qual abusa quando tem diante de si uma platéia de Negros.
Como todo pai, Lula nos trata como pais tratam filhos ainda incapazes de responder por si, assumir suas responsabilidades - um misto de paciência e compreensão com a incapacidade do filho de fazer frente a certos problemas, que é freqüentemente o centro do discurso paterno,
mas o faz, abusando da sedução de quem é íntimo para não provocar rebeldias indesejáveis.
Não fôsse este o objetivo como se pode explicar que um Governo que tem ampla maioria na Câmara dos Deputados, a ponto de aprovar o que bem entender, pretenda agora jogar em nossas costas, a culpa pela não aprovação de um instrumento jurídico como o Estatuto da Igualdade Racial – uma Lei que está atrasada há pelo menos 120 anos?
Um Governo que pode quase tudo, como uma Câmara dócil e com larga maioria, como pode pretender colocar como condição, o que sabe ser praticamente impossível - a união das várias correntes do Movimento Negro que, neste caso, se divide profundamente: desde os que pretendem a retirada do projeto, até os que assistem passivamente o debate, contentando-se em dizer que são favoráveis ao Estatuto como se fosse possível aprová-lo por inércia?
Ora, se este Governo, verdadeiramente quisesse aprovar o Estatuto, bastaria mobilizar sua base para isso e o Estatuto seria aprovado, com folga. Não ficaria fazendo esse jogo de esconde/esconde, nem tergiversando sobre o tema como faz o Presidente.
No caso do anúncio da transformação da Seppir em Ministério, mais uma vez, é impossível não lembrar uma imagem muito recorrente na relação entre pais e filhos: o Presidente/pai deu o doce, o filhinho comemorou feliz da vida, para, logo em seguida (menos de uma hora depois), o pai arrepender-se e retirar o doce das mãos, antes que começasse a ser degustado.
Responda, mais uma vez, caro (a) leitor (a):
Essa associação é ou não é pertinente?
O Presidente Lula, a continuar tratando os Negros e a questão racial da forma como o fez na posse do novo ministro, reproduzindo a velha tática da elite racista de nos conceder apenas a condição de “símbolos”, terá criado a mais eficiente estratégia de manutenção do racismo no Brasil: a estratégia que reconhece a existência da discriminação deblatera e a condena, porém, não dá conteúdo nem conseqüência ao que constata.
A reação da platéia enlevada é que não deixa de ser patética e acaba reforçando no pai, exatamente o efeito pretendido: crianças devem ser tratadas como crianças.
Desta forma, não há como não lembrar: assim como Getúlio entrou para o folclore político como “o pai dos pobres e a mãe dos ricos”, Lula tem grandes chances de entrar para a história como “o pai dos negros e mãe dos donos Casa Grande” – a imensa Casa Grande chamada Brasil. (Fonte www.afropress.com.br)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O NEGRO NA UNIVERSIDADE


Em abril de 2004, a Universidade Estadual de Londrina realizou o seminário"O Negro na Universidade: O Direito à Inclusão", que foi o resultado da parceria entre a Fundação Cultural Palmares, a Secretaria Muncipal de Cultura de Londrina, o Movimento Negro e a Universidade Estadual de Londrina. Este foi um importante evento no processo de discussão, iniciado em 2002, que envolveu a comunidade acadêmica e a sociedade civil culminando com a implantação do sistema de cotas na Instituição. A importância do Seminário que resultou na implantação das cotas na UEL e a qualidade das comunicações ali apresentadas, motivaram a publicação dos resultados do Evento com o apoio da Fundação Cultural Palmares e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UEL.

Em posse, Lula muda status da Seppir e depois se desmente


Brasília - O ato de posse do novo ministro da Igualdade Racial, deputado federal Edson Santos (PT-RJ) nesta quarta-feira (20/02) em substituição a ex-ministra Matilde Ribeiro exonerada por envolvimento no caso dos cartões corporativos, foi marcado por uma gafe do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve de ser corrigida depois pela própria Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Lula levou lideranças negras quase ao delírio, despertando o “olé,olé, olé, olé, olá” da campanha eleitoral de 2002, quando anunciou a transformação da Seppir em Ministério, acrescentando que acabara de enviar Medida Provisória nesse sentido ao Congresso.
“Agora mandei uma Medida Provisória transformando em Ministério. O problema é que eu agora vou ter a Secretaria das Mulheres, a Secretaria da Pesca, a Secretaria dos Direitos Humanos reivindicando a mesma coisa – disse o Presidente, interrompido por palmas e gritos de pé da platéia de cerca de 400 pessoas que lotou o salão de atos do Palácio do Planalto.

Mais tarde, a própria Secretaria de Imprensa da Presidência se encarregou de corrigir o Presidente, informando que a MP apenas mudará o status do titular da Secretaria, que passará a ser chamado ministro de estado chefe da Seppir. Sem essa providência, Santos teria que renunciar ao mandato para assumir a Secretaria.
A posse
A solenidade de posse começou, anteriormente prevista para as 11h, começou com quase duas horas de atraso. Na mesa, junto com Lula e o novo ministro, o interino, Martvs Chagas (que o presidente pediu que seja aproveitado na equipe, deixando o novo ministro numa saia justa), a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP).Na primeira fila, pelo menos seis ministros, entre os quais, o da Justiça, Tarso Genro, Luiz Marinho (Previdência Social), Miguel Jorge (Indústria e Comércio), José Temporão (Saúde), Paulo Bernardo (Planejamento), o presidente do PT Ricardo Berzoíni, e o governador do Rio, Sérgio Cabral, que teria feito acordo com Lula para que este indicasse Santos para a Seppir, retirando-o da disputa pela Prefeitura nas eleições deste ano, acordo que favorece o candidato de Cabral.O novo titular da Seppir, que falou quando o presidente já havia se retirado com toda a mesa, alegando outro compromisso, se comprometeu a “continuar e aprofundar as medidas adotadas por Matilde”; disse que defenderá a política de cotas, a anistia póstuma a João Cândido – o marinheiro que liderou a Revolta da Chibata, em 1.910) e a Agenda Social Quilombola, na qual o Governo promete investir R$ 3 bilhões nos próximos três anos.

