S. Paulo - Pesquisa do Instituto Datafolha, do jornal Folha de S. Paulo, aponta que um percentual que varia de 3% a 26% dos brasileiros – entre 550 mil a 47 milhões de pessoas - são, ou assumidamente racistas, ou cultivam no seu imaginário idéias associadas a inferioridade inata dos negros.
Os assumidos, que dizem ter preconceito anti-negro, são 3% dos entrevistados, porém, entre 9% e 26% das pessoas ouvidas na pesquisa assumiram estar de acordo com frases padrão do imaginário da supremacia branca, tais como: “se Deus fez raças é para que elas não se misturem”; Negro, quando não faz besteira na entrada, faz na saída”; “as unicas coisas que os negros sabem fazer bem são música e esporte” e “negro bom é negro de alma branca”.Os entrevistados que dizem concordar com tais frases foram, pela ordem, 9%, 10%, 20% e 26% - mais de um quarto da população do país – respectivamente. Os números do DataFolha mostram também que o país não se vê mais como majoritariamente branco – apenas 37% das pessoas entrevistas se consideram brancas, contra 36% de pardos, 14% de pretos, 4% de morenos, 5% de indígenas e 3% de amarelos.
Em 1.995, quando a Folha realizou a última pesquisa – por ocasião da passagem dos 300 anos da morte de Zumbi - os números eram outros: 50% brancos, 29% pardos; 12% preta; 6% indígena e 3% amarelos.
Os números da pesquisa, publicada na edição do jornal deste domingo (23/11) mostram, segundo analistas ouvidos pela Afropress, apenas a ponta do iceberg do racismo no país, já que são naturalmente mascarados pela modalidade praticada no Brasil – dissimulado e não assumido. Chama a atenção, acrescentam, o fato de que frases com óbvio teor discriminatório contra os negros, serem assumidos por até 26% dos entrevistados – quando os brancos representam 37% das pessoas ouvidas.
Radiografia do racismo
Mesmo assim – 3% dos entrevistados assumem ter preconceito em relação aos negros, enquanto que 91% dos entrevistados reconhecem que o Brasil pratica preconceito anti-negro. Tomando como parâmetro a pesquisa realizada em 1.995, quando os percentuais de quem se assumia racista chegavam a 11%, o jornal abriu manchete do Caderno em que traz os números da Pesquisa: “Diminui preconceito entre brasileiros – Datafolha revela que caiu racismo no país, que também deixa de se ver como majoritariamente branco”. Em 1.995, a Folha entrevistou 5.081 pessoas em 121 cidades, e 89% das pessoas ouvidas disseram haver racismo no Brasil. Desta vez foram ouvidas 2.982 pessoas em 213 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Supremacia branca
Os percentuais dos entrevistados que aprovavam as idéias legitimadoras da supremacia branca, eram ainda mais elevados em 1.995, quando 23%, 24% 43% e 47%, respectivamente, disseram concordar com as frases associadas a inferioridade negra.
Fonte: afropress
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