O projeto faz sucesso, embora a quantia não resolva sequer a conta de uma boa universidade, que costuma ficar entre U$ 2000 e U$ 3000 por mes. (É por essa razão que nos filmes americanos a família está sempre guardando dinheiro para a faculdade do filho).
Mas U$ 4000 por ano ajudam em gastos correntes, a vantagem é que o dinheiro não deve ser reembolsado em moeda sonante, o beneficiado dará a contrapartida em serviços comunitários: pode se engajar no Corpo de Paz, em atividades em bairros pobres e até no serviço diplomático. A proposta não só agrada aos jovens, cada vez mais fechados com Obama, mas também representa um reforço do ponto de vista político.
Permite que Obama possa apresentar-se como o candidato que defende a recuperação do espírito comunitário da sociedade americana, que cultiva a boa tradição de convocar os indivíduos a assumir responsabilidades pelo destino de seu bairro, sua cidade e seu país, da escola dos fihos e também de uma instituição dedicada a pesquisas avançadas, por exempolo.
A visão é que, de uns tempos para cá, esse espírito vinha sendo substituído por uma postura individualista, de indiferença pelos destinos do país.
A popularidade de Obama indica que a maioria do eleitorado concorda com o diagnóstico. (Warren Buffett, um dos homens mais ricos do planeta e eleitor de Obama, já fez uma contribuição gigantesca de U$ 42 bilhões de dólares em obras de caridade.
Ao comentar o assunto, o economista Austan Goolsbee, guru de Obama para a áera, escreveu que “outros bilionários poderão dizer que ele é louco. Mas isso faz dele a pessoa mais racional entre os bilionários do planeta.”)
Mais do que muitas outras propostas, esse crédito de U$ 4000 dólares ajuda a visualizar o país que Obama tem em mente. Ele quer mobilizar o país, em especial a juventude, em torno de ações do governo – num projeto que tem relação com seu modo de fazer política, onde busca uma relação direta com a massa da população, dispensando a mediação de partidos políticos. Obama fala para os desencantados com a política tradicional -- e diz que é preciso arregaçar as mangas e fazer alguma coisa.
Se a campanha dele estivesse dando errado, diriam que pretente comprar o voto dos jovens. Como está dando certo, ninguém acha ruim a oferta dos U$ 4000, que fazem falta a muitos jovens que ingressam na faculdade mas não tem meios de seguir nos estudos. “A proposta demonstra que ele quer vencer o egoísmo que andou se espalhando por nosso país,” me disse uma funcionária pública aposentada, que coleta de recursos para financiar uma orquestra erudita da Costa Leste. Você acha uma boa idéia? Daria para aplicar no Brasil? Ou acabaria na malandragem? ( Fonte G1)
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