Show de Lula
Na posse do novo ministro da Seppir, Lula, bem humorado, aproveitou para filosofar sobre a amizade, dar conselhos (viaje bastante) e jogou a culpa pela não aprovação do Estatuto da Igualdade Racial no próprio movimento negro.

“Esse projeto está lá há muito tempo. Enquanto vocês continuarem brigando ele ficará mofando lá. Então, por favor, muito juízo, muita competência”, disse, para depois apelar em tom paternal. “Faço um apelo a todas as correntes do Movimento Negro. Enquanto vocês não se puserem de acordo, esse Estatuto não vai ser votado. Até porque, quem vai votar é de maioria branca. Quero pedir a vocês que se unifiquem numa única proposta para que esse Estatuto seja aprovado. Faço este apelo em nome da companheira Matilde”, disse.
O Estatuto já aprovado pelo Senado, está há anos parado na Câmara Federal e, só no ano passado, graças à mobilização desencadeada em São Paulo com a coleta de 100 mil assinaturas e caravanas à Brasília, o presidente da Câmara Arlindo Chinaglia, presente na mesa da posse, se comprometeu a formar uma Comissão Especial (cujos membros ainda não foram designados pelos partidos) e uma Comissão Geral, que promoveu audiência pública na Câmara.
Embora seja esta a segunda vez em menos de seis meses que o Presidente responsabilizada os negros pela não aprovação do Estatuto (a primeira foi em 20 de Novembro), a base de apoio ao Governo é amplamente majoritária e teria condições de aprovar o projeto se ele determinar a sua articulação política providências nesse sentido.
A fala do presidente e o anúncio da transformação da Seppir em Ministério por medida provisória, depois desmentido, provocou entusiasmo, até mesmo do senador Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto do Estatuto. “Com o status de Ministério (da Seppir, que seria em seguida desmentido) e a fala do Presidente, não tem como esse Estatuto não sair esse ano”, afirmou Paim.
Desagravo
Além dos conselhos e do tom paternal, Lula aproveitou a posse do novo ministro para fazer uma espécie de desagravo à ex-ministra que saiu por ter virado alvo como campeã de gastos com cartões corporativos, ainda que inferiores em 90 vezes, os gastos com carne para churrasco, bebidas e vinhos feitos pela Secretaria de Organização da Presidência, responsável pelo custeio das contas do Presidente e família.
“A companheira Matilde não cometeu nenhum crime, nenhum delito, mas apenas falhas administrativas. Eu mesmo cheguei a comentar numa conversa muito franca com ela, que não compensava ela ficar no cargo para ser massacrada e triturada como foi em 10 dias consecutivos. Ela continua intocada, apenas deixou o cargo", afirmou Lula. A cada frase do Presidente, a platéia ia ao delírio, levantando-se para aplaudir.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

SAUDE DA MULHER , parte 1


Por que as mulheres não conhecem o HPV?
Um dos vírus mais comuns entre as pessoas com vida sexual ativa

O HPV (Papilomavirus humano) é um dos vírus que mais contamina as mulheres em todo mundo. Sabe-se que em mais de 80% dos casos, o HPV não se manifesta, mesmo assim, os cuidados e a prevenção são de extrema necessidade. sso porque o papilomavirus é o principal agente causador do câncer de colo do útero que mata, anualmente, em nosso país, mais de 7 mil mulheres.

No mundo este número chega a 230 mil. É o segundo tipo de câncer com maior número de óbitos no Brasil. Só perde para o câncer de mama. Um sério problema é a falta de informação sobre o HPV, que atinge mulheres de todas as classes sociais e idades. “Apesar de ser um dos vírus mais comuns e atingir 25% do sexo feminino mundial, poucas são as mulheres que conhecem a gravidade do problema.

Falta conscientizar e educar as mulheres sobre esse mal”, alerta Dr. Sérgio Nicolau ginecologista da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Verrugas e ardor nos órgãos genitais, dor durante a relação sexual são alguns dos sintomas de problemas causados pelo papilomavírus, além do câncer de colo do útero, que já é um estágio avançado da sua manifestação. Apesar das graves conseqüências causadas pelo vírus, ele é um dos mais fáceis de tratar.

Hoje em dia a biologia molecular é a grande “arma” para a descoberta precoce do papilomavírus. “O exame de captura híbrida é a evolução nos diagnósticos do HPV. Como é o único capaz de rastrear o DNA do vírus, o tratamento é mais eficaz, pois a pessoa sabe se está contaminada antes da manifestação e qual o tipo de HPV ela possui (alto ou baixo risco)”, explica o ginecologista. Porém, os exames mais comuns são o Papanicolau - que detecta alterações nas células do colo de útero e da vagina - e a Colposcopia, que possui um maior índice de acerto no diagnóstico das doenças causadas pelo HPV.

Há ainda a prevenção ao HPV com cuidados básicos de higiene pessoal, parceiro fixo ou redução de número de parceiros, visitas regulares ao ginecologista e/ou urologista e tratamento médico para o casal e, não apenas um dos parceiros.

SAIBA MAIS SOBRE HPV :
O que é: - O HPV (sigla em inglês para Human Papiloma Virus) é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Vive na pele e nas mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Trata-se de uma infecção adquirida através de contato sexual. - Nos genitais existem duas manifestações clínicas: as verrugas genitais que aparecem na vagina, pênis e anus; e outra forma, que é microscópica, que aparece no pênis, vagina e colo de útero. Na vulva, ele causa a doença chamada condiloma genital. - A consequência mais grave é quando ocorre infecção na região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, pode se transformam em câncer de colo do útero. Estudos indicam que cerca de 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino, foram antes infectadas pelo HPV.

