Brasília – Um dos pivôs da exoneração da ex-ministra Matilde Ribeiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, por abuso de gastos com o cartão corporativo do Governo, o ex-subsecretário de Planejamento da Seppir, Carlos Eduardo Trindade , disse estar tranqüilo e seguro de que não cometeu nenhum erro.“Tudo está sendo analisado pela CGU (Controladoria Geral da União) e Tribunal de Contas.
São esses órgãos que vão analisar isso. Estou tranqüilo em relação ao trabalho que desenvolvi na Subsecretaria de Planejamento desde que assumi até o dia 1º de fevereiro de 2.008, visando melhorar o processo de gestão interno para a política da igualdade racial”, afirmou. Trindade teve sua exoneração publicada no Diário Oficial no mesmo dia da oficialização da saída da ex-ministra (06/02), porque foi responsabilizado por ela pelos “erros” cometidos no uso do cartão. Ele teria orientado Matilde de que não havia problema no uso do cartão para gastos como locomoção e pagamento de despesas em hotéis e restaurantes. "Este erro não foi cometido exclusivamente por mim", disse Matilde, na entrevista de saída.
Junto com Trindade também foi exonerado Antonio Pinto da Silva, o Toninho, que seria responsável pela ordenação de despesas na Seppir, também acusado pela ex-ministra de tê-la induzido a erro. Matilde gastou durante o ano passado R$ 171,5 mil em despesas que incluíram gastos com locomoção, hotéis, restaurantes e até free shop.Depois da exoneração, Pinto, que foi coordenador da Coordenação Especial do Negro em S. Paulo (CONE) na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, refugiou-se no silêncio e tem evitado a imprensa.
Cumprindo tarefa
Diante da pergunta sobre se a atitude da ministra o surpreendeu, Trindade desconversou. “Quem está na política... Depois que passa a surpresa... Eu não sou uma pessoa, sou um grupo. Estava na Seppir como CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), não como Trindade. Estava cumprindo uma tarefa para a CONEN. Isso dá uma certa tranqüilidade”, afirmou.
Segundo Trindade, que já ocupou a Subsecretario de Políticas para Comunidades Tradicionais, esse fato e a posição da CONEN de considerar que não fez nada de errado, o tranqüiliza. “Na CONEN, no grupo que integro, o pessoal compreendeu que não houve algo que tivesse feito de errado. Esse entendimento por enquanto me satisfaz”, concluiu.A convicção de que é inocente da acusação feita por Matilde, fez com que sua volta a Seppir chegasse a ser cogitada, fato sobre o qual ele evita a falar. Não esconde, contudo, que pretende continuar na Esplanada.
( Fonte Afropress)
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