Itapecerica - O jornalista Walmir Damasceno, presidente da Federação Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (FENATRAB) e candidato à presidência do Conselho Municipal do Negro (CONEGRO) de Itapecerica da Serra, cidade da região metropolitana da grande S. Paulo, denunciou que pessoas contrárias à sua candidatura estão procurando conselheiros para demovê-las de votar em seu nome, sob o argumento de que é sacerdote de religião de matriz africana. “Não vote nele porque ele está junto com o grupo de macumbeiros”, seria a mensagem dessas pessoas, cujos nomes ele não revelou, mas assinalando que se trata de evangélicos.
Damasceno, que ocupa a direção executiva da Ordem das Entidades Afro-Brasileiras (OEAB) e é representante para a América do Sul e Caribe do Centro Internacional das Civilizações Bantu, disputa com o rapper Denis Rodrigues dos Santos, do Movimento Brasil Afirmativo e presidente do H2MOR – HIP HOP Movimento Organizado de Rua – a direção do CONEGRO.
A eleição, em segunda chamada (na primeira ambos terminaram empatados com nove votos cada), acontece na próxima terça-feira, 04 de março, na Câmara Municipal.“Caso seja eleito, minha convicção religiosa jamais estará acima do Conselho.
Um cidadão investido na função pública, jamais pode colocar o convicção religiosa ou filosófica dele acima de um projeto e o CONEGRO é um grande projeto”, afirmou o jornalista. Ele fez questão de ressalvar que a campanha não parte do seu oponente, que não é responsável por tais atitudes e tem atitudes e tem mantido uma postura de correção e de diálogo.
Damasceno também ressaltou que sua candidatura não é apoiada apenas por conselheiros ligados ao PT, mas também por pessoas que acompanham de algum tempo o seu trabalho e acreditam no trabalho que pretende fazer à frente do CONEGRO.
Embora sem citar nomes, nem responsabilizar quem quer que seja, o jornalista diz ter estranhado a posição da ex-Secretária Tatiana Nascimento, que em novembro, quando ainda ocupava a Secretaria de Cultura do Município, vetou a inclusão de programação relacionada às religiões de matriz africana nas atividades do Dia da Consciência Negra. “Como servidora pública a senhora não pode se comportar dessa forma, apenas porque é de convicção evangélica”, afirma ter dito no diálogo que manteve com a então secretária para protestar pela exclusão.
( Fonte Afropress)
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