Sintomas e diagnóstico
- Na maioria das vezes, a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. O vírus pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, apesar de poder ser transmitido. Pode entrar em ação em determinadas situações como na gravidez ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada. - A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração no corpo. - Atualmente, já é possível diagnosticar o HPV antes que a doença se manifeste. O exame de captura híbrida® (considerado avanço no rastreamento de câncer do colo depois do Papanicolaou) detecta o DNA do vírus, o que facilita a prevenção das doenças causadas pelo mesmo, além de detectar a gravidade do papilomavírus presente na mulher. Além disso, os exames de papanicolau ou a colposcopia também são utilizados por médicos, mas só detectam as doenças depois que elas se manifestam.

Tratamento
Uma vez detectado, e se está causando lesão específica, as células do local devem ser submetidas à destruição química ou física. O procedimento deve sempre ser indicado e realizado por médico especialista. - Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 80% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro. - O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Deve ser feito o acompanhamento sistemático. - A melhor arma contra o HPV é a prevenção e se fazer o diagnóstico o quanto antes.

Prevenção
- Manter cuidados higiênicos
- Ter parceiro fixo ou reduzir o número de parceiros
- Usar preservativos em todas as relações sexuais
- Visitar regularmente seu ginecologista e fazer exames de prevenção
- É importante que o parceiro também procure um médico para verificar se ele está com o vírus.

RACISMO no futebol

Delegacia de Crimes Raciais prorroga prazo para ouvir Godói
S. Paulo – A delegada Daniela Branco, da Delegacia de Crimes Raciais de S. Paulo (Decradi), vai pedir mais 30 dias para concluir o inquérito instaurado a pedido do Ministério Público, que investiga a prática de racismo em declarações do ex-árbitro Oscar Aparecido de Godói, no Programa Debate Bola da TV Record de S. Paulo. Ao comentar o desempenho do time brasileiro, no jogo com o Equador pela Copa América de Futebol, em programa veiculado pela emissora no dia 05 de julho, Godói, saiu-se com esta. “O que falta para a seleção é um loirinho. Está parecendo time da África. O Josué? (referindo-se ao, na época atleta do do S. Paulo, atualmente no futuebol europeu). Ele também tem um pé na senzala”.
Atendendo a representação da ONG ABC sem Racismo, o Ministério Público instaurou inquérito civil (88/07) e determinou o encaminhamento do caso a Delegacia de Crimes Raciais para a instauração de inquérito, com base no artigo 20 da Lei 7.716/95 (Lei Caó), que pune com pena de prisão quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Duas testemunhas já foram ouvidas e confirmaram terem ficado chocadas com as declarações do ex-árbitro pelo tom preconceituoso e racista. a Rede Record, porém, ainda não encaminhou a fita do programa para ser periciada. Depois que o fizer, será elaborado laudo da Perícia Técnica para confirmar a autoria das declarações e Godói será intimado para que seja ouvido no inquérito. Segundo a delegada, mais 30 dias serão suficientes para a elaboração do relatório com as conclusões do inquérito ao Ministério Público para as providências. O relatório poderá concluir pela responsabilidade do ex-árbitro e recomendar que seja processado criminalmente.No inquérito civil instaurado a pedido da ONG, o MP considerou que, pelo menos em tese, a declaração de Godói “configura ilícito por sua conotação discriminatória”.Apesar do comentário do ex-árbitro, a seleção brasileira, formada quase que na sua totalidade por negros, acabou vencendo a Copa América. O Debate Bola, comandado pelo jornalista Milton Neves, é um dos programas esportivos de maior audiência e as declarações de Godói causaram desconforto e a indignação de muitos telespectadores. ( fonte www.fropress.com.br)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS DA SILVA ,PROMOVE A REGIONALIZAÇÃO DO CODENE

O Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado do Rio Grande do Sul – CODENE, Conselho de Direitos vinculado à Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social do Estado do RS, em parceria com o Poder Público Municipal de Butiá, a Secretaria de Administração, tem a honra de convidar as Organizações e os Militantes da questão racial, na Região do Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari, para participar de Reunião no dia 23 de fevereiro de 2008, das 09 horas às 18 horas, na Câmara Municipal de Vereadores, há Rua do Comércio, nº. 566 – Centro – Butiá/RS, com o objetivo de “Ajudar a definir as diretrizes para a formulação das Políticas Públicas, direcionadas à Comunidade Afro-brasileira no Estado do Rio Grande do Sul”.


Nesta oportunidade o Conselho estará apresentando sua agenda de atividades para o Ano de 2008 e Trabalhando com a Comunidade a Constituição da Regionalização do mesmo, a partir das Resoluções da “Iª Conferência da Comunidade Negra do Estado do Rio Grande do Sul, realizada em 2001 e da Iª Conferência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, realizada em 2005” .


Municípios que Compõem a Regional:

Anta Gorda; Arroio do Meio; Arroio do Tigre; Arroio dos Ratos; Arvorezinha; Barão do Triunfo; Barra do Ribeiro; Barros Cassal; Bom Retiro do Sul; Boqueirão do Leão; Butiá; Camaquá; Candelária; Canudos do Vale; Capitão; Cerro Grande do Sul; Charqueadas; Chuvisca; Colinas; Coqueiro Baixo; Cruzeiro do Sul; Dois Lajeado; Dom Feliciano; Doutor Ricardo; Encantado; Encruzilhada do Sul; Estrela; Estrela Velha; Fazenda Vila Nova; Fontoura Xavier; Forquetinha; General Câmara; Gramado Xavier; Guaíba; Herveiras; Ibarama; Ilópolis; Imigrante; Itapuca; Lagoa Bonita do Sul; Lagoão; Lajeado; Mariana Pimentel; Marques de Souza; Mato Leitão; Minas do Leão; Muçum; Nova Bréscia; Pântano Grande; Passa Sete; Passo do Sobrado; Paverama; Poço das Antas; Pouso Novo; Progresso; Putinga; Relvado; Rio Pardo; Roca Sales; Santa Clara do Sul; Santa Cruz do Sul; São Jerônimo; São José do Herval; Segredo; Sentinela do Sul; Sério; Sertão Santana; Sinimbú; Sobradinho; Tabaí; Tapes; Taquari; Travesseiro; Tunas; Vale do Sol; Vale Verde; Venâncio Aires; Vera Cruz; Vespasiano Correa; Westfália.



