Na data em que, no mundo inteiro, as mulheres celebram o seu dia, as comemorações festivas não conseguem esconder os efeitos devastadores do machismo e do racismo: uma mulher negra na cidade de S. Paulo – o Estado que tem a economia mais forte do país – tem um rendimento médio real de R$ 621,00, contra R$ 997,00 das mulheres não negras, o rendimento médio real dos homens brancos é de R$ 1.475,00 contra R$ 887,00 do homens negros.
Os dados da Fundação Seade também revelam que, por hora, uma mulher negra ganha R$ 3,7 contra R$ 7,2 – pouco mais da metade dos ganhos auferidos pelas não negras (51,4%), entre os homens, o rendimento por hora dos negros em relação aos não negros era de pouco menos da metade (48,9%).
Os dados foram divulgados pela pesquisadora Cecília Comegno, da fundação Seade – Sistema Estadual de Análise de Dados -, fundação ligada à Secretaria de Planejamento do Governo do Estado, ao falar no Seminário organizado esta semana pela Coordenadoria da Mulher, Coordenadoria Especial do Negro e Coordenadoria da Diversidade Sexual, da Prefeitura, no Hotel San Raphael, centro de S. Paulo.
Comegno disse que os números são eloqüentes para demonstrar como os efeitos do machismo e do racismo incidem sobre a mulher, na mesa, além dela, estiveram Neide Fonseca, presidente da Uni Américas Mulheres e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhasdores do Ramo Financeiro, a advogada Cláudia Luna, representando a OAB/SP e o jornalista Dojival Vieira, pela Comissão Intersecretarial de Monitoramento e Gestão da Diversidade da Secretaria do Trabalho, da Prefeitura (CIM-Diversidade).
Situação de desvantagem
A situação de desvantagem da mulher negra, por conta do racismo e do machismo, é evidenciada também na pesquisa realizada pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social em parceria com o Ibope, divulgada recentemente. Elas têm presença no quadro funcional das empresas de apenas 7,4%; 5,7% no quadro de supervisão; 3,9% no quadro de gerência e apenas 0,26% nos quadros executivos das 500 maiores empresas do Brasil. O Estudo "Perfil Social , Racial e de Gênero das 500 maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, revelou que há mais mulheres da cor amarela (orientais) do que cor preta na diretoria e na gerência das empresas, apesar de haver na população brasileira 6,1% de mulheres pretas contra apenas 0,7% de mulheres orientais.
Fonte www.afropress.com.br
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