O artigo abaixo foi enviado ao Jornal do Povo ( jornal diário de Cachoeira do Su) como resposta a críticas de pessoas allheias ao assunto mas que fizeram seus comentários e tiveram publicado no JP nas coluna Do Leitor, porem passados 60 dias não tivemos a aportunidade de ver publicado o referido artigo que foi escrito pelo Coordenador da UNEGRO em Cachoeira do Sul Sergio Augusto Ramos dos Santos Junior que tambem exerce função de Diretor de Cultura da ACCA. Leia.
Negrofílico
Sugiro reunir toda a comunidade a discutir de forma imparcial a respeito deste, assunto de intolerância e contemporâneo, sistema de cotas para a população afrodescendente. Saber principalmente qual é o pensamento dos movimentos e organizações afro, dentro dos partidos políticos na nossa comunidade, pois ouvimos muitas críticas sobre algumas conquistas do povo negro e gostaríamos de saber em que posição estes grupos afro-partidários irão defender dentro das suas siglas: o sentimento afro-brasileiro de protesto e lutas pelas causas históricas de nosso povo, como guerreiros de Zumbi; ou fantoches, manipulados pela orientação partidária e renegando toda batalha e conquista como apoiadores do traidor David Canabarro. Queremos verificar se há pensamento e cultura respeitados dentro da tendência brasileira, se existe realmente preocupação com avanços políticos aos descendentes africanos, ou se concretiza visão de encenação política. Em que lado você, negro de sigla, está?
Irás continuar escondido nos bancos escolares sentados no fundo da sala, ou irá por a sua cara, encarar e demarcar o seus espaço conquistado por resistentes negros, que lutaram a anos por igualdade de direitos e reparação dos fatos ocorridos com nossa gente.
Episódios lamentáveis como os ocorridos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nas Universidades de Santa Catarina e Paraná, identificam a postura discriminatória dos não negros ao ingresso dos afrodescendentes à Universidade a fim de alavancar seus estudos. Toda depredação do patrimônio público, com símbolos nazistas, discriminatórios e anti-negros, representam a "cruz queimada" (da Ku Klux Klan) no seio da nossa comunidade, no meio da nossa sociedade de intolerância aos desiguais.
Uma grande confusão é que as cotas para negros não tem nada com as cotas para população de baixa renda: esta representa o ingresso justo, daqueles alunos originários de escolas públicas, que por direito deveriam estudar em universidades públicas, já a política de cotas raciais, nada mais representa do que uma reparação constitucional aos descendentes dos africanos por todo atraso político, social, econômico, psicológico, que resultaram na marginalização histórica na qual os negros sempre foram instalados e discriminados.
Vamos discutir políticas públicas em educação?
Autor: Sergio Augusto Ramos dos Santos Junior
Coordenador da UNEGRO em Cachoeira do Sul e Diretor de Cultura da ACCA
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