ACCA comemora dia Internacional da Mulher

A Associação Cachoeirense da Cultura Afro Brasileira-ACCA, realiza no proximo dia 07 de Março de 2008 uma atividade aluziva ao dia Internacional da Mulher, data essa que se comemora no mundo inteiro no dia 08 de Março, segundo a Diretora do Departamento Feminino da associação Tatiane Correa Ramos ( foto) o evento iniciará as 19h com momento cultural, em seguida acontecerá um painel com a presença de personalidades femininas ligadas a varios setores da comunidade como segurança, saúde, educação, comercio e politica . O evento é aberto a comunidade feminina e conta com apoio da Clas Psicologia, 24ª CRE, 4º Nucleo de Cpers, local Circulo Operário Cachoeirense.

MUSICA e POLITICA


Falecido em agosto de 1997, o nigeriano Fela Kuti entrou para a história da música como o pai do afrobeat - fusão de jazz, funk e ritmos africanos. Ativista político, defensor dos direitos humanos e pan-africanista, Fela foi duramente perseguido pelo governo de seu país. Ele é considerado a mais importante figura da música africana do século XX. Fela Anikulapo Kuti deixou uma extensa obra musical- cerca de 80 álbuns . Para ele, a música era sobretudo uma arma revolucionária, capaz de despertar a consciência. O afrobeat, estilo criado pelo revolucionário músico nigeriano, influenciou compositores brasileiros como Jorge Benjor e Tim Maia.A produção musical de Fela atingiu o ápice na década de 1970. Acompanhado pela banda África 70, ele lançou álbuns clássicos como"Expensive Shit" (1975), "Up Side Down" (1976), "Sorrow, Tears And Blood", "Zombie", "Opposite People", "Suffering & Smiling" e "Stalemate/Fear Not For Man" (1977). As coletâneas "The Best of Fela Kuti" (CD duplo) e "Fela - King of Afrobeat: The Anthology" (caixa com 3 CDs) são boas amostras da obra do compositor.
Mentalidade Colonial
Fela Kuti - Trad. Catarina Brandão
Dizem que você é um homem colonizado
Você já foi escravo
Agora eles te libertaram
Mas você nunca se libertou
Colomentalidade
A coisa é assim
É isso o que eles fazem: exageram
Em tudo o que fazem
Se acham melhores que seus irmãos.
Não é assim?
É assim que é!
Os negros não conseguem ser bons
Porque gostam de coisas estrangeiras
Não é assim?
É assim que é!
Vão ligar o ar condicionado
E esquecer do seu país
É assim que é!
Aquele juiz vai botar sua peruca branca
E prender seus irmãos
Não é assim?
É assim que é!
Colomentalidade, agora vocês precisam me ouvir
Sr. Ransome, ouça!
Sr. Williams, ouça!
Alá, ouça!
Maomé, ouça!
Anglicanos, ouçam!
Bispos, ouçam!
Católicos, ouçam!
Muçulmanos, ouçam!
Nós estamos na África, vocês precisam saber disso
Colomentalidade!
Ouçam!Sr. Ransome, ouça!
Nós estamos na África e vocês precisam ouvir isso.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Independente comemora 52 anos de fundação


O Clube Cultural Beneficente União Independente, comemora em 2008 52 anos de fundação, fundado em 28/02/1956, hoje sem atividade mais com um grande numero de simpatizantes , seu atual responsavel então presidente Claudio Bibiano programou uma atividade para não deixar passar em branco uma data muito significativa para a sociedade Cachoeirense principalmente para os Afrodescendentes , que fizeram do Independente sua casa. Sera no dia 08 de Março as 20h 30 mim no Circulo Operario Cachoeirense um Jantar Dançante com objetivo de reunir amigos e simpatizantes do clube, valor convite R$ 15,00 Casais e R$ 8,00 Individual, na ocasiao a musica ao vivo da Prata da Casa fara os presentes relembrar os momentos inesqueciveis vividos na Sete de Setenbro com esquina a Presidente Vargas.

Reservas para o evento pelos fones 37248326 c/ Luciano ou Tatiane ou 84621640 com Claudio Bibiano.

