Oficialmente ninguém sabe se está vivo ou morto, embora, a versão policial mais aceita é de que tenha sido capturado por traficantes por engano e assassinado. Seu corpo, segundo essa versão, teria sido incinerado num micro-ondas (locais utilizados pelo tráfico para desaparecer com cadáveres), com a inicineração do corpo das vítimas, como aconteceu como o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo.
Delanne saiu de casa, no bairro de Santa Lúcia, Imbariê, Distrito de Duque de Caxias, por volta das 19h do dia 17 de março de 2006 e nunca mais foi visto. A ocorrência está registrada no 62º DP Policial de Duque de Caixas.VigíliaNa última sexta-feira, um ato na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), promovido pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro, marcou os dois anos do desaparecimento do educador.
Durante o ato, coordenado pelo jornalista André Moreau, as lideranças presentes, entre as quais, representantes das Igrejas Metodista e Católica, além de religiões de matriz africana, decidiram cobrar do governador Sérgio Cabral o aparecimento do corpo de Delanne, em um prazo máximo de seis meses.
A Comissão também decidiu realizar atos anuais de Vigília por Delanne na data de seu desaparecimento, independente do desfecho do caso, e quer que o Estado promova a construção de uma escola de alfabetização de adultos, com seu nome, em Ibariê, na Baixada Fluminense, onde o educador morava quando desapareceu.Logo depois do desaparecimento, chegaram a circular notícias de que Delanne teria sido visto nas ruas do Rio, versão, entretanto, não confirmada pela Polícia.
A família, em especial, a filha Cláudia Delanne, já não tem mais esperanças de encontrá-lo com vida, porém, exigem do Estado que, pelo menos, apure o que aconteceu e reconheça a sua morte, expedindo o atestado de óbito.Segundo José dos Santos Oliveira, do Centro de Pesquisas Criminológicas do Rio de Janeiro - CEPERJ, durante este período de dois anos, o Ceperj vem buscando informações e cobrando solução das autoridades, inclusive junto ao Secretário de Segurança Pública e ao Ministério Público do Rio. “Contudo, até o momento não obtivemos nenhuma resposta de conclusão do inquérito”, afirma Oliveira.Ana Maria Felippe, do Espaço Memória Lélia Gonzalez e uma das responsáveis pela criação do GT-Delanne, que iniciou as buscas logo após o desaparecimento, disse que a família e os amigos do educador continuarão exigindo uma posição das autoridades e o esclarecimento do que aconteceu com Delanne.Quem foiO educador era fundador do Movimento Negro do PDT e tinha intensa atividade política e social.
Nascido no Rio, era formado em Letras (Português e Alemão) e Pedagogia (Administração Escolar) pela Uerj. Trabalhou no Egito por contrato com o Governo Egípcio, Suíça e Angola. Foi professor no C.E Professor Carlos Costa Complexo Penitenciário de Bangu(Bangu 3 e Penitenciária Plácido de Sá Carvalho), Orientador Pedagógico no C.E Mário Quintana Complexo Penitenciário da Frei Caneca(Penitenciárias Lemos de Brito, Hélio Gomes, Petrolino de Oliveira e Nelson Hungria) e Professor no C.E Jornalista Barbosa Lima Sobrinho, no CAI Baixada (Coordenadoria de Atendimento Intensivo ao Menor da Baixada).Também era poeta, tendo publicado o texto poético 2 x 4, Poesias de Raça e, por último Coisas do Brasil.
Veja o histórico do desaparecimento do educador, produzido pelo Espaço Memória Lélia Gonzáles e entidades que integram o GT Delanne no http://www.afropress.com.br/
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