Salvador – O líder religioso (Ogan do Ilê Oxumaré) e coordenador geral do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Marcos Rezende, entra nesta segunda-feira (03/03) no terceiro dia de uma Greve de Fome iniciada contra o desrespeito às religiões de matriz africana que são perseguidas graças à intolerância religiosa”.A decisão foi tomada depois que, na semana passada, o Terreiro Oyá Onipó Neto foi demolido pela Prefeitura de Salvador.
Segundo a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo da Prefeitura, o terreiro estava em situação irregular e já havia sido notificado e não havia regularizado a situação.
Rezende não informou até quando prosseguirá em greve no terreiro demolido. Também não foi informado se a abstenção de alimento é total ou parcial bem como quais suas condições de saúde, uma vez que, após o terceiro dia, é comum que apareçam os primeiros sintomas físicos da delibidade do organismo.
Segundo o jornalista Márcio Alexandre, colunista de Afropress, a greve do religioso já conta com o apoio do CEN em oito Estados em que a entidade está constituída, bem como da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), o Movimento Negro Unificado (MNU) e Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), entre outras entidades.
Solidariedade
Gerusa Santos, coordenadora do Centro Feminino da Diáspora Negra, diz que "não podemos deixar esse momento histórico fugir das nossas mãos somente porque houve apologia, demissão, e reconstrução do terreiro.
Que uma nova historia do racismo, da intolerância etc., seja escrita a partir desse fato". Já Renildo Barbosa, coordenador da Pro-Homo e Diretor Nacional de Diversidade do CEN, reclama da indiferença de outros setores do MN e da sociedade civil ao fato de um terreiro de candomblé ter sido derrubado "Só quero manter meu compromisso que, se acontecer qualquer coisa a nós, do CEN ou a qualquer pessoa que atinja nossos direitos, estarei protestando, mesmo que a melhor saida seja a omissão, seja não participar, nem se envolver", ele diz.
Nos ultimos dias, lideranças negras de mobilizaram para proteger o terreiro da demolição, iniciada e interrompida apenas depois de uma ordem direta do prefeito João Henrique de Salvador.
Por causa da ação contra o terreiro, o prefeito exonerou a superintendente Kátia Camelo da função que ocupava na Sucom, mas a manteve na Secretaria de Planejamento, cargo que ela acumulava com a Sucom.
(Fonte afropress.com)
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