O último ato da queda da Ministra

A queda da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), expõe, com toda a nitidez, a falência de um certo modelo de Movimento Negro, que se abrigou no colo do Estado e de Partidos, a quem submeteu a agenda de uma Causa que envolve a vida de 92 milhões de afro-brasileiros, e que, de um e de outros, se tornou dependente.
Trata-se de um movimento hegemonizado por algumas pessoas, que se escondem por trás do título fantasia de entidades, mas que, do início ao fim, nada mais representam do que os Partidos, cujas camisas vestem, porque, inclusive, dentro deles, não têm nenhuma autonomia nem autoridade para adotar posições que contrariem suas cúpulas – muito mais por falta de altivez e subserviência.
E para que ninguém pense que estamos falando apenas dos Partidos, que se colocam no chamado campo da esquerda (tais definições oriundas da revolução francesa, são cada vez menos precisas e confusas, como se sabe) o mesmo ocorre com os movimentos de partidos do centro ou da chamada direita.A tática de todos os Partidos no Brasil – da direita a extrema esquerda – sem distinção, é considerar que, diante do abismo provocado pela desigualdade racial e, considerando que isso perpassa a sociedade brasileira de alto a baixo, incidindo, portanto, nas eleições, a saída é abrir um "puxadinho" para acomodar os negros e com isso fingir que estão verdadeiramente preocupados com o problema.Então, o que vemos é o "puxadinho" dos negros do PT, do PC do B, do PMDB, do PSDB, do PTB, DEM, do PSOL, do PSTU, só para citar alguns, tenham o nome que tiverem, às vezes até com o pomposo nome de Secretarias ou Secretariados.
No caso da asssistente social e agora ex-ministra Matilde Ribeiro, foi ungida ao cargo com o aval dos negros do PT, menos pelos seus méritos pretéritos, mas, muito mais pela militância partidária em Santo André. Até então, Matilde era uma ativista discreta do movimento negro. Nunca se ouvira falar de qualquer ação sua ou ato ou atividade na qual tivesse se destacado.Com a vitória de Lula nas urnas, em 2002, eis que assume o primeiro plano da cena, coordenando a questão racial, na Comissão de Transição que se formou no final de 2002 e início de 2003.
Como sempre acontece nesses casos, logo passaria a ter, com a criação da Seppir, em março de 2003, seu nome antecedido nos anúncios com o pomposo atributo: Ministra Matilde.Ora, o episódio de sua saída do cargo, por pressões do próprio Governo do PT e do Presidente Lula, foi uma peça digna de registro pelo volume de trapalhadas, pelo show de incompetência e, por último, por uma atitude reveladora de traços pessoais e de caráter, que demonstram que a “ministra” não tinha mesmo – nem nunca teve – estatura para ocupar o cargo em qualquer Governo, inclusive, neste.
Surpreendida pela Controladoria Geral da União (CGU), órgão do próprio Governo que mantém o Portal Transparência, onde busca expor com detalhes, os gastos de funcionários – de ministros ao dispenseiro do Lula -, Matilde viveu um calvário de dias, nos quais fechou-se em copas, recusou-se a falar sobre o caso à mídia (e, por conseqüência, à sociedade e aos negros, que dela esperavam uma satisfação) e, no ato final, saiu atirando. Mas, não foi nos responsáveis pela sua queda – o seu Partido, por exemplo, que não a defendeu, lançando uma nota no dia seguinte à exoneração; o Presidente da República, que teve gastos 90 vezes maiores que o dela, inclusive na manutenção da sua dispensa com a compra de quantidades astronômicas de carnes, bebidas e vinhos. Ela atirou em dois assessores, membros de sua equipe durante os dois mandatos, a quem – até por dever de lealdade e ética – deveria, no mínimo, por elegância, proteger – e não lançar às feras como fez, uma vez que, por óbvio, nenhum dos dois – Antonio Pinto e Carlos Eduardo Trindade – tinham por função, informá-la de que um ocupante de cargo público – seja ministro ou não – deve ser comedido com o uso de recursos oriundos dos impostos, e dispor deles com a cautela que a cidadania exige.
Esse era um dever primário da ministra Matilde. Elementar, para ocupantes de qualquer escalão. Mas, como apesar de admitir o erro, alguma satisfação tinha de ser dada ao distinto público, eis que Silva e Trindade, surgem como uma luva para assumir a responsabilidade final dos “erros” da Ministra. Aliás, é notável a velocidade como, neste Governo, “crimes” se transformam em erros. Ora, isso é de uma falta de ética, de uma deslealdade tamanha com auxiliares que, não se tem notícia de alguma aberração semelhante.
Tivesse Matilde estatura para o cargo, teria assumido a responsabilidade pelo desmando. Mas, sozinha. Não buscando responsáveis por algo que com ninguém dividiu: o gasto, por sua própria conta e risco – inclusive nas férias, duty free, hotéis e restaurantes – de R$ 171,5 mil durante o ano de 2007, 90 vezes menos que o gasto pelo próprio Presidente com cartões corporativos, mas de qualquer forma, muito mais do que o salário de R$ 10 mil que recebia por mês, enquanto esteve na Esplanada.Foi um vexame que ficará na história. Foi a exposição de um padrão de comportamento do qual, nós negros, temos que manter distância e nos apresssar a informar que não é o padrão de outros de nossos pares, que sabem, sim, distinguir o público do privado, e preservar e valores como ética e lealdade mesmo em momentos difíceis.
O comportamento, contudo, é a expressão de uma cultura de um certo Movimento Negro, que nos últimos 30 anos, se aninhou no colo de Partidos e de Governos, para fazer o papel de símbolo em um Estado racista que pretende se mostrar, apenas na aparência e para consumo de marqueteiros, inclusivo e preocupado com a desigualdade racial. Esse setor do Movimento – que é hegemônico em alarido, e em influência, apesar da absolutamente minoritário na massa negra - não tem agenda própria. Seus líderes falam pela Causa "até a página dois", porque o seu objetivo é, principalmente, ocupar espaços de poder dentro do Estado, não para romper o caráter racista desse Estado, mas para fazer a sua própria revolução pessoal – ou seja, cargos, sinecuras e vantagens – ao custo de virar as costas para a população negra que há 120 anos aguarda na planície que a Abolição se concretize no plano real.
O festival de trapalhadas, incompetência e, por fim, deslealdade e deselegância, protagonizado por Matilde, deve nos levar a uma reflexão profunda a respeito das nossas relações com o Estado e com aqueles que dizem nos representar. Principalmente porque, o prejuízo que todos nós negros e negras sofremos na luta por nossas bandeiras históricas neste ano de abolição não concluída são imensos. Bandeiras como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, a nacionalização do feriado de 20 de Novembro, a generalização das ações afirmativas – que se ampliam nas universidades – não por iniciativa do Governo, tendem a sofrer um refluxo e saem enfraquecidas.Depois de assistir a peça – com final infeliz protagonizada por Matilde Ribeiro –, assiste-se agora uma corrida frenética pela indicação de nomes para a Seppir.
E o mais incrível é que lideranças de peso começam a se envolver em um debate sem pé nem cabeça, ignorando – ou fingindo ignorar – que, esta democracia virtual ensaiada não pode levar pessoas sérias a esquecerem que, ao final, caberá ao conglomerado partidário, liderado pelo PT, escolher o nome que esteja disposto a assumir o papel de símbolo, com as vantagens inerentes (e custos idem) a essa função.
Aliás, uma Secretaria com o orçamento que tem a Seppir (minguados R$ 30 milhões/ano, segundo se sabe), o mais provável é que Lula mantenha no cargo o interino: o sociólogo Martvs Chagas, que é do PT. E é de Minas.
(São Paulo, 5/2/2008 Dojival Vieira Jornalista Responsável , editor da afropress.com.br )

