Fechado à visitação pública desde janeiro de 2005, o Museu da Abolição - Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira será reaberto nesta quarta-feira, a partir das 19h, com a inauguração da exposição-campanha O que a abolição não aboliu.
É um momento significativo para o Museu da Abolição, que depois deste intervalo de três anos sem exposições, não só volta a funcionar com este propósito, como também passará a ocupar integralmente, ao longo de 2008, o casarão em que está situado e que divide com a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No segundo semestre, o Iphan deixará o casarão do Museu da Abolição e se mudará para o prédio do antigo colégio Nóbrega, na Boa Vista. O Museu da Abolição é vinculado ao Departamento de Museus e Centro Culturais do Iphan."Nosso objetivo é definir nossa futura exposição de longa duração, com a participação ativa da comunidade.
É através desta escuta que vamos decidir os temas a serem explorados, refletindo os anseios da comunidade afro, e pontos como exclusão, racismo e mercado de trabalho", situa a diretora do museu, Evelina Grunberg.
Por isso, na noite da quarta-feira, além da abertura da mostra, com um coquetel com comidas afro, será realizada uma conferência com a participação de Evelina e também de Manoel de Nascimento Costa (Manoel Papai), presidente da Associação de Amigos do Museu, de um representante do Departamento de Museus do Iphan, e de Nado, do Movimento Negro Unificado (MNU).
A exposição O que a abolição não aboliu não se trata de um recorte do acervo do museu ou de uma mostra de cunho histórico. Ela está dividida em duas salas: Escravidão e abolição, com painéis explicativos, onde será possível visualizar elementos críticos para pensar sobre os 120 anos da assinatura da Lei Áurea e as mudanças ocorridas desde então, e uma outra sala, batizada de Liberdade.
Neste segundo espaço, o espectador poderá deixar suas sugestões sobre o que deseja para o projeto de longa duração do museu (exposição permanente). Será colocado um suporte nochão da sala, com uma caixa de areia simbolizando um jardim, onde as pessoas poderão deixar suas idéias por escrito, usando caneta e papel."Nosso acervo é pequeno, emprestado de outros museus.
Com a definição da nossa exposição de longa duração, poderemos buscar recursos para concretizar esta nova fase, onde também teremos biblioteca, arquivo, mais funcionários, possibilidade de abrir aos sábados e domingos", adianta Evelina Grunberg, que também tem vontade de reativar a Feira Multicultural Domingo na Madalena e de realizar eventos culturais mensais, abertos à comunidade.
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