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Nomeado por Lula, Santos diz que manterá rumo da Seppir


Brasília – O novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), deputado Edson Santos, 53 anos, nomeado nesta quinta-feira (14/02) disse, em entrevista exclusiva à Afropress, que “o rumo geral da Secretaria deve ser mantido”. “O presidente Lula acha que o rumo deve ser mantido. Eu também acho isso e ele me confiou essa tarefa”, afirmou.Santos, o candidato negro com maior votação para deputado federal nas eleições de 2006 (105 mil votos) foi chamado pelo Presidente, juntamente com o secretário interino Martvs Chagas para uma conversa no Palácio do Planalto, e aceitou o convite de Lula.
Ele toma possa na próxima quarta-feira, dia 20/02, às 11h30, em solenidade marcada para o Palácio do Planalto.Candidato até ontem à Prefeitura do Rio, ele negou que o convite para a Seppir tenha sido uma decisão do presidente de interferir no tabuleiro da sucessão municipal do Rio. “O presidente não colocou isso em nenhum momento”, afirmou.
Na semana passada o jornalista Antonio Lúcio, colunista de Afropress escreveu que a ida de Santos para a Seppir seria um apoio indireto ao candidato do governador Sérgio Cabral, o ex-deputado tucano Eduardo Paes, que deixou o PSDB recentemente para se filiar ao PMDB carioca.

( Veja entrevista do Ministro concedida a Agencia Afropress , no www.afropress.com.br)

É prá virar página, diz Hédio

S. Paulo - O acadêmico e jurista Hédio Silva Júnior, ex-secretário de Justiça de S. Paulo, disse que a ascenção do deputado Edson Santos, do PT do Rio, nomeado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em substituição a Matilde Ribeiro, exonerada por causa do envolvimento no escândalo dos cartões corporativos, vem acompanhada de um sinal positivo e de outro preocupante.“São duas considerações importantes.
É alentador que seja um deputado, com peso de voto para tentar conferir alguma legitimidade, de que a gestão da Seppir, até aqui, careceu. Porém, a fala de continuísmo é preocupante”, afirmou. Santos foi o deputado federal negro com maior número de votos no país nas eleições de 2006 – 105 votos.
Sua posse está marcada para a próxima quarta-feira, dia 20/02, às 11h30, no Palácio do Planalto.Segundo Hédio, a tarefa fundamental do novo ocupante do cargo é “virar a página” e fazer ações dando sentido ao que se deve esperar do Poder Executivo, o que, de acordo com ele, “ninguém viu até agora”.“Se for só para continuísmo, para que os grupelhos com suas articulações, seminários e conferências levem pretos para bater palmas para o Lula, agente vai ter de continuar criticando”, acrescentou. ( Fonte: Afropress - 15/2/2008)

Irmão de Renan condenado em AL

Maceió - Robson Calheiros, vereador em Maceió pelo PMDB e irmão do senador Renan Calheiros, ex-presidente do Senado pelo mesmo Partido (PMDB-AL) foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão por crime de racismo. O irmão de Renan, que renunciou à Presidência do Senado depois de se envolver no escândalo do pagamento de pensão a uma filha com a jornalista Mônica Veloso, com dinheiro supostamente de empreiteiras, em outubro de 2005, envolveu-se em um episódio de agressão verbal a também vereadora Fátima Santiago, do PTB, chamando-a de “nega safada”. O caso ocorreu durante uma festa na casa de um colega parlamentar, quando um filho de Fátima, Henrique Santiago, foi ofendido e teve a mãe citada por Robson.
Ele contou o episódio à mãe e esta entrou na Justiça com processo contra Calheiros."Os autos possibilitaram apreender que, embora a ofensa em si tenha perdido sua conotação política, sua motivação inicial teve esse viés, sendo, portanto, o motivo reprovável pois não se admite que seja ofendida a honra de alguém, inclusive com a utilização de palavras relativas à cor, em decorrência de disputas partidárias", diz a sentença da magistrada. Fátima Santiago, que é médica, não quis se manifestar.
Robson Calheiros disse que vai recorrer da sentença. Caso perca o recurso, caberá à Justiça decidir se poderá cumprir a pena prestando serviços à comunidade ou se vai direto para a cadeia.Na mesma sentença, a Juíza condenou o irmão do ex-presidente do Senado a perda dos direitos políticos, por ser o crime de racismo inafiançável e imprescritível de acordo com a Constituição.
(Fonte: Afropress - 15/2/2008)

Modelos de Discriminação Racial

Com os resultados obtidos nas últimas prévias, para a escolha do candidato ou candidata democrata na corrida pela Casa Branca, Obama reafirma a sua real possibilidade de sentar na cadeira mais cobiçada da terra.

Incontestável! É o vocábulo mais apropriado para definir a vitória de Obama, na madrugada de sábado 09/02, sobre Hillary Clinton, com larga margem de percentual, nos Estados de Louisiana, Nebraska, Washington e nas Ilhas Virgens, locais onde houve prévia. No discurso proferido por Hillary, levado ao ar pela CNN, ficou nítido o desapontamento da candidata em saber que: mesmo utilizando a sua maior artilharia, o ex-presidente Bill Clinton, não conseguiu impedir o avanço de seu oponente, sofrendo uma dupla derrota e vendo escorregar por entre os dedos, a possibilidade de sua indicação para a disputa em novembro.
Por outro lado, o candidato Obama se vê aliviado do temor que rondava a sua campanha, primeiro pela força política que a Hillary representa, influenciada pelo posto de Primeira Dama, exercido nos anos noventa. Além do êxito que poderia obter o ex-presidente, na conquista dos votos dos afro-americanos, principalmente nos estados do sul – de maioria negra – pela atuação em seu governo na implantação de políticas de ação afirmativa, por meio de leis equivalentes a medida provisória, artifício bastante utilizado pelos governos brasileiros.
A dupla vitória de Obama se concretiza, na medida em que, além de derrubar a candidata franca favorita para as prévias de seu partido, está derrotando o prestígio, o poder e a simpatia do ex-presidente Clinton.A vitória de Barack Obama para Presidente dos Estados Unidos, caso aconteça, será uma fonte de argumentos para muitas discussões sobre o modelo de discriminação racial praticado nos Estados Unidos, em contraste com o modelo brasileiro.
Muitas pessoas repudiam o formato norte-americano e defendem o modelo, dissimulado, praticado aqui; sustentam a idéia de que o negro brasileiro tem total inserção na sociedade; usam os casamentos inter-raciais alegando uma integração étnica e mencionam que as oportunidades são para todos, independentemente da cor da pele, como se vivêssemos em uma democracia racial. Quando é que vamos perceber que no Brasil, a cor da pele sobrepõe-se à capacidade intelectual? E que a etnia pode ser o fator preponderante, para se ascender a um cargo de chefia? O preconceito brasileiro não permitiria jamais, que um negro chegasse no estágio ao qual o Senador Barack Obama chegou.
Basta olhar para o nosso quadro político, para se ter uma idéia do que isso significa.Qual o número de negros ocupando as cadeiras de deputado (estadual e federal), senador, prefeito, governador....? Fique atento para o número de vereadores negros em sua cidade!
As diferenças culturais, sociais e econômicas, provocadas por modelos diferentes de escravização, abolição e pós-abolição, entre o Brasil e os Estados Unidos, sugerem que não façamos comparações entre as formas de preconceitos étnico-raciais existentes entre eles, correndo o risco de defender uma, em detrimento da outra, quando o mais correto seria abominá-las.A era Obama pode provocar uma mudança na postura dos eleitores e lançar uma luz sobre a inconsciência coletiva do povo brasileiro. Não podemos esquecer que a população negra norte-americana é de 13% e a brasileira, segundo o IBGE, 45%.
(Fonte www.afropress.com.br )

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Novo ministro diz que chamará Movimento Negro para diálogo


Brasília - O sociólogo Martvs Chagas, 40 anos, nomeado ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em substituição a ministra Matilde Ribeiro, exonerada a pedido, por envolvimento no escândalo dos cartões corporativos, disse que quer abrir um amplo debate com a sociedade e com todas as correntes do Movimento Negro Brasileiro para definir o papel da Seppir. “A idéia básica é chamar as pessoas que tem discordância, críticas, chamar essas pessoas para um diálogo, independente de partidos”, afirmou.Em entrevista exclusiva ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira, Martvs, disse não se preocupar com a disputa pelo cargo que está sendo travada nos bastidores (“O presidente é quem vai decidir”); defendeu Matilde (“ela não se deixará abater e dará a volta por cima”); disse que não usará o cartão por orientação do Governo para todos os ministros, mas o considera um “instrumento legítimo de transparência”, e tranqüilizou os setores que temem a extinção da Seppir por causa da crise. “O presidente já garantiu que a Seppir não está ameaçada”, assegurou.Quanto aos planos de ação, foi sintético. “Agora é continuar o trabalho que vinha sendo desenvolvido”, acrescentou. Fonte: Afropress:

PMDB agora também quer Seppir

Brasília - O PMDB que, neste segundo mandato do Governo Lula, tem se demonstrado faminto, particularmente por cargos na área federal, avança agora com apetite, numa área até então considerada parte da cota do PT no Governo – a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).Munido do apoio de caciques do Partido como o ex-Presidente José Sarney e o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, o ator Milton Gonçalves, da Rede Globo, é o nome do Partido para ocupar o cargo em substituição a ministra Matilde Ribeiro, exonerada por causa do escândalo dos cartões corporativos.Gonçalves é militante antigo do PMDB, tendo sido um dos fundadores do diretório municipal no Rio e, além de Sarney e Quércia – caciques com grande trânsito junto ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva – conta com a simpatia da classe artistística, na qual é muito respeitado.Os articuladores do seu nome tem lembrado o fato de ter sido subsecretário do Gabinete Civil para Assuntos Extraordinários do governo do Rio, quando fundou o projeto Zumbi Vive!, em comemoração ao tricentenário da República de Palmares. Até o momento, dezenas de nomes já chegaram à mesa de Lula, entre os quais, o da cantora Leci Brandão, dos deputados federais Vicente Paulo da Silva (PT-SP), Edson Santos (PR-RJ), Luiz Alberto (PT-BA), atualmente licenciado, e Carlos Santana (PT-RJ), presidente da Frente Parlamentar da Igualdade Racial na Câmara dos Deputados.O presidente, entretanto, tem indicado a assessores mais próximos sua tendência a manter no cargo como titular, o interino Martvs Chagas. Fonte: Afropress - 12/2/2008

Estudante negra excluída no MA

S. Luiz - A técnica de enfermagem Dulcinéia Ribeiro Fonseca disse que entrará na Justiça para corrigir os desencontros e erros ocorridos no Vestibular deste fim de semana da Universidade Federal do Maranhão, no qual sua filha Ana Caroline Ribeiro Fonseca, mesmo sendo negra, foi impedida de concorrer a uma vaga pelo sistema de cotas para negros na Universidade.“Nós queremos entrar com um processo por danos morais e também recorrer ao Ministério Púbico”, garantiu Dulcinéia a repórter Suzana Beckman, do Jornal O Imparcial, de São Luiz.
Na sexta, ela e mais outras duas pessoas negras tentaram entrar com mandado de segurança para garantir que suas provas fossem incluídas no sistema de cotas, porém, desistiram, ao saberem que teriam de pagar R$ 250,00 para bancar o processo. “Eu não tinha esse dinheiro, então tivemos que desistir”, desabafou Dulcinéia.
Ana Caroline fez as provas no domingo no sistema universal e ficou de fora da classificação, mesmo tendo uma irmã com mesma tonalidade de pele que já entrou pelo sistema de cotas.
Não basta ser negro
Segundo o professor Carlos Benedito Rodrigues, chefe da Comissão de Validação do Apoio à Universidade, a cota no Maranhão, não é para comprovar a ancestralidade, mas sim uma avaliação da pessoa que se inscreveu. “Não basta ser negro para que a pessoa seja incluída no sistema. Isso vai da compreensão que o candidato tem do sistema de cotas, e da percepção da sua condição negra no dia-a-dia”, afirmou, sem explicar quem é que atribuiu poder a um grupo de dizer quem é negro ou não. A existência de racismo no Brasil é admitida por 87% da população, segundo Pesquisa da Fundação Perseu Abramo, de 2.003. Carlos Benedito, Carlão, é militante destacado no Movimento Negro maranhense.Mesmo assim, ele admite que pode ter havido engano no processo de seleção. “Temos que avaliar com cuidado a ficha dos examinadores e a situação das duas entrevistadas. Pode ser que os entrevistados tenham tido concepções diferentes das duas entrevistadas, ou pode até ter havido falha humana, ou erro na hora de se lançar a informação no computador”, justificou, admitindo a adoção de critérios subjetivos da comissão formada por pessoas negras - incluindo o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e entidades do Movimento Negro, nas entrevistas dos candidatos ao sistema.
Sistema no MA
Na UFMA, o sistema de cotas começou a ser aplicado a partir do ano passado. Inicialmente, foi chamado de “Sistema de Cotas para negros passíveis de discriminação”. A seleção era feita por foto, antes da primeira etapa do vestibular.Este ano, porém, a seleção dos cotistas passou a ser feita entre a primeira e a segunda etapa – assim, era exigido que o candidato obtivesse pelo menos a aprovação na etapa objetiva. Uma equipe de 25 pessoas composta por membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e por diversas entidades ligadas ao movimento negro se encarrega de fazer a avaliação dos candidatos, através de entrevista. Além da cor negra, são considerados também aspectos como a realidade social do candidato e o fato de ele já ter sido ou não vítima de discriminação. ( fonte www.afropress.com.br)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Matilde pede demissão e sai atirando em dois assessores

Brasília -
Matilde Ribeiro não é mais, desde a tarde desta sexta-feira (01/02) a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Cedendo as pressões para que renunciasse para evitar que o caso do uso dos cartões corporativos do Governo acabe numa CPI, - conforme adiantou a Afropress -, a ministra entregou a carta de demissão do cargo, numa audiência no início da tarde com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na audiência foi lacônica: “Diante dos fatos, solicito meu desligamento”, afirmou, depois de duas semanas em que virou foco e alvo por ter usado no ano passado 171,5 mil com pagamento de restaurantes, hotéis e aluguel de carros no cartão corporativo.
Na entrevista que se seguiu a audiência, porém, a ministra atribuiu a responsabilidade por ter usado indevidamente o cartão a dois dos seus assessores – o subsecretário de Planejamento e Formulação de Políticas, Carlos Eduardo Trindade Santos, e o assessor de Projetos Especiais, Antonio da Silva Pinto.
Ambos a teriam induzido a erro. "Assumo o erro administrativo no uso do cartão. Os fatos partiram da dificuldade com deslocamento e hospedagem fora de Brasília. Foi um erro administrativo que pode e deve ser corrigido.Não estou arrependida. Fui orientada a usar o cartão", disse anunciando a exoneração dos dois assessores, que deverá ser publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (06/02).Nem Trindade nem Pinto foram encontrados. Os celulares estavam na caixa postal e suas respectivas secretárias não tinham ainda conhecimento da exoneração.
Falta de estrutura
Matilde também culpou a falta de estrutura da pasta e destacou que outros ministros também fizeram uso do mesmo. "Este erro não foi cometido exclusivamente por mim", afirmou, evitando lembrar que enquanto gastou R$ 171,5 mil reais, a Secretaria da Administração da Presidência gastou R$ 4 milhões.
Parte desses gastos foram feitos pelo assessor especial de Lula, José Henrique de Souza, apontado como responsável pela dispensa do Presidente e família. Souza consumiu no ano passsado R$ 114.944,73 só com a compra, principalmente, de carnes e bebidas em casas de Brasília, especialmente para a Granja do Torto, residência oficial do Presidente.
No lugar de Matilde assume, interinamente, o sociólogo mineiro Martvs Chagas, 40 anos, que até aqui ocupava o cargo de Secretário adjunto.
No final da tarde, a Assessoria de Comunicação divulgou carta do Presidente à Matilde, em que o mesmo diz saber "das imensas dificuldades, arraigadas por séculos de preconceito, que Vossa Excelência teve de enfrentar no exercício de suas funções". "Por entender as razões políticas do gesto, aceitei seu pedido de demissão.
E estou seguro de que a companheira, por quem mantenho intactos o apreço e a confiança, continuará a ser uma das principais referências para todos aqueles que lutam contra o racismo, o preconceito e a exclusão social em nosso país", finaliza Lula. ( fonte www.afropress.com.br)